Domingo 5 de Maio de 2024

Nacional

FORA A BUROCRACIA SINDICAL! IGUAL TRABALHO, IGUAL SALÁRIO!

1º de Maio classista, combativo e internacionalista

23 Apr 2010 | SÃO PAULO > às 10h30 no Páteo do Colégio - SP RIO DE JANEIRO > às 10h, Concentração na Rua A, Morro do Céu (à esquerda depois da praça do Caramujo) e caminhada até o Morro do Bumba - Niterói/RJ.   |   comentários

Há bastante tempo as duas principais centrais
sindicais do país, a CUT e a Força
Sindical, não organizam atos de 1º de maio
ligados à luta dos trabalhadores e sim
grandes festas com distribuição de prêmios e
com a presença de celebridades. Para a Força
Sindical, uma central que já nasceu atrelada
aos patrões, os atos de 1º de maio sempre
foram grandes festas. Já para a CUT isso significou
uma ruptura com seu passado combativo,
quando, apesar da linha coorporativista
e de conciliação de classes da sua
direção petista desde a sua fundação em
1983, buscava organizar atos de luta no 1º de
maio.Também a CTB (dirigida pelo PCdoB),
outra central que apóia o governo Lula, está
preparando suas festas para o 1º de maio.

Em 2010 as festas da CUT e da Força
Sindical em São Paulo e no ABC terão um
ingrediente a mais. Ambas as centrais, junto
com outras menores, estão convidando o
presidente Lula e sua candidata Dilma para
participarem dos seus atos. Elas buscam ser
consequentes com o apoio formal dado à
candidatura de Dilma à presidência, transformando
o 1º de maio num palanque
eleitoral de apoio a Lula e aos seus aliados
burgueses.

Uma data que deveria servir para organizar
e impulsionar a luta dos trabalhadores, que
é a melhor homenagem que poderíamos
prestar aos mártires de Chicago – os trabalhadores
que foram condenados à morte
nos EUA por participarem de uma greve
geral pela jornada de 8 horas e que deu
origem ao 1º de maio – é transformada
assim numa manifestação de apoio das
organizações operárias a candidatos e partidos
burgueses.

Venha ao primeiro de maio com a LER-QI
para gritarmos Fora a burocracia!
Recuperar os sindicatos e eleger
novos dirigentes comba-tivos nas
fábricas, empresas e escolas.

*****

Pois é isso que Lula se tornou: o principal
representante da burguesia brasileira, que
não só enriqueceu (ele tem muito dinheiro
investido em títulos da dívida pública e
lucra com os aumentos de juros do Banco
Central como todos os banqueiros), como
enche a boca para falar que “nunca nesse
país” os banqueiros e industriais lucraram
tanto. E não é a toa que lucraram tanto, pois
a maioria dos milhões de empregos criados
no governo Lula são empregos precários,
que pagam um salário de fome, com os trabalhadores
sofrendo a pressão constante
da alta rotatividade que a patronal se utiliza
para manter os salários num nível muito
baixo. Enquanto isso os trabalhadores, apesar
dos programas assistenciais do governo
e dos pequenos aumentos do salário mínimo,
continuam vivendo na miséria e sofrendo
com as enchentes, com a violência policial
no campo, nas periferias e favelas, com
o caos da saúde publica, com as epidemias,
com a superexploração e outros males que
em nada foram melhorados durante os oito
anos de governo Lula e que não melhorarão
em nada com Dilma na presidência.
Os trabalhadores não temos nada a festejar
com nossos exploradores. Vamos juntos
num 1º de maio de independência
da classe trabalhadora,
sem a participação dos patrões e
seus governos.

*****

Por atos de 1º de maio classistas e
anticapitalistas

Nesse 1º de maio defendemos a organização
de atos classistas que levantem as
reivindicações dos trabalhadores e do povo
pobre brasileiro, que se solidarizem com as
lutas dos trabalhadores em todo o mundo
nesse momento de crise capitalista e que
denunciem como as candidaturas de Dilma
e Serra partem de um denominador
comum: a defesa dos interesses burgueses e
que, por isso, não devem ser apoiadas por
nenhuma organização operária.

