Palavra Operária

Percebemos que a burguesia se organiza políticamente e constantemente, para resolver seus problemas de forma internacional, atua como uma classe que pensa através de seus técnicos, economistas e pensadores como aumentar a exploração dos trabalhadores em prol de seus lucros em vários países.

Os efeitos da atual crise económica virão com ataques aos trabalhadores, e é por isso que nós precisamos nos organizar e discutir, mas não apenas uma vez por ano os assuntos salariais e sindicais da nossa própria categoria. Ainda mais em momentos como estes em que estão em jogo demissões, aumento dos preços, ataques aos lutadores, não podemos nos limitar a discutir somente os salários e sim como vamos acabar com esse sistema capitalista.

No capitalismo, há a exploração do homem pelo homem, em que para pouquíssimos burgueses obterem seus lucros, milhares de pessoas têm que morrer de fome todos os dias. Assim, ao militar no SINTUSP nas greves e mobilizações, percebi que com o sindicato não damos conta de todas estas questões e que há algo maior que temos que derrubar, e o sindicato por mais combativo, atuante e classista que seja é limitado em suas forças para organizar os trabalhadores nesta direção.

Ao perceber essa necessidade, comecei a militar na LER-QI, pois vejo a necessidade dos trabalhadores conhecerem minuciosamente o capitalismo e nos prepararmos para momentos de crises como essa, e atuarmos para dar uma saída revolucionária.

Vejo a necessidade de que nós trabalhadores humildemente aprendamos e tiremos lições de lutas como a da fabrica de cerâmica Zanon na Argentina, em que após ter sido fechada, foi ocupada pelos trabalhadores que demonstraram que contra as crises e o desemprego a melhor saída é o controle operário dos meios de produção. Lutas como estas não ocorreram de forma automática ou espontânea. Ao contrário, esta conquista da vanguarda operária internacional foi conseguida pelo fruto da combatividade dos trabalhadores de Zanon junto à preparação e atuação de militantes operários socialistas, que ofereceram a eses trabalhadores um programa revolucionário e de independência de classe.

Celso é delegado de base da USP.

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