Greve continua na Volks
14 Jan 2015
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Com uma assembleia muito cheia, rápida, com as primeiras gotas de chuva caindo, os trabalhadores da Volks votaram de forma unanime a continuidade da greve. Nós do Movimento Nossa Classe, que estamos prestando solidariedade ativa desde o primeiro dia, com delegações de diversas categorias, entre elas professores, bancários, trabalhadores da USP, estudantes e metroviários demitidos acompanhamos a assembleia de hoje com uma delegação de professores de Santo André.
Na primeira negociação da patronal com o sindicato, que aconteceu ontem, a Volks seguiu intransigente na manutenção das demissões. A Volkswagen segue fazendo chantagem enquanto tem seus estoques lotados! Segue dizendo que precisa demitir esses 800 e mais! Quer garantir que o governo Dilma siga com a política de isenção de impostos para as montadoras, além do que precisam manter o Lay Off, já que dessa forma o trabalhador ganha menos e é o governo que paga metade do salário. Isso é muita economia pra empresa! Além disso, quando esse trabalhador é finalmente demitido ele não tem direito ao seguro desemprego, já que a verba destinada ao seguro desemprego, serviu para pagar a metade do salário ao trabalhador enquanto estava de Lay off. Ou seja, o governo já fez sua parte! Assim, as demissões são a garantia de que a empresa continuará lucrando.
O interessante é ver que a pauta levada pelo sindicato até o governo federal atende aos mesmos interesses da patronal Volkswagen. O sindicato também pede a continuidade da isenção de impostos em troca da manutenção dos empregos. Assim, levam a frente como pauta prioritária o Programa de Proteção ao Emprego, que poderia ser viável se não fosse parte do projeto manter os lucros milionários dessas multinacionais, além disso alimenta a ilusão nos trabalhadores de que o governo pode solucionar a crise sem tocar nas grandes patronais. Já que as montadoras ameaçam demitir, devem abrir seus livros de contabilidade imediatamente e mostrem os lucros exorbitantes acumulados nos últimos anos.
Não pode ser que os trabalhadores tenham o mesmo interesse que o patrão, por isso os trabalhadores devem se organizar de forma independente da burocracia e da patronal para garantir a vitória da greve, entendendo que a burocracia pode fechar qualquer acordo para colocar todo mundo para dentro, inclusive pode voltar na negociata do fim do ano passado, que foi rejeitada pelos trabalhadores e que previa demissão de 2100 através do PDV.
A greve da Volks marca o início de 2015, seus resultados servirão para o conjunto dos trabalhadores brasileiros que terão que se organizar para combater os ataques do governo Dilma. Retomar os métodos de luta da melhor tradição do movimento operário é fundamental para barrar as demissões dos 800 da Volks, mas também para que os trabalhadores de conjunto vejam que é preciso lutar e é possível vencer!
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