Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

EM DEFESA DA INSCRIÇÃO DA CHAPA 3 - PELA BASE NAS ELEIÇÕES DO SINDICATO DOS METROVIÁRIOS DE SP

Fortalecer a luta dos metroviários a partir das bases e junto à população

07 Aug 2013   |   comentários

Os recentes escândalos de corrupção envolvendo o Metrô e ferrovias de São Paulo escancaram a máfia dos transportes, um conluio de décadas entre os governos do PSDB e multinacionais imperialistas como a Alstom e a Siemens.

Os recentes escândalos de corrupção envolvendo o Metrô e ferrovias de São Paulo escancaram a máfia dos transportes, um conluio de décadas entre os governos do PSDB e multinacionais imperialistas como a Alstom e a Siemens. O descontentamento expresso nas ruas em junho tende a ganhar novos capítulos. O descarrilamento de um trem do Metrô com passageiros no dia 06/08, causada por falha no trem reformado pelo consórcio MTTrens, deixa ainda mais evidente que a terceirização e a corrupção das empresas terceirizadas arriscam até a vida das pessoas. Como se não bastasse a tarifa absurda e a superlotação, cada vez mais se expressa que podemos viver tragédias ainda piores. O país mudou e a questão dos transportes está no centro das demandas do povo. Para responder os novos desafios os metroviários podem cumprir um papel histórico. Nesse cenário, nós da LER-QI, junto a agrupação Metroviários pela Base e 59 trabalhadorxs de diversas áreas do Metrô, conformamos para as eleições do Sindicato em setembro a Chapa 3- Pela Base. Com grande apoio em nossos locais de trabalho e reconhecidos amplamente em toda a categoria, estamos dando passos importantíssimos na construção de uma corrente antiburocrática, combativa e classista nesse setor estratégico.

Levantamos o lema “Nem retrocesso. Nem como está. O país mudou, o Sindicato tem que mudar!”, como expressão de um setor representativo da categoria que entende que o sindicato não pode voltar para as mãos da CTB/CUT, uma burocracia sindical atrelada ao governo federal e responsável pelas sucessivas derrotas que nos enfraqueceram. E também que considera insuficiente a atual diretoria para preparar grandes batalhas à altura da força social que possuem os metroviários.

O apoio a nossas posições se dá devido ao nosso trabalho de base, que se contrapõe claramente com a prática da atual diretoria (que tem o PSTU e PSOL à frente), e nossa batalha para que isso seja um método em toda a categoria, e a relação disso com a luta consequente nas reivindicações mais estruturais por melhores condições de trabalho. É nítida a insuficiência das ameaças de greve como blefe, seguindo sempre o mesmo script nas negociações com a empresa e o TRT capazes apenas de conquistar pequenas concessões salarias.

Por uma grande participação dos metroviários nas mobilizações em agosto com um programa classista

Mas também vem ganhando cada vez mais força nossa batalha para que os metroviários se liguem aos processos de mobilização da juventude e da população em defesa de um transporte público de qualidade. Não parar no dia 11/7 foi frustrante para um setor importante da categoria. A partir do Metroviários pela Base organizamos um abaixo assinado com mais de 160 assinaturas, que responsabilizaram a ala majoritária do sindicato por não ter discutido nada na base para preparar a paralisação e exigindo a convocação de assembleia para organizar as novas mobilizações agora no mês de agosto. É o momento de virar o jogo.

Devemos participar da mobilização do dia 14 contra o escândalo de corrupção do PSDB junto à juventude, debatendo na assembleia do dia 8 medidas contundentes de luta. Além disso, temos que exigir que as centrais sindicais convoquem de fato, com assembleias, a paralisação nacional no dia 30 que está pendente à espera de uma negociação com o governo. Estes serão os primeiros atos de uma batalha que podemos vencer. Defendemos que nossa luta seja por uma Comissão de Investigação Independente, composta pelos metroferroviários, usuários e entidades reconhecidamente democráticas, pois nenhuma CPI pode levar à punição exemplar dos envolvidos. As centenas de milhões de reais desviados devem ser reinvestidos nos transportes, mas dessa vez sob controle dos trabalhadores e usuários. Pela reestatização da Linha 4, Via Amarela, sem indenização, sob controle dos metroviários e usuários.

Não ao veto à Chapa 3! Não há medida burocrática que cale nossa voz

Ao nos expulsarem da Convenção de Formação da Chapa onde queríamos debater um programa em comum com os demais setores que compõem a Chapa 2 da atual Diretoria, a ala majoritária formada por PSTU/PSOL foi a responsável pela divisão dos setores combativos e, com o receio de perder votos nas eleições, orquestrou a partir da Comissão Eleitoral um veto político ao não aceitar a inscrição da Chapa 3- Pela Base, negando os direitos democráticos mais elementares presentes no estatuto que possibilitariam a nossa participação nas eleições do Sindicato. Não há medida burocrática que poderá nos parar. A importante votação que tivemos na recente eleição da CIPA, com 3 delegados sindicais sendo eleitos titulares com votações expressivas na Manutenção (140 votos PAT Jabaquara), nas Estações da Linha 1 Azul (217 votos) e da Linha 3 Vermelha (124 votos), são mais uma expressão de uma corrente cada vez mais orgânica. Agora serão centenas em um novo abaixo assinado defendendo nosso direito democrático a participar das eleições para defender ideias como as que colocamos nesse artigo.

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