Palavra Operária

Na manhã do dia 8 de novembro p.p. os estudantes da USP, que ocupavam a reitoria daquela Instituição, foram atacados e presos por um aparato repressivo fora de propósito para as circunstâncias.

Faz parte da tradição de luta do Movimento Estudantil, não apenas nacional, como internacional, realizar ocupações de prédios administrativos com o propósito de gerar discussões, visibilidade e negociação de sua pauta reivindicativa, sem que isso cause maior ônus para a universidade e sua comunidade. Evidentemente, o senhor Reitor da USP, como membro da comunidade, não ignora essa tradição. No entanto, a reitoria, ao invés de tratar a questão politicamente com debates e negociações, como é da tradição da universidade pública, gratuita e autônoma optou por tratar uma fração da sua própria comunidade como um bando de meliantes, lançando mão das forças repressivas do estado.

É evidente que o que está em jogo nesse episódio não é a eventual contravenção praticada por um ou outro membro da comunidade uspiana, nem tampouco a propalada questão da segurança, mas sim a justa aspiração dos estudantes de participarem das decisões políticas da universidade; como, aliás, consta na Constituição de 1988 que determina a prática da gestão democrática no ensino público.

Portanto, cabe execrar o procedimento repressivo utilizado pela reitoria que, dentre outras impropriedades, não respeitou a autonomia universitária preferindo aplicar fórmulas típicas da ditadura militar.

Dessa forma, expressamos nosso apoio aos estudantes da USP e manifestamo-nos pela autonomia e pela gestão democrática na universidade.

Neusa Maria Dal Ri – Coordenadora do Grupo de Pesquisa Organizações e Democracia – UNESP – Campus de Marília.

Candido Giraldez Vieitez – Vice-coordenador do Grupo de Pesquisa Organizações e Democracia – UNESP – Campus de Marília.

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