Quinta 16 de Maio de 2024

Nacional

ACM morreu, mas sua política continua viva na democracia dos ricos

21 Jul 2007   |   comentários

Antonio Carlos Magalhães, ou Toninho Malvadeza como também era conhecido, era um fiel defensor da sua classe e dedicou sua vida a fazer fortuna roubando e reprimindo os trabalhadores. Apesar de ser filho de um professor universitário e não de latifundiários, desde o inicio da sua vida política na UDN foi um fiel defensor das classes dominantes e do imperialismo e um inimigo mortal do movimento de massas. A primeira das três vezes que governou a Bahia, chegou ao posto por indicação de Garrastuza Médici, nos anos mais sombrios da ditadura militar.

A trajetória política de ACM, mais do que expressão de um passado sombrio que começa a sair de cena, é um símbolo da política burguesa brasileira, e das bases em que se acenta o atual regime político. ACM apoiou todos os governos que assumiram desde o golpe militar. Chegou inclusive a apoiar Lula no segundo turno de 2002 e no inicio do seu primeiro mandato. Como muitos políticos da Arena, que fundaram o PDS e depois o PFL, ajudou a arquitetar o processo de “transição democrática” , conservado intactos os militares e todos os que participaram do golpe, quando viu que era necessária uma mudança de regime para manter o domínio da burguesia.

Sua morte, que acontece justamente no primeiro momento em que ACM está na oposição na Prefeitura de Salvador, do Governo do Estado e no Governo Federal, depois de longos e demorados 79 anos, não significa o fim da sua política. Não só por que sua família segue controlando redes de TV e rádio, jornais e construtoras, não só por que seu neto é deputado federal e um dos seus filhos vai assumir o cargo de senador no seu lugar, mas principalmente por que a sua política é a mesma que orientou a formação do atual regime e que segue orientando o governo Lula, que é aliado assim como os governos que o precederam, de personagens como os Sarney ou os Renan Calheiros, de trajetória similares a do “Toninho Malvadeza” . Sua política continuará viva, enquanto durar o domínio das classes que ele representou, a burguesia e o imperialismo.

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