Sábado 27 de Abril de 2024

Juventude

POR UMA CAMPANHA INTERNACIONAL CONTRA AS PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS E PELA RETIRADA DE TODOS OS PROCESSOS A ESTUDANTES E TRABALHADORES

Anulação já dos inquéritos ilegais contra os 73 presos políticos da USP!

26 Nov 2011   |   comentários

Após a violenta e escandalosa reintegração de posse na Ocupação da Reitoria da USP, no dia 8 de novembro, milhares de estudantes entraram em greve, com assembleias massivas e a eleição de delegados por cursos para compor o Comando de Greve. Também em unidades da Unesp, em especial de Marília, paralisaram suas aulas com piquetes. Estudantes da Unicamp se solidarizaram firmemente, assim como estudantes de todo o país enviaram vídeos de solidariedade. Professores, intelectuais e juristas se manifestaram contra a repressão policial e contra a criminalização dos estudantes que lutavam pela retirada da polícia militar da USP, pela retirada dos processos contra estudantes e trabalhadores e pelo fim do Convênio entre a polícia militar e a USP. Mais uma vez se colocaram na linha de frente os professores Francisco de Oliveira e Luiz Renato Martins (Luizito), apoiados pelos renomados professores Francisco Alambert, Jorge Grespan, Lincoln Secco e Marcos Soares.

Nas últimas semanas, as páginas de todos os jornais estampavam imagens da Tropa de Choque e dos estudantes da USP, transformando este conflito em pauta nacional. Este brutal ataque tem como objetivo fazer uma ação exemplar contra os que lutam dentro da universidade, ação que será utilizada também como exemplo para fora da universidade, criminalizando centenas e milhares de lutadores em todo o país. No campo, nos bairros, favelas e periferias, nas universidades federais como em Rondônia onde há inclusive ameaça de morte aos estudantes e professores que lutam, a ditadura vive na repressão policial e perseguição política, e os reitores atuam como “chefes ditatoriais”.

Esta repressão anunciada, daqueles que necessitam implementar o projeto de universidade dos rankings internacionais – a serviço dos mercados e monopólios e não da maioria da população -, deve ser fortemente repudiada por todos os setores democráticos de dentro e fora da universidade. Impedir que a Reitoria leve até o final seus verdadeiros objetivos de minar os setores que resistem a seu projeto deve ser uma tarefa de primeira ordem do movimento estudantil, de trabalhadores e professores da USP e de todos que lutam em defesa da universidade pública e por sua real democratização, abrindo-a para os trabalhadores e a população pobre. Essa luta é fundamental para fortalecer os companheiros do MST que são sistematicamente reprimidos pela polícia militar e pelos jagunços dos latifundiários e para fortalecer os sem-teto e os camelôs que vêm sendo reprimidos pela polícia de Gilberto Kassab.
É por isso que estamos desde o início na linha de frente deste combate à polícia militar dentro e fora da universidade, e na luta contra a repressão aos lutadores, estamos intervindo em todos os espaços atuando em comum com estudantes independentes na Juventude Às Ruas e a partir do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp), chamando a que todos militantes, ativistas e independentes coloquem como centro das mobilizações a luta pela anulação de todos os inquéritos contra os 73 presos políticos da USP e pela retirada de todos os processos anteriores a trabalhadores e estudantes, que inclui também a imediata reintegração de Claudionor Brandão.

Com milhares de cartazes por diversos estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a Juventude Às Ruas tem se colocado à cabeça desta mobilização, intervindo nas assembléias de curso e Comando de Greve para que os 73 não sejam esquecidos, e, ao contrário, se tornem símbolo da luta contra a perseguição política em todo o país.
Centenas de estudantes tomam para si a tarefa militante de juntar milhares de assinaturas num abaixo-assinado democrático pela anulação dos inquéritos, que também se expressa com centenas de assinaturas de entidades, professores, intelectuais e artistas apoiando esta causa. Cada estudante, trabalhador e professor, a começar pelos 73 presos, deve tornar-se um militante por esta campanha, para recolhermos milhares de assinaturas nas universidades, sindicatos e movimentos sociais! As correntes políticas (PSTU e PSOL) que dirigem os Centros Acadêmicos e o DCE da USP devem colocar suas forças nessa campanha democrática, pois no site do DCE (gestão PSOL) sequer consta o chamado à anulação dos inquéritos contra os 73 presos nem ao abaixo assinado que está circulando em todo o país, descumprindo abertamente deliberação da assembleia estudantil (2.500 presentes) de 17/11, o que parece indicar um boicote a esta campanha democrática imprescindível.

Inclusive, até o momento a campanha em defesa dos 73 presos políticos e pela anulação dos inquéritos ilegais não conta com qualquer apoio das correntes estudantis que compõem a direção da UNE (PCdoB e PT), e não se sabe qual o pronunciamento desta entidade a respeito das medidas ditatoriais de Rodas e em defesa dos estudantes em luta. Portanto, cabe às correntes do PSOL (Oposição de Esquerda da UNE) e outras que atuam no interior da UNE como oposição um posicionamento claro e decidido integrando-se a esta campanha democrática e exigindo o mesmo da direção da entidade.

Não permitamos que a Reitoria prepare o terreno para fazer passar uma histórica criminalização ao movimento estudantil e de trabalhadores, com o aval do governo do Estado de São Paulo. Num momento em que os trabalhadores e a juventude do Egito sofrem com mais de 12 mil processos contra ativistas e militantes, em que a juventude chilena é duramente perseguida e criminalizada, demonstrando a resposta dada aos setores que contestam a ordem imposta, faz-se ainda mais urgente esta luta contra a criminalização dos 73 presos políticos da USP como ponta de lança de uma enorme campanha nacional e internacional contra a criminalização aos lutadores!

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