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17 Oct 2008   |   comentários

Nas últimas décadas, o grande êxito da burguesia foi fazer desaparecer a idéia de revolução no horizonte das massas, para o qual se aproveitaram da queda do stalinismo, fazendo parecer que junto com o fim daquela deformação do marxismo, também se enterravam as perspectivas revolucionárias do verdadeiro comunismo que viveu seu momento auge na Revolução Russa. Ao mesmo tempo, durante a ofensiva neoliberal, a burguesia imperialista, ao conseguir se recuperar das sucessivas crises em que submergia o capitalismo, foi exitosa em fazer parecer que este sistema de exploração poderia se regenerar indefinidamente, contribuindo ainda mais para apagar do horizonte das massas a perspectiva da revolução socialista.

A crise económica mundial em curso, a maior desde a crise de 1929, significa uma mudança de paradigma de proporções históricas. Ela revela como o capitalismo só pode sair de suas crises anteriores acumulando contradições ainda mais profundas que tendiam, mais cedo ou mais tarde, a explodir com força cada vez maior. O que vivenciamos hoje não é uma crise como as que ocorreram nas últimas décadas. Devemos nos preparar para convulsões de grande magnitude, de alcance muito superior às recessões que atravessaram as décadas de 70, 80 e 90; às recentes guerras no Oriente Médio, na Iugoslávia ou no Cáucaso; ou aos levantamentos populares que percorreram a América Latina nos últimos anos. A crise de 1929 e a depressão que dela decorreu ao longo dos anos 30 abriram um período histórico de longos anos, dentro do qual ocorreram acontecimentos históricos como a 2ª Guerra Mundial e a Revolução Espanhola. Nesse mesmo sentido, a crise económica que hoje atinge o coração do sistema capitalista imperialista abre uma nova etapa de duração ainda indefinida, mas que, com fluxos e refluxos, trará grandes mudanças. Ainda que os planos de salvação imperialista possam retardar catástrofes mais agudas, nos próximos anos devemos nos preparar para um enorme recrudescimento das disputas entre os estados e fortes depressões económicas.

Nos momentos de refluxo da luta de classes, como os que vivemos nos últimos anos, nós que lutamos pelo fim do capitalismo realizamos um trabalho paciente e contra a corrente de preparação, para que quando as crises capitalistas e suas conseqüentes guerras destruidoras voltem à cena não sejamos pegos de surpresa, e sim tenhamos uma organização, um programa e uma estratégia fortes o suficiente para derrotar a burguesia e seu sistema, e impor uma saída dos explorados. Ou seja, nos preparamos justamente para um momento como este que agora começa a se desenvolver.

O jornal Palavra Operária tem sido o instrumento através do qual nos propomos a atuar nos fenómenos concretos da luta de classes, praticar o internacionalismo proletário, inserir-nos no movimento operário, lutar junto ao movimento estudantil e refletir teoricamente sobre os problemas ’ políticos, económicos, sociais, culturais e até mesmo filosóficos ’ que envolvem a batalha pela emancipação da classe operária e o povo pobre das miseráveis condições de vida no capitalismo. Nesse sentido, o jornal Palavra Operária tenta ser uma expressão da síntese entre o que aprendemos em nossas experiências concretas junto aos setores de vanguarda da classe trabalhadora e da juventude explorada e oprimida e o que aprendemos da reflexão sobre os mais de 150 anos de história de luta da classe operária em nível internacional, resgatando os aportes que o marxismo deu para sua emancipação, atualizando-o a partir dos desafios da nossa época. Esta é a base da agitação e da propaganda que preenchem as páginas do Palavra Operária.

Especificamente desde que explodiu a bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2007 e teve início essa nova fase da economia capitalista, através do Palavra Operária temos buscado aportar com análises que expliquem aprofundadamente a natureza e a dinâmica da crise em curso e as repercussões que esta trará para a classe operária em nível mundial. Sobretudo, buscamos abrir junto à vanguarda um debate sobre o programa e a estratégia que podem, aprendendo com os erros e acertos do passado e também refletindo sobre as lições das importantes lutas que começam a surgir como nos heróicos levantamentos do povo boliviano, guiar a classe operária e seus aliados à vitória diante dos acontecimentos convulsivos que se avizinham. Ao mesmo tempo, buscamos colocar em discussão as distintas vias através das quais poderemos avançar em uma organização poderosa, que reúna os melhores setores de vanguarda na luta para arrancar as massas da influência esmagadoramente burguesa com à qual hoje está submetida.

Nós da LER-QI rechaçamos todo tipo de organizações auto-proclamatórias e sectárias que se consideram portadoras da verdade absoluta; e rechaçamos também as concepções que pressupõem que o partido revolucionário no Brasil vai surgir do “auto-engorde” de qualquer uma das organizações que se reivindicam revolucionárias em nosso país. Pelo contrário, concebemos que o programa e a estratégia revolucionária que estará à altura dos desafios que estão por vir, se forjará inseparavelmente dos próximos movimentos revolucionários da classe operária. Assim como concebemos que a construção do partido revolucionário no Brasil vai se dar necessariamente por um processo de rupturas e fusões entre as organizações que existem hoje e o melhor da vanguarda operária que se forjará no bojo das lutas.

Isso não significa diminuir as diferenças que hoje temos com as organizações de esquerda no Brasil.

Através do Palavra Operária, temos trabalhado para alertar a vanguarda do papel que hoje cumpre o PSOL como um obstáculo, para que os setores que rompem pela esquerda com o petismo dêem passos para compreender a centralidade da luta pela independência política dos trabalhadores. Temos denunciado sistematicamente que um partido que diz defender os interesses dos trabalhadores, mas que vota leis anti-operárias como o Super-simples, se coliga eleitoralmente com partidos burgueses e recebe o financiamento de grandes monopólios capitalistas, não pode mais que rumar para o mesmo caminho traidor que o PT.

Nas páginas do Palavra Operária, debatemos com o PSTU que, apesar da reivindicação que faz da revolução operária e socialista, sua política de permanentemente sacrificar a luta pela independência de classe para permitir suas alianças eleitorais e sindicais com o PSOL e a burocracia sindical de esquerda, ao contrario de desmascarar essas direções reformistas como os militantes do PSTU acreditam, termina fortalecendo-as na medida em que lhes dá contornos mais de esquerda, confundindo e desorientando a vanguarda no combate ao reformismo.

Convidamos todos os trabalhadores e jovens que frente ao desenvolvimento da atual crise económica internacional se revoltam contra este sistema de miséria e exploração a assinar o jornal Palavra Operária. Com este convite, obviamente não esperamos um automático compromisso político com as idéias que expressam o jornal. Esperamos, sim, que novos setores passem a debater e a refletir junto conosco sobre os enormes acontecimentos que estão por vir; e que o desenvolvimento da luta de classes nos proporcione experiências comuns capazes de assentar as bases para que, frente aos próximos ascensos revolucionários possamos estar lado a lado lutando pela mesma causa.

E fazemos um convite especial aos trabalhadores e jovens que simpatizam com nossas idéias e nossa prática política para não só assinarem o Palavra Operária, mas sobretudo contribuírem com o seu projeto; formando círculos de discussão do JPO nas estruturas de trabalho e estudo de modo a transformar as políticas contidas em suas páginas numa realidade viva, que interage com a luta de classes, o movimento sindical e estudantil, e retorne para o jornal através de experiências e conclusões que contribuam na difícil tarefa de matar este decrépito capitalismo.

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