Palavra Operária

O companheiro Miguel militou conosco durante cerca de um ano. Desde julho de 2006, Miguel pediu afastamento da militância política alegando motivos pessoais. Agora, de repente, aparece no jornal da LBI tentando dar-nos lições de “ruptura com o morenismo” com o mesmo método e com o mesmo conteúdo confusionista com que nos critica a LBI. No plano nacional pretende inclusive ensinar-nos a “construir um partido revolucionário no Brasil” . Nós respeitamos as críticas fundamentadas, mas tratando-se de grupos como a LBI tudo tem um limite. É amplamente conhecido, e Miguel conhece, nosso projeto de “Teses fundacionais” da formação económico-política e em especial da luta de classes em nosso país, que há mais de um ano estamos elaborando em polêmica com todas as correntes historiográficas e militantes sérias, trilhando um caminho distinto do pragmatismo sindicalista e eleitoralista que predomina na esquerda de nosso país. Desde o ponto de vista prático, é conhecido nosso trabalho no SINTUSP e em distintas categorias de trabalhadores, assim como nossa atuação em alguns dos principais centros acadêmicos de São Paulo. Frente a nosso trabalho teórico e prático, tanto internacional como nacional, a LBI não pode comparar-se desde nenhum ponto de vista. É só um grupo de "faladores".

Lamentamos pelo fato de que Miguel era um bom camarada e, quando se uniu a nós, considerava que éramos um grupo marxista extremamente dinâmico frente à esterilidade de grupos como a LBI. Quando Miguel foi incorporado à LER-QI, valorizamos muito a possibilidade de uma experiência de militância comum com o camarada, pois entendemos como fundamental a luta pela síntese entre distintas tradições. Lamentamos especialmente que Miguel não tenha defendido as posições expressas na "carta aberta" enquanto militava conosco, e que agora publique uma "carta" que reproduz as posições da LBI.

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