Governo alemão exige um cessar-fogo total na Ucrânia
25 Feb 2015 | O Governo alemão considerou hoje “preocupante” que não se respeite o acordo para um cessar-fogo“total” na Ucrânia e insistiu às partes no conflito a cumprir os compromissos adquiridos, ainda que reconheça que houve “avanços”. Durante o fim de semana houve mais mortes por enfrentamentos entre o exército de Kiev e os separatistas pró-russos.
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Em uma coletiva de imprensa em Berlim, o porta-voz da Chancelaria, Steffen Seibert, citou entre as “evoluções positivas” do conflito na Ucrânia o início do intercâmbio de prisioneiros entre o Governo de Kiev e os separatistas pró-russos e o acordo para a retirada do armamento pesado.
Não obstante, recordou que o cessar-fogo é um requisito necessário para que se leve a cabo a retirada desses armamentos e também para o trabalho de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Em véspera de que os ministros de Exteriores de Rússia, Ucrânia, França e Alemanha se reúnam em Paris para analisar a aplicação dos acordos de Minsk, Seibert voltou a insistir à Rússia para exercer sua “grande influência” sobre os separatistas.
Na mesma linha se manifestou o porta-voz de Exteriores, Martin Schäffer, considerando que o cessar-fogo neste momento é “substancial”, mas não total.
O Governo alemão advogou, além do mais, por intensificar a colaboração com a OSCE para permitir que seus observadores tenham acesso às zonas em que não se estão respeitando o cessar-fogo, como Mariúpol e Debáltsevo.
Ao menos dois soldados ucranianos morreram nas últimas 24 horas em combate com as milícias pró-russas apesar do cessar-fogo em vigor desde 15 de fevereiro, segundo informou hoje o comando militar ucraniano.
“Na última jornada foram mortos dois soldados ucranianos e outros dez ficaram feridos”, informou um porta-voz na coletiva de imprensa.
Segundo meios de comunicação locais, os dois militares morreram na região de Shirókino, a 23 km do porto de Mariaúpol (mar de Azov), sede do Governo regional leal a Kiev, cenário de combates há alguns dias.
A Ucrânia acusou no domingo os rebeldes de lançar um ataque com tanques, artilharia e morteiros contra as posições governamentais em Shirókino.
Um porta-voz da autoproclamada república popular de Donetsk reconheceu os combates e explicou que metade de Shirókino está controlada pelas milícias, e a outra pelo batalhão governamental de voluntários “Azov”.
Isto ocorreu depois que os separatistas deram por terminadas as hostilidades na região de Donetsky e asseguraram que a frente havia se estabilizado.
Precisamente, o comando militar ucraniano assegurou hoje que começará a retirada do armamento pesado da zona de segurança no leste do país somente quando as milícias pró-russas respeitarem completamente o cessar-fogo. Segundo a fonte, “neste momento não se dá um completo cessar-fogo”.
Ainda que o cessar-fogo entrou em vigor no dia 15 de fevereiro, nos dias seguintes os rebeldes atacaram e tomaram a estratégica região de Debáltsevo, ao que Kiev e as chancelarias ocidentais taxaram de violação a trégua dos acordos de Minsk. Enquanto que do lado separatista se justificou dizendo que o território de Debáltsevo não entrava em acordo de cessar-fogo.
Agências/ LaizquierdaDiario
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