Realizado debate de lançamento com Gilson Dantas e Simone Ishibashi, que debateram a crise capitalista internacional e a necessidade de reconstrução da IV Internacional, encerrando o exitoso Ciclo "Por que Trotsky?" que reuniu centenas de estudantes e trabalhadores no estado de São Paulo. Mais informação em breve! Clique na matéria para saber mais sobre a revista." />



Terça 7 de Maio de 2024

Internacional

NOVA PUBLICAÇÃO

Realizado debate de lançamento da Revista Estratégia Internacional Brasil 6

05 Nov 2012 | Convidamos tod@s para o lançamento da revista Estratégia Internacional Brasil 6 que ocorrerá na próxima quinta, dia 8, as 19:00 horas, na sala 8 da Ciências Sociais da USP, com Gilson Dantas e Simone Ishibashi, que debaterão a crise capitalista internacional e a necessidade de reconstrução da IV Internacional, encerrando o exitoso Ciclo "Por que Trotsky?" que reuniu centenas de estudantes e trabalhadores no estado de São Paulo. Compareça!   |   comentários

Há cinco anos do início da crise capitalista se desenvolve um cenário internacional assinalado por grandes convulsões, crises políticas e tensões sociais potencialmente explosivas. No marco de uma tendência ao aprofundamento da Grande Recessão, que afeta não só os Estados Unidos e a União Europeia, mas já começa ase estender para a China, o Brasil e as chamadas “economias emergentes”, a única saída indicada pela burguesia é descarregar sua crise nas costas dos explorados.

Isso está levando a que a luta de classes retorne à cena política internacional. À “primavera árabe” de 2011 se somou a resistência operária, juvenil e popular que vem se dando nos países europeus mais golpeados pela crise, como a Grécia e o Estado Espanhol. Parte dessa nova situação da luta de classes é o acionar de um movimento, ainda que inicial, do proletariado concentrado do mundo, como os da China e da Índia.

Como não acontecia desde o ascenso de 1968, com exceção do movimento “no-global” de finais da década de 1990, estamos assistindo ao desenvolvimento de um novo fenômeno estendido de um novo movimento da juventude. Este engloba o movimento estudantil chileno e de Quebéc, os “indignados” espanhóis e os jovens do Occupy Wall Street, que se tornam um elemento fundamental da luta contra a
ofensiva do capital, e provavelmente antecipam enfrentamentos de classe mais agudos.

Porém, estamos só nas etapas iniciais de um novo período histórico. A classe operária ainda não respondeu à altura da crise capitalista, não se desenvolveram fenômenos generalizados de radicalização política e ainda pesam sobre o movimento operário e a esquerda revolucionária os efeitos das décadas de retrocesso e de restauração burguesa.

A maioria das correntes da esquerda mundial que se reivindicam trotskistas há tempos se tornaram céticas da capacidade revolucionária da classe operária. Este ceticismo levou a que grande parte destas organizações se adaptasse ao nacionalismo burguês de Chávez ou ao populismo de Evo Morales, que hoje é expresso na adaptação destas correntes a fenômenos episódicos, principalmente frente a
variantes reformistas de esquerda, como o Syriza na Grécia ou o Front de Gauche na França.

Longe deste ceticismo e suas consequências políticas, oportunistas ou sectárias, cremos que com a crise capitalista e os novos fenômenos da luta de classes se impõe com toda urgência recuperar o melhor do pensamento estratégico do marxismo revolucionário e colocar estes grandes ensinamentos e conclusões a serviço de construir partidos operários revolucionários, como parte da reconstrução da IV Internacional, que sejam capazes de dirigir os combates decisivos que se abrirão no próximo período. Em última instância, a chave da resolução desta etapa histórica aberta pela crise está na possibilidade de que a classe operária emerja como sujeito político, capaz de hegemonizar o conjunto das camadas exploradas e oprimidas e dirigir a luta contra os capitalistas e seus Estados.

Neste novo número da revista Estratégia Internacional Brasil 6 apresentamos uma série de elaborações que partindo da teoria marxista, do debate estratégico, da prática política e das polêmicas programáticas, estão a serviço deste objetivo.

Apresentamos artigos como “Trotsky e Gramsci: debates de estratégia sobre a revolução no ‘ocidente’”, no qual através do contraponto entre o pensamento estratégico de Trotsky e Gramsci, articulado em torno ao balanço da derrota da revolução alemã de 1923, os autores retomam as discussões chave da III Internacional sobre tática e estratégia, em particular sobre a “frente-única operária” e sua máxima expressão, o “governo operário”. O retorno a estes debates permite ver como os marxistas revolucionários pensavam a relação entre as lutas defensivas e ofensivas da classe operária em sua preparação para a tomada do poder e a insurreição, cujas lições estratégicas são indispensáveis para o período que se abre.

Esta discussão estratégica se reatualiza com as posições da esquerda internacional em torno do Syriza e sua política de “governo de esquerda” dado que algumas correntes trotskistas pretenderam utilizar a tática de “governo operário” em chave oportunista, para justificar seu apoio a esta variante reformista de esquerda.

Reatualiza-se também a definição leninista de que vivemos uma “época de crises, guerras e revoluções”, através das consequências geopolíticas e as perspectivas que se abrem, partindo de que os mecanismos
com que os Estados capitalistas vêm manejando a crise estão tendendo a se esgotar. Isso faz com que, longe das visões que supervalorizam a capacidade dos Estados imperialistas para intervir de maneira coordenada, comece a surgir por detrás das discussões entre os EUA e a Alemanha as tensões para definir quem pagará os custos da crise.

Esta situação tem aberto fenômenos de luta de classes, como a primavera árabe, que exige um balanço de como a esquerda se posicionou, e de um novo emergir da juventude em países como o Chile e o Estado Espanhol, anunciando momentos mais agudos da luta de classes. Em outro patamar o próprio mito do Brasil potência começa a ruir, e coloca novos desafios aos revolucionários.

Todos estes debates estão refletidos na Estratégia Internacional Brasil 6, que esperamos que seja um instrumento para desenvolver e redobrar os esforços para construir partidos revolucionários enraizados profundamente na classe trabalhadora, como parte da luta pela reconstrução da IV Internacional.

Neste sentido, chamamos a todos para ler e difundir este número da revista Estratégia Internacional Brasil 6, convocamos também todos a comparecer na atividade de lançamento que encerrará o ciclo Por que Trotsky?, e acontecerá no dia 08/11, as 19:00, na sala 8 da Ciências Sociais da USP, com Gilson Dantas e Simone Ishibashi, que debaterão a crise capitalista internacional e a necessidade de reconstrução da IV Internacional.

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