Palavra Operária

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Nesta quarta-feira (03/03) chegou ao Brasil a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. O motivo de sua visita – que faz parte de uma jornada pela América Latina – tem três focos principais. O primeiro, dar seqüência à política norte-americana em relação ao golpe em Honduras. Hillary viaja pela América Latina para pressionar os governos que não reconhecem as eleições fraudulentas em Honduras e, portanto, não aceitam a reintegração deste país à OEA, para que reconheçam o novo presidente.

O secundo foco é solucionar as recentes divergências entre Brasil e EUA em relação ao controle militar no Haiti, já que os EUA elevaram o numero de suas tropas a 16 mil soldados e têm o controle das principais estradas e do aeroporto, por onde chega a ajuda. A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), liderada por Lula e financiada pelo imperialismo, devem garantir a estabilidade de um país onde o povo sofre com a fome, a pobreza e a miséria para implantar suas multinacionais que empregam em regime semi-escravo. Neste palco de grandes vantagens para a exploração capitalista, Brasil e EUA vão discutir um acordo de cooperação comercial onde Lula diz ter direito – por comandar a Minustah – ao mesmo tratamento dado aos países que integram os Tratados de Livre Comércio entre EUA e Haiti que exportam aos EUA sem pagar a taxa de 17%. A empresa de tecido Coteminas do vice de Lula, José de Alencar, instalada no Haiti é uma das protagonistas nessas negociações.

Outro objetivo é convencer o Brasil a promover, junto a Obama, um embargo ao Irã por este país não abrir mão e de seu projeto de enriquecimento de urânio. O Brasil já sentiu a resposta do imperialismo que deixou de favorecer o etanol brasileiro para privilegiar o etanol de Israel.

Hillary Clinton também esteve no Chile, que sofre desde sábado com a calamidade do terremoto. Nesse país essa representante do imperialismo norte-americano "aconselhou", como fez no Haiti, o governo a lançar o Exército nas ruas, impor o estado de emergência, reprimir e assumir o controle absoluto para impedir que os trabalhadores e o povo se rebelem pelo descaso das autoridades e assumam posições independentes e de luta para garantir a solidariedade aos que sofrem e combater as medidas capitalistas que trarão desemprego e angústias.

Esses são alguns dos objetivos da visita da secretária de Estado do imperialismo, contra os povos latino-americanos e oprimidos do mundo e a favor de impor por todos os meios os interesses dos capitalistas e dos EUA. Não nos deixemos enganar pelo rosto de mulher do imperialismo norte-americano! Gritemos: Fora o imperialismo da América Latina e Caribe! Fora as tropas de Lula/ONU e de Obama e Hillary do Haiti! Fora do Afeganistão e do Oriente Médio! Fora as tropas do Exército chileno que reprimem o povo que sofre as calamidades do terremoto! Solidariedade operária e popular ao povo haitiano e chileno!

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