Palavra Operária

A reintegração de posse na UFBA, ocorrida em 15 de novembro de 2007, foi a expressão da violência que o Estado pode dirigir a um movimento que contesta seus ataques. A ocupação da reitoria da UFBA se deu por razões que iam da reforma das Residências Universitárias à Assistência
Estudantil e contra o Reuni. Entrava abertamente em conflito com a reitoria petista e com os interesses do governo Lula, que quer ligar ainda mais a universidade ao capital. Confrontou-se também com a burocracia do movimento estudantil (PT e PCdoB). O resultado disso? Uma invasão policial truculenta com agressões físicas, gás de pimenta, terrorismo psicológico, impedimento de fazer corpo de exame de corpo delito (negado pela Polícia Federal) e com uma declaração aberta do reitor que demonstra que essa democracia lembra a ditadura militar: “Quando você não consegue algo pela via da administração, tem de ser pela força.” (Jornal A Tarde, 16.11.2007)

A administração da UFBA prometeu perseguição aos estudantes que participaram da ocupação e estava levando à frente um processo contra os estudantes que foram presos no dia da reintegração de posse.
Mas os estudantes conseguiram, através de manifestações e de uma greve de fome de quase 24 horas, impedir que a reitoria punisse os ocupantes e fazer o reitor assinar um documento se comprometendo com a não punição. A prisão, sob acusação de fraude em licitações na UFBA, da procuradora da UFBA, Anna guiomar, que esteve à frente do processo de reintegração e defendeu as medidas truculentas, mostra
qual é o caráter dessa burocracia acadêmica corrupta e truculenta.

As reitorias e os governos precisam usar a repressão quando existe resistência aos seus ataques. Por isso para seguir nossa luta contra o Reuni é necessário unificar o movimento estudantil nacionalmente e impulsionar uma grande campanha contra a repressão, a exemplo da luta que estamos fazendo na UFBA.

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