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Paralisação geral começa com barricadas e enfrentamentos com a polícia

25 Aug 2011   |   comentários

Às 6h da manhã se levantavam as barricadas. Com fogo e ódio de classe, os estudantes, organizados desde suas faculdades e colégios, davam o sinal de que começava a paralisação nacional. Já são 3 meses de luta que mostram força contra este Chile patronal e da burguesia. Enquanto, em diversos pontos do país, a policia tentava impedir a continuidade das barricadas, também reprimiam os trabalhadores que queriam paralisar, colocando medo sobre a população e ameaçando aplicar a Lei de Segurança Interior de Estado, com ameaças de descontos de salários, uma típica "volta" a ditadura de Pinochet. E ainda que a política da CUT tenha sido de não organizar a paralisaçao desde a base, há importantes setores de trabalhadores não somente paralisando mas se solidarizando com a luta estudantil e popular.

Na Universidade Nacional do Chile ("a Chile") os estudantes de Filosofia, onde se organizam um importante setor de militantes do Partido dos Trabalhadores Revolucionarios (PTR, organização irmã da LER-QI no Chile) protagonizaram uma impressionante batalha ininterrupta de 3 horas contra a polícia, que tentava não somente desfazer as barricadas, como também desfazer a ocupação da Faculdade, tomada desde ontem a noite. Com muita energia, e decididos que a luta pela educação gratuita deve ser levada até o final, os estudantes de Filosofia se colocaram na vanguarda dos combates com a polícia, influenciando outras barricadas a também se radicalizarem, colocando como eixo, ao mesmo tempo, na necessidade de unidade com os trabalhadores.

Durante a tarde houve uma importante marcha de diversas universidades e colégios que estão ocupados, que terminou na Faculdade de Filosofia, com cerca de mil pessoas. Neste ato, saudamos a luta dos estudantes chilenos, eu desde o Brasil e como diretora do Sintusp, e Santiago Lupe pela luta dos indignados espanhóis, onde ressaltamos a importância do resgate dos métodos de luta da classe operária e da juventude, como forma de colocar ainda mais nas ruas a luta pela educação gratuita, que já representa a vanguarda dos estudantes de toda América Latina, e portanto, pulsamos e vibramos por esta luta.

Agora está colocada a necessidade de que esta paralisação siga com uma marcha unificada amanhã, sem dispersões, para levar até o final todo o sentimento de descontentamento social e com o governo, e que a força da aliança operária e estudantil também se faca presente, para impor a educação gratuita agora, imediatamente. Basta da educação de Pinochet, viva os estudantes Chilenos! Nenhuma central sindical ou estudantil pode dizer quando e como os trabalhadores e os estudantes devem se manifestar: organização desde a base, métodos de luta da classe operaria, unidade operária e estudantil. Tudo isso para terminar com uma grande assembléia operaria, estudantil e popular pública, que discuta e decida como levarão esta luta até o final! É preciso redobrar, em toda a América Latina, a solidariedade com a luta estudantil e operária, para parar a repressão que vai endurecer amanhã, e para que mais e mais jovens se contagiem do espírito "maio de 68" chileno que nos mostra o caminho. Os estudantes tem que vencer! Viva a unidade operária e estudantil! Basta do Chile dos patrões e da ditadura! Pela educação gratuita agora, já!









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