Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

Nenhuma punição aos estudantes e trabalhadores grevistas!

12 Dec 2007 | Organizar uma grande campanha contra a repressão e perseguição política pelas Reitorias e Suely Vilela   |   comentários

Após as mobilizações, estudantes e trabalhadores sofrem perseguição política em diversas universidades

Após mandar a polícia para as universidades o governo junto aos professores do alto mando das universidades querem partir para uma ofensiva de processos e sindicâncias para cima de estudantes e trabalhadores que estiveram nas lutas deste ano. Sabemos que isso já acontece na UNICAMP, onde estudantes foram ameaçados de suspensão pela ocupação do Diretório Acadêmico Central e agora querem abrir sindicância contra toda a antiga gestão do Centro acadêmico de Ciências Humanas, que também estiveram nas mobilizações, argumentando a organização de uma festa que aconteceu na universidade. Em Araraquara sabemos que dois estudantes foram ameaçados de ter aberto mandato de prisão. As REItorias junto ao governo querem atacar ativistas do movimento para tentar mostrar que agora começam a ter a força que lhes faltou quando ocupamos repetidas vezes reitorias e órgãos das universidades estaduais.

Defender com um só punho estudantes e trabalhadores da perseguição política de Suely Vivela e da REItoria da USP

Agora, com a chegada das férias na USP (tanto para os estudantes quanto para os funcionários) , a Reitoria está vindo para cima dos estudantes e funcionários que militaram nesta greve e que ocuparam a Reitoria contra os decretos do governo. Se naquele momento a Reitoria preferiu acabar com a ocupação pelo desgaste (que por outro lado também fez da ocupação da reitoria uma referência nacional de luta contra a precarização do ensino nas universidades) ; agora ela persegue os grevistas, assedia moralmente os funcionários que não se intimidam com a chefia, pune administrativamente os estudantes que assumiram responsabilidades durante o processo de ocupação.
Destacamos os casos dos estudantes que participaram da Comissão de Imprensa da Ocupação e que foram chamados para depor na reitoria junto a um oficial de justiça e o caso da funcionária Patrícia, da Reitoria, que por não se intimidar em trabalhar no ninho da Reitora e participar da greve deste ano e das paralisações que aconteceram em novembro, está sendo perseguida e assediada moralmente. Outros funcionários, como Vera Monezi, do ICB têm sofrido perseguições, demonstrando que somente uma campanha unificada de estudantes, funcionários e professores, a partir das unidades de ensino e trabalho, pode enfrentar as retaliações da Reitoria e dos diretores de unidade.

Apesar de termos conseguido que o governo Serra redigisse um “decreto declaratório” , revendo parte de sua posição expressa nos decretos de janeiro, saímos da greve sem nenhuma organização entre os estudantes e menos ainda em relação a estes e os funcionários. Desde as férias alertamos para a necessidade de levantarmos uma grande campanha contra a repressão uma vez que a burocracia acadêmica e o governo não iriam querer deixar barato uma luta tão importante quanto a que protagonizamos. Também não é à toa que o Cruesp rasgou o acordo de fim de greve, decidindo não repassar o aumento na arrecadação do ICMS para a assistência estudantil, para o investimento em infra-estrutura e aumento salarial. Com tudo isso, achamos que temos que levantar desde já uma grande campanha nacional contra a repressão aos estudantes e trabalhadores que estiveram em todas as lutas este ano. Temos que deixar claro a defesa incondicional a todos os lutadores da USP, uma vez que passada uma medida repressiva aqui certamente é uma brecha para que os governos e as REItorias passem a aplicar as mesmas medidas aos estudantes nacionalmente.

Por uma grande campanha contra repressão: se atacam UM atacam TODOS! Que o DCE, Sintusp e ADUSP assumam desde já esta campanha

Acreditamos que cada medida punitiva aplicada pelo governo é uma derrota de todos aqueles que se mobilizaram nesta greve. Mais do que isso, é uma ameaça para todos aqueles que se organizam politicamente, seja militando em partidos e agrupações políticas, no movimento estudantil ou nos sindicatos que se enfrentam com o governo estadual e federal. E ameaças nós não aceitamos. Por isso, nós do Movimento de Trabalhadores Classistas e do Movimento A Plenos Pulmões nos colocamos na linha de frente de qualquer medida contra essa ofensiva reacionária e chamamos a todos os estudantes e funcionários a lutar para que nenhum estudante, funcionário ou professor seja punido, perseguido ou assediado moralmente em seu local de trabalho e estudo. O atual DCE junto aos centros acadêmicos têm que começar imediatamente uma ampla campanha contra repressão, com abaixo assinados, declarações de intelectuais, parlamentares, etc, e a organização de um comitê de estudantes e trabalhadores da USP para a defesa dos estudantes e trabalhadores perseguidos. Desde já chamamos a todas as organizações políticas, os centros acadêmicos e sindicatos das três universidades, a Conlute, a Frente de Luta contra a Reforma Universitária, a Conlutas, a Intersindical, a CUT e demais centrais sindicais a impulsionarmos uma campanha ofensiva para darmos uma resposta à altura das ameaças feitas pela Reitoria da USP, demais reitorias e pelo governo Serra, defendendo todos os estudantes, funcionários e professores perseguidos e ameaçados.

***

Ontem (11/12) aconteceu uma primeira reunião chamada pela futura gestão do DCE, Chapa Vez e Voz, para discutir os processos que a reitoria pretende abrir contra os estudantes que ocuparam a reitoria. Como parte da campanha contra a repressão, propomos um abaixo-assinado conjunto dos estudantes e trabalhadores punidos, porém infelizmente, os companheiros do PSOL (parte da eleita gestão do DCE) se negaram a desde hoje organizar esse abaixo-assinado. Para nós, é fundamental que o movimento estudantil esteja aliado aos trabalhadores nesta campanha, no sentido de nos fortalecer para enfrentar mais esse ataque da burocracia da USP contra aqueles que se mobilizam. O PSTU se calou frente a essa questão. Dividir os lutadores diante dos ataques da reitoria só nos enfraquece, e desde o Movimento A Plenos Pulmões, nos propomos a superar essa lógica corporativista e fazemos um chamado especial para que a Conlute e a Conlutas, dirigidas majoritariamente pelo PSTU e a Frente de Luta Contra a Reforma Universitária dirigida pelo PSOL e PSTU, coloquem suas forças na campanha contra repressão no marco de uma campanha nacional e aliada aos trabalhadores.

Basta de punições, basta de ameaças !

Pela retirada imediata do processo contra Patrícia, demais funcionários e dos estudantes contatados pela Reitoria!

Contra a criminalização do movimento!

Se atacam um, atacam todos!

Pela livre organização política, pelo direito à greve e à mobilização contra os ataques aos trabalhadores e estudantes!

Movimento A Plenos Pulmões

Movimento de Trabalhadores Classistas

O Movimento A Plenos Pulmões e o Movimento de Trabalhadores Classistas são compostos por militantes da LER-QI e independentes

Artigos relacionados: Movimento Operário , Juventude









  • Não há comentários para este artigo