Domingo 5 de Maio de 2024

Internacional

FRENTE A VINDA DE CONDOLEEZA RICE AO BRASIL

Fora o imperialismo e seus agentes da América Latina!

13 Mar 2008   |   comentários

A secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, chega hoje ao Brasil para negociar novamente seus planos de miséria com o governo Lula, que a receberá como bom capacho que é de braços abertos. A visita de Condoleeza Rice se dá após a crise aberta tendo como centro Alvaro Uribe, presidente da Colómbia e um dos governos mais abertamente pró-imperialistas da região, que recentemente invadiu o território equatoriano e apoiado pelo próprio imperialismo norte-americano assassinou cerca de 20 pessoas, dentre as quais Raul Reyes, dirigente das FARC.

Assim, a vinda de Condoleeza Rice tem como objetivo fortalecer seus aliados regionais, como o próprio Alvaro Uribe que tentou justificar o massacre com uma imitação do discurso imperialista de “guerra ao terror” contra as Farc. A Colómbia, estado armado pelo imperialismo norte-americano que destina anualmente cerca de 600 milhões de dólares para o Plano Colómbia, cada vez mais assume um caráter de estado terrorista como prova o recente massacre, e o fato de ser responsável desde os anos 80 pelo desaparecimento de 15 mil pessoas.

A recente crise mostrou também o caráter submisso dos governos latino-americanos que se disciplinam frente ao imperialismo, sem ter sequer denunciado a ação terrorista do governo colombiano. Isso serve inclusive para Hugo Chávez, que após ter feito uma série de atos teatrais terminou assinando a declaração conciliadora da OEA e dando abraços e apertos de mão em Uribe, junto com o presidente equatoriano, Correa. Isso mostra a impotência do “socialismo do século XXI” de Chávez e de seus aliados como Correa, que apesar do discurso nada tem de antiimperialista.

Neste contexto, a passagem de Condoleeza Rice pelo Brasil é uma mostra de reconhecimento ao governo capacho de Lula como um mediador necessário e aliado político do imperialismo na região. Este foi o papel que Lula cumpriu na crise aberta entre Colómbia-Equador-Venezuela tendo sido um dos principais articuladores da saída conciliadora que se expressou na declaração da OEA, que não condenava abertamente o massacre cometido por Uribe em território equatoriano, e na “reconciliação” ocorrida na Cúpula do Grupo do Rio que “encerrou” a crise. Não houve nenhuma condenação por parte de Lula sobre o papel do imperialismo norte-americano, que prontamente saiu a defender o massacre executado por Uribe e seu terrorismo de estado.

A política externa de Lula, apesar da sua demagógica tentativa de aparecer como um porta-voz dos países pobres para regatear por migalhas frente ao imperialismo, é de um cinismo sem limites. Lula atuou nas principais crises abertas pela ação das massas na América Latina sempre como “bombeiro” , ajudando a desviar estes processos, como na Venezuela em 2003 e na Bolívia quando as massas derrubaram Gonzalo Sánchez de Lozada. Enquanto fazia discursos pelo “fim da fome” nos países pobres durante seu primeiro mandato, enviava tropas de ocupação para o Haiti.

Agora, mais uma vez, o governo Lula tratou de livrar a cara do imperialismo norte-americano e de seus aliados. Como reconhecimento pelos serviços prestados, Lula se sentará com Condoleeza Rice para negociar sua parte nos sujos negócios do imperialismo ianque na América Latina, Oriente Médio, e quem sabe, alguma migalha na Rodada Doha. Frente a isso, faz-se necessário repudiar ativamente a vinda de Condoleeza Rice, e de seu capacho, Lula. Chamamos em primeiro lugar a todos os partidos de esquerda sem mais demora, a por em pé uma passeata de repúdio à presença de Condoleeza Rice no Brasil, ato que deve ser encampado pelas organizações feministas, estudantis, sindicatos e pelo movimento negro.

Fora Condoleeza Rice do Brasil!
Fora o imperialismo e seus aliados da América Latina!
Repudiemos a Uribe assassino capacho do imperialismo ianque!
Abaixo o Plano Colómbia!
Repudiemos a política de Lula de lavar a cara do imperialismo e de Uribe!

Condoleeza Rice deve ser rechaçada, especialmente pelas negras e negros

Por Mara do Hip-Hop

A secretária de estado norte-americana, responsável pelo massacre direto de milhares de pessoas no Iraque, e indireto de milhões fruto do espólio imperialista realizado sobre os povos de todo o mundo, assina junto com o governo de Lula um plano de “ação conjunta contra a discriminação racial” . Não poderia haver nada de mais cínico vindo de uma das principais representantes do governo Bush, que em seu próprio país foi o responsável pelas não só pelas péssimas condições de atendimento às vítimas do furacão Katrina que devastou a região de Nova Orleans em 2005, como também enviou a Guarda Nacional armada ameaçando os moradores que permaneciam na região. A brutalidade com que foi tratada a ampla maioria da população composta por negros e pobres chocou o mundo inteiro. Isso sem contar o reacionário plano antiimigração aprovado pelo governo norte-americano, que inclui expulsão dos imigrantes, legalização de grupos armados que realizam verdadeiras caçadas a imigrantes nas fronteiras, e a construção de um vergonhoso muro na fronteira com o México.

Frente a isso, o movimento negro tem que rechaçar ativamente a presença de Condoleeza Rice no Brasil, partindo de uma ampla denúncia da política racista e reacionária que esta executa em seu país e mundo afora, cujos próprios negros são vítimas. É preciso que as negras e negros do país que lutam pela emancipação do povo negro combatam a visão de que Condoleeza Rice seria um exemplo de negra a ser seguido, e atuem no sentido de desmascarar seu papel reacionário, que se concretiza também nas políticas racistas comandadas por Bush. Este rechaço deve se estender ao ministro da cultura, Gilberto Gil, que como parte do governo Lula tomou a tarefa de realizar ao lado da assassina Condoleeza Rice um “tour” pelas ruas de Salvador. Uma vergonha.
É preciso que o movimento negro, feminista, organizações de esquerda, estudantis, da juventude e sindicatos se unam para repudiar a vinda de Condoleeza Rice ao Brasil, e denuncie o caráter capacho do governo Lula.

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