Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

MOVIMENTO OPERÁRIO

Pela vitória da greve dos trabalhadores da Sabesp!

28 May 2010   |   comentários

Desde o último dia 25 de maio, os trabalhadores/as da SABESP estão em greve! Nossa luta é contra os ataques da empresa e do governo Serra, contra o desmonte da categoria e do saneamento público. Os governantes e os patrões seguem tentando jogar a crise dos capitalistas sobre os ombros da classe trabalhadora. No Brasil Lula e Serra deram centenas de bilhões do dinheiro público para banqueiros, latifundiários e empresários. Enquanto isso os trabalhadores estão lutando cada vez mais contra as demissões e o arrocho salarial. Na Sabesp, o PSDB segue à risca a cartilha de ataque aos trabalhadores, rebaixando salário, demitindo, atacando a Sabesprev, privatizando e terceirizando. Há mais de uma década nossa categoria vem sofrendo gigantescos ataques da empresa e do governo. Todos estes anos tivemos acordos coletivos rebaixados, os salários só caíram, diversos direitos foram roubados, a exemplo do ATS, da maturidade, etc. Tudo facilitado com a atitude conciliadora da direção do sindicato (CTB/ ASS/ ArtSind).

Um verdadeiro processo de desmonte da categoria e do saneamento, de privatização para empreiteiras, uma brutal terceirização ano após ano (hoje mais de 18.000 terceirizados na categoria), dividindo a luta da categoria entre efetivos e terceirizados, aumentando mais a exploração dos trabalhadores/as. Os recordes de lucro da empresa (e dos acionistas) vem dessa exploração e desses acordos rebaixados, da terceirização, com as demissões e enxugamento do quadro de trabalhadores/as efetivos a quase metade nestes últimos 15 anos. Todo este terrorismo e as milhares de demissões que estamos sofrendo na categoria, que já chegaram a mais de 2.500 trabalhadores/as só neste último ano, são a prova de que nenhum trabalhador tinha de fato a tal “estabilidade de 98%” dos últimos acordos coletivos, sempre defendida pela direção governista do SINTAEMA como uma vitória, mas que na verdade só é a garantia de demissão dos 2% restantes.Temos que dar um basta nisso! É dever do sindicato defender o emprego e organizar a luta contra qualquer demissão, e não negociá-lo, e depois dizer que não pode fazer nada porque está no acordo. Emprego não se negocia!

É por isso que a luta contra as demissões que já ocorreram, assim como por nenhuma demissão mais, deve ser um dos eixos dessa greve. Além disso, para que a greve seja vitoriosa é necessário organizá-la desde as bases. Basta de decisões e acordões por cima dos trabalhadores! É necessário um forte comando estadual de greve com delegados eleitos em cada setor para organizar e fortalecer a greve, organizar os piquetes, chamar a unificação com outras categorias etc.

Nossa luta contra a burocracia sindical e a Oposição Alternativa

Junto a trabalhadores/as, militantes e ativistas de base, a LER-QI compõe conjuntamente com setores do PSOL e PSTU a Oposição Alternativa de Luta, travando uma luta contra esta burocracia sindical que segue dividindo a luta da classe trabalhadora por categorias, por empresas, fazendo tão somente as lutas economicistas, restritas a cada data-base, não travando nenhuma luta política séria contra o patronato, os governos e seus ataques. Burocracia sindical que vem freando a luta dos trabalhadores, que naturaliza os ataques dos capitalistas, a exemplo da brutal terceirização e precarização que atingiu em cheio a nossa classe, sem dúvida um dos maiores ataques que vem ocorrendo há vários anos (desde 90), que não só arrocha os salários, como retiram direitos, causa enorme deterioração das relações e condições de trabalho, aumentando e muito a exploração em cima dos trabalhadores, causando aumento de doenças e mortes de trabalhadores(as), principalmente destes setores terceirizados e precarizados. Estes setores são “correias de transmissão” do governo Lula e seus projetos de ajuda aos capitalistas, mas também de direta conciliação com as políticas e ataques do governo Serra, de seus gestores (e acionistas) na Sabesp, Cetesb, etc.

No nosso grupo de oposição travamos também uma luta para que tiremos as lições, a partir das várias lutas que já tivemos, mas também da própria história e trajetória da CUT dentro do movimento operário, de sua burocratização, para que possamos não repetir os mesmos erros. Infelizmente temos que muitas vezes lutar contra toda uma prática e modo de militar que muitos setores de luta da esquerda (do PSOL, PCB e PSTU etc) também se moldaram, e que, embora tenham rompido com a CUT, digam defender o classismo e ser contra as burocracias, contra o corporativismo (luta por categoria), etc na prática seguem patinando na mesma prática e modo petista e corporativo de militar, não tiram as lições do passado para romper com isso, para unificar as várias categorias, unir as fileiras da classe, os mais precarizados, nem onde tem suas oposições, onde eles já tem peso, ou mesmo onde já dirigem grandes sindicatos.

A Conlutas e a Intersindical, por exemplo, tem a responsabilidade de, frente à luta da Sabesp, que ocorre ao mesmo tempo que a greve da USP, Unesp e Unicamp, dos judiciários e da campanha salarial do metrô, apoiar e unificar nossa luta com outras categorias estaduais para lutarmos com mais força contra o governo Serra, que ataca a todos com demissões, terceirização e privatização. Além disso, nossa batalha é para que o conjunto da Oposição Alternativa incorpore, de uma vez por todas, os terceirizados e precários como parte da categoria, como parte da classe, lutando por iguais salário e iguais direitos, lutando pela efetivação dos terceirizados sem concurso público e fazendo uma pressão constante na direção do sindicato, através de uma nova educação da categoria, da necessidade de incorporar essas demandas.
Essa experiência, discussões, idéias e propostas são as que queremos, junto aos combativos trabalhadores da USP que tem nos dado exemplos de atuação na luta de classes, e a outras categorias, levar para o Congresso da Conlutas e mais ainda para a unificação com os setores da Intersindical. Na própria Sabesp vemos a contradição da atuação desses setores quando um setor da Intersindical (ASS, que não fará parte da unificação) compõem a diretoria do sindicato junto com o PCdoB. Temos que fazer um balanço claro do papel da Conlutas e da Intersindical nas lutas concretas se queremos que essa unificação seja qualitativa e ajude a avançar a luta dos trabalhadores, para não formar mais uma central burocratizada e que só se preocupa com a disputa de aparatos. É importante também a nossa batalha dentro da Conlutas, contra o burocratismo e as políticas da direção majoritária do PSTU para que a “nova” central possa ser realmente um apoio na nossa luta, que possa fazer o que deveria ser básico e mais do que necessário na unificação das lutas e que infelizmente temos cobrado por muito tempo sem resposta.

Cada vez mais vimos discutindo isso com os trabalhadores, nas assembléias, nos locais de trabalho, nos nossos boletins, mostrando e lutando no sentido de barrar este divisionismo criminoso e construirmos verdadeiramente a alternativa estratégica, que pode levar nossa categoria no rumo da luta conseqüente e combativa, para triunfar.

Artigos relacionados: Movimento Operário , São Paulo Capital









  • Não há comentários para este artigo