Defendemos atos de 1º de maio que
denunciem que as tropas brasileiras estão
no Haiti junto com as tropas dos EUA e da
ONU para manter a dominação imperialista
sobre o povo desse país, para evitar
que ele se organize para defender sua
soberania e seus interesses.

Defendemos atos que coloquem em
primeiro plano a luta: pela retirada das
tropas brasileiras, da ONU e dos
EUA no Haiti! Em defesa do povo
cubano contra a nova ofensiva
imperialista e que defendam o que
resta das conquistas da revolução

ameaçadas pelo avanço das medidas restauracionistas
da burocracia castrista.

Defendemos atos de 1º de maio que se
coloquem na linha de frente de uma ampla
campanha em defesa das vítimas das
enchentes no Rio de Janeiro e em outros
estados brasileiros, não só encabeçando
uma campanha de solidariedade mas principalmente
exigindo uma política de obras
públicas e de reforma urbana radical que
ponha fim aos mortos em enchentes e
desabamentos.

Queremos atos que defendam o
direito dos trabalhadores e do
povo pobre à saúde e educação
, o
que só pode ser conseguido deixando de
pagar a divida externa e interna aos capitalista,
acabando com o vestibular e estatizando
as universidades e hospitais particulares.

*****

Defendemos atos em que se coloquem
concretamente em defesa das camadas
mais exploradas dos trabalhadores, atos
que sejam uma trincheira da luta para
unificar as fileiras da classe operária que
durante a ofensiva neoliberal foi dividida
em várias partes, entre trabalhadores com
carteira assinada e informais, entre efetivos
e terceirizados, entre empregados e desempregados.
Para unificar a nossa
classe precisamos colocar no centro
do nosso programa a reivindicação
de efetivação de todos os
terceirizados, do fim do trabalho
informal, da divisão das horas de
trabalho para acabar com o
desemprego e de um salário mínimo
que atenda as necessidades de
uma família para acabar com os
salários de fome pago pela maioria
das empresas.

*****

Para expressar esse conteúdo classista, de
luta contra a patronal, os governos capitalistas
e a burocracia sindical, os principais
oradores nos atos do 1º de maio
deveriam ser os trabalhadores e
estudantes combativos, classistas
e revolucionários. Em São Paulo,
por exemplo, os professores da
rede estadual, os funcionários das
universidades estaduais e outros
setores
deveriam se expressar no carro
de som.

*****

Para concretizar essas demandas a LER-QI,
junto com trabalhadores e estudantes independentes,
ao lado as companheiras organizadas
no Grupo Pão e Rosas, vai organizar
um ato no 1º de maio da Praça da Sé. Um
ato que levantará essas demandas a partir
de trabalhadores de várias categorias,como
funcionários da USP, professores, metroviários,
trabalhadores da Sabesp, metalúrgicos,
entre outras, além de estudantes de
várias universidades do estado de São
Paulo. Convidamos os companheiros que
conosco constroem o Movimento Classe
contra Classe a construir conosco este
importante ato classista e internacionalista.
Com esse ato queremos nos diferenciar do
restante das organizações de esquerda
(PSOL e PSTU) que assinam a convocatória
junto com a Conlutas, Intersindical, Pastoral
Operária e outros setores da hierarquia da
Igreja Católica (incluindo seus bispos que
hoje estão questionados diante das denúncias
de pedofilia), sem colocar como eixo a
luta contra a burocracia sindical atrelada ao
governo Lula e à patronal nem pela retirada
das tropas brasileiras do Haiti. Um ato a
serviço dos acordos com a hierarquia clerical,
por fora de todos os interesses dos
trabalhadores e da juventude.

Nós, ao contrário, vimos o 1º de maio
como continuação da luta classista
que travamos no dia a dia, e em
nosso ato quem terá a palavra são
os trabalhadores, os professores
combativos e os estudantes que
estão contra a burocracia sindical,
os governos burgueses, em defesa
da libertação do Haiti e das conquistas
da Revolução cubana.

Após nosso ato na Praça
da Sé nos reuniremos para
confraternizar na CASA
SOCIALISTA KARL MARX
Praça Américo Jacomino, 49
Estação Vila Madalena
do Metrô.

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