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Debates

30 DE MARÇO

Movimento Negação da Negação de braços dados com a Força Sindical e a CUT

28 Mar 2009   |   comentários

O dia 30 de março é a primeira mobilização convocada pelas centrais sindicais desde que começou a crise, numa frente em que os burocratas da Força Sindical e da CUT têm peso. Justamente estes, que vêm negociando cortes de salários e direitos e impondo amarras para que nossa classe não saia à luta. Participam da convocatória numa tentativa de se relocalizar frente à pressão que estão sofrendo nas bases e para conter qualquer possibilidade de radicalização.

Por isso, é necessário combater todos aqueles que alimentam as ilusões de que esses burocratas podem constituir alguma saída para os trabalhadores. Particularmente aqueles que se escondem por trás de uma verborragia de esquerda, pois são os que mais geram confusão.
Nesse marco, denunciamos a escandalosa política do Movimento Negação da Negação (que felizmente não influencia nenhum setor ínfimo do movimento operário), pois é incapaz de diferenciar-se das direções pelegas (sequer as nomeia, muito menos denuncia) e levaria nossa classe para seguir a política conciliadora dessas direções. Para eles, estes burocratas sindicais vão enfrentar o Lula, avançar num “programa único” que supere o “marasmo existente” e mostrarão que “ainda é possível a revolução socialista” . Vejamos se trata-se de exagero: “Neste dia, todas as principais forças combativas do país, da juventude e dos trabalhadores começam a se juntar e a se unir para começar a levantar a grande onda revolucionária que vai transformar o processo reacionário comandado por Lula, Collor de Melo, Sarney, Renan e companhia (...) Em 30 de março, podemos criar um processo de frente única de todas as forças, da juventude e da classe trabalhadora brasileira (...) vamos avançar um programa único que permita transformar, ao menos na instância nacional, o marasmo existente que sufoca a luta da juventude e dos trabalhadores (...) Todos juntos mostraremos em 30 de março que ainda é possível a revolução socialista e erguer uma bandeira única (..) um programa único para todos os trabalhadores do mundo!”  [1] (negritos nossos).

Mais uma vez, Trotsky se mostra correto quando, discutindo contra o POUM na Espanha, dizia que os centristas podem falar pela esquerda (em cada 1000 caracteres do MNN se encontra “O capital” , “Programa de Transição” , revolução socialista” , etc) mas, no final, se disciplinam aos reformistas.

Mais que nunca, nos parece cómico (para não dizer trágico), quando o MNN nos critica quando levantamos, resgatando Trotsky verdadeiramente, uma política de exigência e denúncia com relação à burocracia sindical, que é a forma correta de lutar pela unificação das fileiras operárias e, a partir de suas experiências concretas de luta, contribuir para o desmascaramento das direções reformistas.

Desafiamos nossos leitores a realizarem uma busca no site inteiro desse grupo para tentar encontrar essa política revolucionária. [2]

[1Lula, Collor e Sarney repetem o fracasso da burguesia brasileira: toda a força a 30 março! ’ movimentonn.org

[2Não vamos tratar aqui dos malabarismos teóricos de Hector Benoit que se expressam no texto. Basta dizer que, para eles, como colocam no mesmo texto, a teoria-programa da revolução permanente de Trotsky é vigente porque “A tentativa de uma revolução burguesa no Brasil foi realizada por FHC” e não porque a burguesia é uma classe que já é reacionária desde que o capitalismo entra na sua fase imperialista, no começo do século XX.

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