Sexta 26 de Abril de 2024

Economia

Para os políticos privilégios...para os trabalhadores os ajustes

26 Dec 2014   |   comentários

A estimativa do orçamento para 2015 é um salário mínimo “arredondado” R$ 790,00 a partir de janeiro. Isto tudo deve ocorrer, se Dilma e a equipe do banqueiro Joaquim Levy, assinarem em baixo, o que depende, em parte, dos impactos da crise mundial no Brasil

O salário mínimo para 2015

O salário mínimo será reajustado conforme o orçamento federal para o ano que vem http://www.palavraoperaria.org/De-o...de acordo com a regra de reajuste do salário mínimo. Esta regra diz que o salário mínimo será reajustado em 1º de janeiro de 2015 com base na variação do INPC (tipo de índice que mede a alta dos preços, chamado Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulada em 2014 (estimada em 6,20%), mais a taxa de crescimento real (acima da inflação) do PIB de 2013 (2,49%).

Desse modo, o salário mínimo deverá chegar por volta de R$ 788,06, com aumento de 8,85% sobre o valor de 2014 (R$ 724,00).A estimativa do orçamento para 2015 é um salário mínimo “arredondado” R$ 790,00 a partir de janeiro.Isto tudo deve ocorrer, se Dilma e a equipe do banqueiro Joaquim Levy, assinarem em baixo, o que depende, em parte, dos impactos da crise mundial no Brasil.

Uma comparação com o custo dos privilégios dos políticos

O custo desse “aumento” do salário mínimo (que só será confirmado ao final do mês por Dilma) é estimado em 1,2 bilhões de reais, sendo que somente os gastos com os privilégios da Câmara dos Deputados custaram, do dinheiro da população, mais do que o dobro, 4,9 bilhões de reais em 2013 !

Nos últimos dias, saíram notícias de reajustes escandalosos de salários para 2015. Os deputados federais, Senadores, Deputados e juízes de alto escalão receberão R$ 33,7 mil por mês, Dilma receberá R$ 30.934,00. Veja mais aqui.

Estes aumentos nos privilégios da Presidência, Deputados, Senadores e juízes do Supremo Tribunal Federal, terão um o custo total estimado em 3,8 bilhões de reais (!), são muito maiores do que o “custo” do aumento em 8,8% do salário mínimo. O governo federal gasta muito mais nos pagamentos da dívida pública para os banqueiros internacionais do que com saúde e educação.

Com os efeitos mais fortes da crise econômica mundial, os capitalistas estrangeiros, devem bater às portas dos Brasil em busca de mais dinheiro público. E ainda continuaremos pagando o preço caro do aumento das taxas de juros, que deverão seguir seu curso de elevação para o ano que vem frente aos efeitos da crise na Rússia e do aumento dos juros nos EUA.

Um aumento “real” do salário mínimo em meio aos ventos da crise econômica

Porém esse aumento “real” do mínimo não cobre o aumento sentido pela maioria da população brasileira, de trabalhadores e beneficiários (aposentados) que recebem até 1,5 salário mínimo (R$1086,00). Cuja maior parte da renda mensal é utilizada para compra de alimentos e produtos básicos.

Com os impactos da crise internacional, o que se espera para 2015 é um cenário de ajustes das contas do governo, que incluem aumentos nos impostos e taxas à população. Este cenário se agrava com a desaceleração da economia e da geração de empregos, com maiores demissões. Nesse sentido, a continuidade da política de Dilma de aumento a "conta-gotas" do salário mínimo (que já está num valor abaixo de atender às necessidades de uma família de trabalhadores) pode estar ameaçada para os próximos anos, pois "a lei do mínimo", impõe um reajuste anual ponderado pelo crescimento da economia nos últimos anos.

Somada a isso, temos a ameaça da inflação. A desvalorização do real, trazida pelos impactos mundiais da queda nos preços do petróleo que está levando à uma nova crise russa, vai aumentar as pressões para o aumento nos preços dos vários produtos que importamos em dólar do resto do mundo. Novos reajustes virão nos próximos meses, e isto deve continuar pesando no bolso dos trabalhadores com os aumentos nos aluguéis e custos dos serviços. Tudo isso para que sejam, nós trabalhadores, que paguemos pela crise econômica começa a atingir mais intensamente ao Brasil.

Será muito pouco o aumento de Dilma para o salário mínimo. Ainda assim, segundo o IBGE, em 2012, 43,1% das famílias ou 27 milhões de lares, apresentavam renda média mensal por pessoa inferior a um salário mínimo. A realidade dos trabalhadores em todo país mostra que este aumento está ainda distante de um aumento que tenha a ver com “a real” dos trabalhadores brasileiros, este salário é o mínimo do DIEESE: R$ 2.923,22. Este é o mínimo que devemos lutar para que cada trabalhador no Brasil receba para que possa ter uma vida digna e que os salários sejam reajustados automaticamente de acordo com o aumento do custo de vida.

E para acabarmos com os privilégios dos políticos que governam para os ricos, é preciso que uma grande campanha junto aos sindicatos e movimentos populares, para que todo político e funcionário público de alto escalão, receba o mesmo que uma professor da rede pública de ensino, e que cada trabalhador receba o salário mínimo do DIEESE.

E em São Paulo...a história se repete

Nos últimos dias, Alckmin anunciou o reajuste de 11,75% a partir de janeiro, para o salário mínimo estadual, voltado para os trabalhadores do setor privado que não possuem piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. A proposta em valores é de duas faixas salariais mínimas: R$ 905 (para domésticos, agropecuários, ascensoristas, motoboys) e R$ 920 (para operadores de máquinas, carteiros, cabeleireiros, trabalhadores de turismo, telemarketing).

É um reajuste superior ao reajuste previsto para o salário mínimo nacional, que é de 8,8%, porém, aqui temos que lembrar que o aumente de Alckmin está longe de ser “generoso”, pois como mostram os estudos do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o custo de vida, considerando os trabalhadores do setor público e privado, em SP, cresceu mais de 6,8% somente até novembro desse ano.

É preciso lembrar, porém, que este índice do custo de vida em SP calculado pelo DIEESE ainda está aquém da realidade, pois considera um média de salário que não considera o peso real dos aumentos dos salário mínimo nos salários dos trabalhadores. Além disso, SP apresenta um dos maiores custos de vida do Brasil, com média superior a nacional nos reajustes em aluguel, alimentação e serviços.

Da mesma forma que a presidenta, os deputados federais, senadores e juízes de alto escalão, aumentaram seus salários e benefícios sem qualquer pudor, em comparação ao que recebe em média a maioria dos trabalhadores R$ 1086,00. Os deputados estaduais de SP poderão receber cerca de R$ 25.322,25 por mês, ou cerca de 32 salários mínimos. Um aumento de 26,3% em relação ao salário desses deputados há quatro anos.

Este aumento nos salários dos deputados estaduais também ocorre num momento que desaceleração econômica no estado, principalmente com relação a produção industrial o que gera queda de arrecadação de impostos. Esta desaceleração no estado está agravada com a crise hídrica que deve se arrastar ao longo de 2015. O ajuste nas contas do estado, vai incluir cortes sociais, aumento de tarifas para a população (água e luz) além do aumento do desemprego na indústria.

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