Domingo 28 de Abril de 2024

Movimento Operário

DEPOIMENTOS DOS PROFESSORES E PROFESSORAS EM GREVE

Fala professor(a)!

17 Mar 2010   |   comentários

Acredito que a greve seja sim um instrumento de luta muito forte e que nenhum tipo de pressão ou ameaça deve nos fazer retroceder sem vitória alguma. Não podemos aceitar esse tipo de intimidação, vamos lutar por uma melhoria geral na educação pública de nosso país, dando aos filhos da classe trabalhadora uma verdadeira condição de estudo e aos trabalhadores (as), professores (as), uma digna condição de trabalho que não nos é dada quando somos temporários(as) e terceirizados(as).
Taína Z. Fermino, integrante do Diretório Acadêmico da UNESP de Rio Claro, professora eventual da rede estadual e integrante do grupo de Mulheres Pão e Rosas

Nós professoras, integrantes do grupo de mulheres Pão e Rosas e do movimento Classe contra Classe, estamos atuando ativamente nesta greve lutando por nossos direitos e principalmente contra a precarização do trabalho das professoras e professores. Somos quase 80% da categoria, submetidas à condições de trabalho precárias, vítimas de triplas jornadas de trabalho, nos dividindo entre várias escolas e as tarefas domésticas e nossa família. Historicamente a profissão de professora sempre foi vinculada as características atribuídas às mulheres, como o vínculo condicional à maternidade, tolerância, sensibilidade, fazendo do trabalho da professora uma forma de substituir os serviços que deveriam ser garantidos pelo estado, como a saúde, por exemplo. Não podemos deixar que a luta pelos nossos direitos seja enfraquecida pela divisão de nossa categoria. A verdadeira luta pelas melhores condições de trabalho está na unidade entre efetivos e temporários! Pela efetivação de todos os professores temporários!
Rita Frau, professora da rede estadual de SP, integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas e do Movimento Classe contra Classe

Passei em minha escola e não acreditei: a mesma coisa, intervalo, alunos, giz e jalecos andando pelos corredores. Vemos que nossos problemas são os mesmos, então temos que lutar juntos contra eles e pelas nossas reivindicações. É preciso ser forte para ter uma idéia e uma convicção, mas mais fortes ainda para levá-la adiante. Contruamos um grupo que se faça ouvir tudo isto que para nossos ouvidos já é óbvio. Para que nos outros se faça refletir e construir uma nova forma de atuação em professores. Não só isso: se entre professores nossa luta é a mesma, também temos que nos reconhecer como trabalhadores e ver que as outras categorias de trabalhadores são nossas aliadas e temos que lutar juntos. Por isso, convidamos a todos que concordam com nossas idéias e programa a construir conosco o Movimento Classe contra Classe, um movimento de trabalhadores classista e anti-burocrático.
Ina Yakamura, professora da rede estadual, militante do Movimento Classe contra Classe e da LER-QI

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