Sexta 26 de Abril de 2024

Juventude

A luta por DCE´s militantes nas universidades estaduais paulistas

05 Dec 2004   |   comentários

As entidades da USP, da Unesp e da Unicamp hoje estão impregnadas da lógica geral que domina o movimento estudantil: o petismo. Isso, somado a outros fatores, levou a que o movimento estudantil na USP e na Unicamp, ao invés de cumprir o papel que lhe cabe nestas que estáo entre as principais universidades do país na luta contra a reforma universitária, ficassem na retaguarda nesta luta. No caso da Unesp, onde estão os estudantes mais combativos e que são parte da vanguarda neste movimento nacional, o domínio do petismo levou a um descaso dos estudantes com relação às entidades (e não sem razão) que poderiam ser um importante instrumento de luta. É por isso que está em curso a luta por DCE´s militantes nas universidades estaduais paulistas.

A COMUNA fez um chamado para todos os estudantes e organizações políticas, em especial ao PSTU, que estão lutando contra o governo Lula e contra a reforma universitária, a que nas eleições para CAs, DAs, e DCEs em todas as universidades fossem apresentadas chapas unificadas de oposição ao governo Lula e de oposição às entidades governistas e burocráticas. Infelizmente, o PSTU só atendeu a este chamado na Unicamp e na Unesp, onde estas chapas estão concorrendo para os DCE´s.

Na chapa “Que se vayan todos!” para o DCE da Unesp, formada por militantes da COMUNA, do PSTU e independentes, foi onde mais conseguimos avançar num programa comum de defesa de um DCE antiburocrático para combater o domínio do PCdoB e d´O Trabalho/PT, que são as outras duas chapas concorrentes (“Construção” e “DCE é pra lutar” , respectivamente), e que fizeram parte da gestão do último ano destituída no Congresso pelos estudantes por sua atuação burocrática e traidora.

A chapa “Que se vayan todos!” apresenta um programa de luta contra o governo Lula e suas reformas, principalmente a reforma universitária, e contra as correntes petistas e governistas que atuam no movimento estudantil. Num programa de ruptura com a UNE e a UEE, esta chapa defende que o DCE da Unesp integre a Conlute (Coordenação Nacional de Lutas) para transformá-la num pólo que aglutine todos os setores que hoje se colocam em luta contra a reforma universitária, contra o governo, contra a burocratização das entidades e pela aliança com os trabalhadores. Consideramos um grande avanço que tenhamos conseguido organizar esta chapa com os militantes do PSTU na Unesp e esperamos que isto sirva de exemplo para que possamos organizar a luta conseqüente em outras universidades.

Na Unicamp, a COMUNA, o PSTU e estudantes independentes (com presença majoritária do PSTU) estão também concorrendo às eleições para DCE na chapa “Pra não virar privada... Fogo no pavio!” . Com um programa baseado na luta contra a reforma universitária, que infelizmente não faz eixo na construção da Conlute, esta chapa pretende se opor à hegemonia do bloco petista “Domínio Público” que foi destituído do DCE este ano por suspeita de corrupção e que hoje se aglutina na chapa “Primavera nos Dentes” .

Na USP, infelizmente, o PSTU não atendeu ao nosso chamado, resultando numa divisão dos setores que lutam contra o governo e na incapacidade de uma oposição séria nas eleições do DCE. Nesta universidade, lamentavelmente continuam os governistas e burocratas: quem venceu com quase 50% dos votos foi a chapa “Instinto Coletivo” (APS/PT, DS/PT, MTL/P-SOL e independentes); ou seja, mais um ano sem uma gestão no DCE que possa organizar uma luta conseqüente contra o governo e seus ataques. Ninguém tinha a ilusão de que, mesmo juntos, a COMUNA e o PSTU pudessem vencer estas eleições ’ isso se demonstra no resultado eleitoral ’, mas poderia ao menos aglutinar os setores descontentes, pois a falta de uma alternativa à esquerda fez com que estes setores votassem na chapa “Com que Roupa” (pouco mais de 25% dos votos, chapa que organiza setores mais atrelados à burocracia acadêmica da USP), que foi quem apareceu como “oposição” .

Na Unesp e na Unicamp, onde as eleições ainda estão para acontecer, chamamos os estudantes a apoiarem as chapas que construímos com outros setores, que se conformam como únicas organizadoras da luta. Mas o mais importante é que todos os setores, seja na USP, onde já acabaram as eleições, seja na Unesp e na Unicamp ou em qualquer outra universidade, se coloquem na luta por CA´s, DA´s e DCE´s militantes a serviço da construção de um pólo nacional antigovernista, antiburocrático e pró-trabalhadores.

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