Palavra Operária

Há dois meses das eleições presidenciais o governo de Fox em aliança com o PRI e o PRD decidiu disciplinar os setores de trabalhadores que, descontentes com esta transição “democrática” que só favoreceu aos ricos, estão se mobilizando para lutar por seus direitos. Assim, a polícia do Estado de Michoacán, a cargo do perredista Cárdenas e a PFP se lançou contra os mineiros em Sicartsa, assassinando dois trabalhadores. Em Atenco as polícias municipal, estatal e federal lançaram uma brutal repressão que custou a vida de um garoto de 14 anos e 207 detidos, incluído o dirigente da Frente de Defesa da Terra, Ignácio Valle. Os detidos são homens, mulheres e crianças, e as companheiras denunciaram que foram golpeadas (como apareceu na televisão) e violadas pelos policiais. Além disso, o governo anunciou a transferência de Ignacio Valle para a prisão de alta segurança de Almoloyita.

Dezenas de estudantes, camponeses e moradores estão desaparecidos e a PFP tomou o controle de toda a população. A selvagem repressão instrumentada por engano pelo governo e os partidos patronais (PRI, PAN, PRD), mostra a anti-democracia e o caráter anti-operário e anti-popular deste regime de alternância, como se viu na ocupação policíaco-militar de San Salvador Atenco, própria dos tempos do velho priato.

Frente a brutal repressão do governo e dos partidos é fundamental a mais ampla unidade de todos os trabalhadores, os camponeses pobres e os setores populares para parar o ataque e libertar os companheiros presos. “La otra campaña” convocou a mobilização em nível nacional, chamando a uma mobilização para este 5 de maio, e a uma Assembléia Nacional de Solidariedade para o sábado, dia 6. É necessário impulsionar e fortalecer este chamado, somando os grandes sindicatos e organizações de trabalhadores. As organizações sindicais, e em particular o SME, a CNTE e a Frente Nacional por La Autonomía e a Unidad Sindical devem se incorporar neste plano de ação e chamar urgentemente a Paralisação Nacional para frear a repressão e a polícia anti-operária do regime de alternância, e se solidarizar ativamente com os companheiros e companheiras da Atenco, contra este governo assassino de operários e camponeses. As reuniões com centenas de companheiros que têm se realizado, e as ações de bloqueio são as primeiras medidas para fortalecer a luta, organizando-nos em cada centro de trabalho, cada escola, cada faculdade, cada fábrica e cada colónia. Chamamos a todas as organizações sindicais, políticas e de direitos humanos, a se somar à mobilização em apoio aos companheiros da Atenco e a unir suas forças contra este feroz ataque.

Liberdade imediata a todos os presos políticos!

Liberdade e não à transferência do companheiro Ignacio Valle e seus companheiros!

Fim de qualquer perseguição contra os ativistas e as organizações políticas e populares!
Fora PFP e corpos repressivos da Atenco!

Ressurgimento com vida dos desaparecidos! Mobilização nacional para frear a repressão!
Paralisação nacional já!
Que o SME, a CNTE e o FNAUS o convoquem!

Castigo aos responsáveis pelo assassinato dos dois operários de Sicartsa e do companheiro de San Salvador Atenco!

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