Quinta 2 de Maio de 2024

Internacional

Agradecimento de Brandão ao Soecn

15 Feb 2009   |   comentários

Abaixo os ataques ao SINTUSP!
Pela retirada dos processos contra estudantes e funcionários da USP!
Pela readmissão incondondicional e imediata de Brandndão!
Viva a solidariedade internacional da classe trabalhadora!
Viva Zanonnon, fábrica sem patrões!

Eu, Claudionor Brandão, em nome da Liga Estratégia Revolucionária e como diretor do Sintusp, venho agradecer o Sindicato dos Ceramistas de Neuquén (SOECN/Argentina) por ter possibilitado a vinda de Raul Godoy para o Brasil. Também quero agradecer a Apropuc por ter contribuído para que essa viagem se efetivasse.

A vinda de Godoy ao Brasil é muito importante, pois permite que aqui possamos aprender um pouco com a experiência de nossos irmãos trabalhadores argentinos. Em especial com a experiência dos operários de Zanon, que com sua gestão operária sem patrões e com seu sindicato classista dão um exemplo para os trabalhadores de todo o mundo.

Essa ação de solidariedade internacional se dá num momento especial, em que as burguesias da Argentina e do Brasil buscam descarregar a crise capitalista sobre os trabalhadores, lá e cá; e a burocracia sindical de ambos os países trata de firmar “pactos sociais” com os governos e os patrões flexibilizando os direitos e reduzindo os salários dos trabalhadores com o discurso de que supostamente essa seria a única via para “evitar demissões” . Mas nós que vivemos os ataques neoliberais dos anos 90 sabemos que esses “pactos” apenas antecipam as demissões, e Zanon mostra com sua própria experiência
como devemos lutar para manter nossos empregos e salários e para que a crise seja paga pelos capitalistas, os únicos responsáveis
por esta situação.

A vinda de Raul também se dá num momento especial porque aqui na USP a reitoria tenta implementar um brutal ataque contra os trabalhadores, estudantes e professores da USP; perseguindo e criminalizando setores que têm se colocado na linha de frente da defesa da universidade pública diante dos ataques do governo e da reitoria que pretendem privatizá-la e colocá-la cada vez mais a serviço dos interesses capitalistas. Ofensiva essa que teve seu ponto mais alto quando a reitoria anunciou minha demissão no dia 9 de dezembro do ano passado.

Sabemos que na luta de Zanon cumpriu um papel chave a aliança que seus operários construíram com a universidade que se localizava na mesma região que a fábrica, com estudantes e professores se colocando
a serviço de contribuir e aprender com a gestão operária sem patrões. Esse é um exemplo vivo da força que tem a aliança da classe operária com os setores combativos da universidade para lutar contra a exploração e a opressão capitalista. É um exemplo que, desde outro ângulo, explica a enorme solidariedade que o Sintusp tem recebido
para resistir a este ataque por parte da reitoria e do governo paulista, justamente porque o Sintusp tem se colocado na linha de frente da luta em defesa da universidade pública e gratuita.

Apoiam nossa campanha importantes personalidades políticas como Paulo Vanucchi, ministro da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal; senador Eduardo Suplicy (PT); Nabil Bonduki, ex-vereador de SP pelo PT e professor da FAU; ex-deputado federal Babá (PSOL); Vicentinho (PT), José Genoíno (PT) e Ivan Valente (PSOL), os três deputados federais, sendo que os dois últimos emitiram pronunciamento
na Câmara dos Deputados exigindo que a reitoria da USP retrocedesse em seu ataque. Também apoiam importantes intelectuais
e professores como Marilena Chauí, Emir Sader, João Bernardo, Paulo Arantes, Emilia Viotti da Costa, Luiz Renato Martins, Leonel Itaussu, Franklin Leopoldo e Silva, entre muitos outros. Juristas nacionalmente reconhecidos como Fábio Konder Comparato e Jorge Luíz Souto Maior. Além de várias entidades e dirigentes sindicais, como Júlio Turra, membro da Executiva Nacional da CUT, e organizações políticas da esquerda como o PSTU, a CST, a Consulta Popular, o PCO etc.

Agora, com a volta das férias e o início das aulas, preparamos uma forte mobilização que obrigue a reitora a recuar e garantir a minha readmissão, respeitando o legítimo direito à estabilidade sindical que a lei me garante como diretor eleito do Sintusp. É nesse marco que o apoio internacional do SOECN, trazido por Raul Godoy, ganha
uma enorme importância.

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