Sexta 26 de Abril de 2024

Debates

UMA LUTA PRINCIPISTA DA LER-QI

A posição escandalosa do PSTU em defesa da polícia

25 Apr 2008   |   comentários

Intervenção da companheira Simone Ishibashi:

“Em se tratando de luta contra a violência à mulher, a luta contra a polícia, que assassina todos os dias os filhos das mulheres trabalhadoras e da periferia, é essencial. Entendemos que muitas mulheres trabalhadoras presentes no Encontro não concordem em repudiar a polícia porque a esquerda em nosso país nunca colocou uma discussão de princípio sobre o caráter da polícia, não combatendo os preconceitos pacifistas do legado petista. O que não podemos aceitar é que o PSTU venha defender os policiais como “trabalhadores” em nome do trotskismo, e defenda também as greves policiais como progressivas, porque supostamente “desorganizam a hierarquia” do aparato policial. O PSTU gera confusão entre os trabalhadores e a vanguarda ao fazer com que acreditem que hoje a tarefa é ganhar a polícia para o nosso lado. Como eles falaram em nome do trotskismo, pedimos licença de resgatar os ensinamentos de Leon Trotsky em Revolução e Contra-revolução na Alemanha, quando diz: ´O fato de que os agentes da polícia tenham sido recrutados em grande parte entre os operários social-democratas não quer dizer absolutamente nada. Aqui também a existência determina a consciência. O operário que se faz polícia a serviço do Estado capitalista é um policial burguês, e não um operário´.

Assim, fica claro que o fato dos policiais serem assalariados não os tornam trabalhadores, uma vez que são cães de guarda da burguesia que salvaguardam a propriedade privada. Que quando fazem greve reivindicando maiores salários e “melhores condições” de trabalho, buscam aprimorar suas condições de reprimir o povo pobre e os trabalhadores, “desorganizam a hierarquia” do aparato policial pela direita. Tampouco são como a base do exército, já que cumprem o papel de resguardar as fronteiras nacionais - ainda mais no Brasil que mantém o serviço militar obrigatório -, e que em situações revolucionárias com a classe operária em armas, se dividem e um setor aponta os fuzis contra a burguesia. Não à toa, o partido bolchevique teve a política de disputar a base do exército na revolução russa, mas nunca se solidarizou com os cossacos, como coloco falsamente o PSTU no Encontro.

A posição das correntes de esquerda frente às forças repressivas do estado, sempre foi uma mostra de seu caráter revolucionário. O PSTU neste sentido vem mostrando a sua completa adaptação. Não teve vergonha, em um encontro que tinha uma importante composição de mulheres negras, de reivindicar e apoiar a policia, e fazer isso em nome do socialismo e da revolução. Vejamos a proposta que levou o PSTU para votação na plenária: “Apoio às greves da polícia” ’ “Apoio dos movimentos de luta dos policiais, enquanto trabalhadores também oprimidos pela burguesia” .

Nossa resolução combatida pelo PSTU e derrotada na plenária

“Veto aos sindicatos da polícia na Conlutas. Que a Conlutas se coloque conseqüentemente ao lado das mulheres, dos trabalhadores e da juventude negra, explorada e oprimida, contra a polícia que os oprime e assassina diariamente. Como conseqüencia disso a Conlutas deve vetar a participação de Sindicatos da polícia em seu interior, e expulsar os que hoje a integram” .

Pela independência de classe

Intervenção de Flavia: “Existem setores que se reivindicam da esquerda socialista que se opõem a um programa de independência de classe. O PSOL, que frente à atual crise de alimentos luta pela redução da taxas de juros, fazendo aliança com setores não monopólicos da burguesia brasileira, é um exemplo disso. Todas se lembram que os parlamentares do PSOL votaram uma lei anti-operária como o super-simples, que retira direitos da classe trabalhadora e permite maior exploração nas pequenas e médias empresas. O programa do PSOL para a Frente de Esquerda não é classista. E tampouco é classista o apoio do PSOL e Heloísa Helena a governos como Chavez na Venezuela ou Correa no Equador [”¦] A atual política do PSTU de privilegiar a busca de acordos com a direção do PSOL nas eleições municipais, tem servido unicamente para fortalecer as concepções reformistas encabeçadas por HH impedindo a organização de um pólo classista que lute no dia-a-dia pela independência de classe” .

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