Palavra Operária

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Macri e o governo nacional são responsáveis pelas quatro mortes

Depois dos assassinatos de Bernardo e Rosmary na terça-feira, produto da repressão conjunta da Polícia Federal e Metropolitana, e de outro sem-teto no dia de ontem, nesta sexta-feira produziu-se outro brutal assassinato perpetrado pelas bandas fascistas de um jovem de 19 anos, ao qual puseram fim a sangue frio, logo após baixá-lo de uma ambulância. Também houve numerosos feridos e se reportam pessoas desaparecidas. Tudo isto foi justificado em declarações televisivas por Macri, que disse que “os vizinhos se cansaram de que ninguém fizesse nada.” Mas o que a mídia apresentava como “vizinhos de Lugano preocupados com sua segurança” são em realidade membros de forças de segurança que habitam os blocos fronteiriços ao parque junto a bate-paus, capangas e funcionários macristas. Hoje não somente trataram de liquidar a ocupação do parque, senão que também dispararam em abundância contra homens, mulheres e crianças, e estabeleceram reforços para impedir que as ambulâncias ajudassem os feridos. São assassinos que atuaram sob o discurso xenofóbico e fascistóide do Chefe de Governo da cidade. O governo nacional, por sua parte, não somente é corresponsável pelas mortes da terça-feira, como também deixou atuar desenfreadamente as bandas fascistas nestes últimos dois dias. É também responsável pela escalada repressiva que em 50 dias cobrou a vida de Mariano Ferreyra, dos irmãos QOM de Formosa, e agora dos companheiros que lutam por moradias dignas.

Mas apesar do brutal ataque sofrido os vizinhos resistiram e não puderam ser desalojados. Agora começam a ouvir-se nos meios de comunicação massivos os testemunhos dos vizinhos que estão no parque, em que relatam algo que qualquer um que estivesse no parque podia comprovar: como grande parte deles são super-explorados nos ofícios têxteis e logo têm de amontoar-se em um cômodo por família na vila 20 pagando aluguéis superiores a $600 pesos quando seus salários não superam os $1000 ou $1500 pesos. A hipocrisia e o cinismo daqueles que vêm instigando a xenofobia contra os irmãos bolivianos e paraguaios, que são hoje parte do setor mais precarizado da classe operária em nosso país, é repugnante. Não há tempo a perder. Contra os ataques fascistas e a repressão há que organizar a auto-defesa dos trabalhadores, para que não nos sigam matando. Corresponde a toda a classe operária, ao movimento estudantil, às organizações sociais, de direitos humanos, políticas, que reivindicam a defesa dos direitos democráticos, dar uma resposta contundente contra este ataque fascista e contra a repressão policial. A CGT, os dois setores da CTA e todos os sindicatos têm de convocar uma paralisação nacional com mobilização que seja uma resposta contundente a propósito do ataque fascista e xenofóbico contra os irmãos que lutam por um direito elementar que lhes é negado, que é o direito da moradia digna, enquanto se fazem negociatas imobiliárias de todo o tipo, cobiçados tanto por Macri quanto pelo governo nacional, que compartilham a condução da Corporación Buenos Aires Sur. Basta de mortes operárias e populares!

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