Sexta 3 de Maio de 2024

Movimento Operário

Abaixo a dupla jornada de trabalho!

05 Mar 2008   |   comentários

A violência trabalhista que sofremos diariamente se expressa de diversas formas: como violência física, psicológica, ecónomica, política. As vezes é muito evidente, as vezes parece invisível, se naturaliza e até nós mesmas, que convivemos com isso diariamente, não conseguimos reconhecê-la. Necessitamos de nosso trabalho para viver, e então as vezes nos calamos. Se trata de uma violência que tem múltiplas facetas e uma só origem: a prepotência de um sistema que sedento de lucro, criou suas próprias instituições para defender a propriedade privada de uns poucos a custa da exploração de milhões de seres humanos. Um sistema que encontrou na opressão da mulher uma “boa maneira” de extrair mais e mais benefícios para uma minoria de parasitas. Um sistema violento por definição, que nos golpeia ainda mais as mulheres, por termos a responsabilidade de cuidar da família e da casa, ao mesmo tempo que trabalhamos nos postos de trabalho mais precarizados e com os piores salários. Hoje as mulheres somos 60% entre os trabalhadores e ganhamos quase 40% menos que nossos companheiros pelas mesmas tarefas. Temos uma dupla jornada, na empresa e na nossa casa, por isso os turnos rotativos ou trabalhos noturnos nos impõe grandes limitações e sofrimentos.

Além disso, nos discriminam e nos tratam como material descartável, quando sofremos algum tipo de incapacidade física no trabalho gerada pela própria patronal. Porém as trabalhadoras devem se rebelar diante dos maltratos e abusos de patrões e superiores, pois estes se aproveitando de seus cargos, nos perseguem, nos despedem ou nos obrigam a renunciar. Nem sequer nos permitem que nos organizemos! Para isso contam com a cumplicidade dos bucrocratas sindicais que deixaram passar ataques a nossos direitos e reformas trabalhistas durante os últimos anos. E quando não existe democracia num sindicato é evidente que as vozes dos setores mais explorados do movimento operário, como as mulheres, está completamente ausente. Devemos colocar de pé uma agrupação de mulheres trabalhadoras que luta por nossos direitos dirigindo a outras milhares de companheiras. É uma tarefa de prmeira ordem levantar esta bandeira, somando também nesse caminho os nossos companheiros.

Sheila Diaferia é trabalhadora do Tribunal de Justiça de São Paulo.

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