Palavra Operária

Assembléias de base em cada local de trabalho para preparar ativamente a paralisação e a mobilização!

Enquanto o governo, os empresarios e os partidos da direita e a Concertación buscam fechar a todo custo a enorme luta educativa: com repressão, maquiando a educação pinochetista ou “mesas de diálogo”, são centenas de milhares os estudantes e profesores que a cada semana voltam às ruas com paralisações e mobilizações enchendo as principais avenidas, e são milhares aqueles que ainda se mantêm sustentando as ocupações, paralisações, diversas mobilizações exigindo uma educação pública e gratuita. São as maiores mobilizações em 21 anos no Chile! Mas transbordaram o tema educativo. Do questionamento da educação pinochetista passou-se ao questionamento do regime de “transição pactuada”: ao governo, os partidos, o parlamento e a justiça; à sociedade entre a direita e a Concertación para defender os interesses empresariais; de seu anti-democrático sistema binominal e seus parlamentares designados; de sua repressão às liberdades democráticas.

E neste contexto houve importantes lutas da clase trabalhadora: os profesores com paralisação e mobilização pela educação; os terceirizados de El Teniente; os mineiros de La Escondida e de Codelco; os trabalhadores do TranSantiago; os portuários de Bio-bio; e diversas manifestações de outros setores: os povoados de Dichato; usuários que têm de suportar horas e horas sem condução para irem para seus trabalhos; o povo mapuche pela recuperação de suas terras. Por isso, a Paralisação Nacional da CUT debe converter-se em um grande fato de organização e unidade para mostrar a força da clase trabalhadora e unidos com o movimiento estudantil e o povo pobre e oprimido, mostrando quem tem as chaves do país: se são os empresários e políticos, ou os trabalhadores, os estudantes, o povo pobre e oprimido. Há que impulsionar com tudo a Paralisação Nacional da CUT a 24-25 de agosto! E há de ser uma paralisação com mobilização, onde operários e estudantes marchemos unidos lutando por nossas demandas! Impulsionando assembléias em cada local de trabalho e assembléias com os estudantes para preparar ativamente a Paralisação, os piquetes e a mobilização! Comissões para ir aos sindicatos e locais de trabalho, para convencer ativamente a paralisar! Somente assim podemos impor nossas demandas: acabar com a terceirização; acabar com o Código Trabalhista de Pinochet; um salário de $350.000 de acordo com a cesta básica familiar; e junto à luta pela educação gratuita, avançando para terminar com a Constituição de Pinochet levantando uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana baseada na mobilização.

Mas as direções da CUT (Partido Socialista e Partido Comunista) limitaram-se a declarações e não a preparar ativamente a Paralisação: dizem que esta debe ser “cidadã”; que cada setor se mobilize “como possa”, dividindo. Ademais, não moveram nem um dedo na luta educativa! Porque são dirigentes do “diálogo social”. Buscam a colaboração com os partidos patronais como a Concertación, em vez de fortalecer a organização e luta dos trabalhadores e estudantes. E com isso, debilitam a força dos trabalhadores, e permitem ao regime sustentar sua crise e buscar fechá-la. Necessitamos de uma CUT classista e combativa! Há que recuperar a CUT para uma política independente dos trabalhadores, removendo os dirigentes do diálogo social!

São momentos, e estão todas as condições para pasar à ofensiva e impor a agenda dos explorados e oprimidos e terminar com o Chile neoliberal da direita e da Concertación!

Partido de Trabalhadores Revolucionários – Classe contra Classe