Sexta 3 de Maio de 2024

Juventude

GREVE E OCUPAÇÃO

A luta da USP segue forte apesar da intransigência do governo e da reitoria

25 Oct 2013   |   comentários

Leia o Boletim da Juventude às Ruas, especial sobre a luta da USP e Unicamp

Leia o Boletim da Juventude às Ruas, especial sobre a luta da USP e Unicamp

Como se pode ler no Boletim e no blog http://juventudeasruas.blogspot.com/, onde desenvolvermos nossas posições, desde 1/10 a reitoria da USP está ocupada, com uma greve em mais de 30 cursos. O governo e a reitoria seguem intransigentes com o movimento, negando-se a negociar até essa semana e, agora que sentou, não atende nenhuma reivindicação. O movimento também enfrenta um setor de professores que se organizam contra a greve. Por sua vez, a ocupação e greve da Unicamp acabaram nessa semana, devido à traição do DCE dirigido pelo PSOL propondo a desocupação quando a luta ainda estava em ascenso e podia conquistar mais, se unificando com a USP e nacionalizando a luta. Vergonhosamente, o PSTU propôs no IFCH, o instituto com mais tradição de luta e onde dirigem o Centro Acadêmico, acabar com a greve “a dois dias da assembléia”, expressão de que, ainda que tivessem defendido a manutenção da ocupação da reitoria, aceitaram a traição do PSOL.

Entretanto, a estratégia de lutar por uma grande mobilização tomou forma em um amplo setor de estudantes, que queria efetivamente seguir a mobilização e votou pela sua continuidade junto com a Juventude às Ruas, ainda que fomos derrotados. Mas este refluxo da Unicamp ainda não foi capaz de fazer retroceder a luta da USP que segue forte.

Nossa batalha em toda essa luta foi para unificar a USP e a Unicamp na luta contra a estrutura de poder antidemocrática que coloca a universidade a serviço dos capitalistas, por uma Estatuinte livre, soberana e democrática, sem a participação da burocracia acadêmica, contra a repressão aos lutadores, pelo Fora PM, mas sempre ligado a perspectiva de que a estratégia para a mobilização tinha que ser se unificar com a luta dos professores do Rio de Janeiro para colocar de pé uma grande luta nacional em defesa da educação pública e gratuita para todos, que para nós só pode ser com o programa da estatização das universidades particulares e o fim do vestibular, para não isolar a nossa luta frente a sociedade e estar em consonância com o que as jornadas de junho abriram de perspectivas no país de lutas superiores.

Lamentavelmente, nenhuma das direções do movimento estudantil adotou essa perspectiva. Por um lado, o PSOL, tanto no DCE da USP, quanto da Unicamp, impediu qualquer unificação e aprofundamento da pauta. Na USP, impõe ao movimento a pauta das eleições diretas para reitor, que não responde sequer às demandas mínimas que surgem nos cursos, nem a necessidade de uma luta efetiva e profunda contra a estrutura de poder e a universidade elitista e racista, e muito menos a potencialidade de ser porta-voz dos anseios da juventude de fora da USP. Por sua vez, o PSTU também boicotou qualquer iniciativa concreta de unificação estadual e nacionalização da luta e tinha duas políticas completamente separadas na USP e na Unicamp. Sua atuação no IFCH, defendendo o fim da greve, mostra como a aparente radicalidade no discurso servia para aparecer como uma oposição ao DCE frente às eleições estudantis, e não ao desenvolvimento da luta unificada pela educação pública. Na USP, como são gestão do DCE junto ao PSOL, sequer tem algum tipo de diferenciação importante com o PSOL. Na assembleia da USP de 24/10, juntos, o PSOL e o PSTU começaram a apontar que querem garantir algumas pautas locais em cada curso, garantir os blocos K e L de moradia que já foram prometidos por Rodas antes mesmo da luta, e qualquer promessa sobre a estrutura de poder. Querem concentrar todo o movimento na discussão de como negociar para conquistar alguma migalha que permita cantar vitória e impediam que se votasse medidas radicalizadas de luta, como a que propusemos de derrubar os muros que separam a USP da favela São Remo, como parte da resposta também ao recente ataque ao Núcleo de Consciência Negra, que a reitoria quer retirar sua sede. Seguiremos nossa batalha para aprofundar a luta da USP, mas para isso será necessário superar essas direções que impõe limites a nossa luta, fazendo do Comando de Greve, eleito por delegados revogáveis em assembleia de curso, o porta-voz e impulsionador do movimento.


Excelente votação dos candidatos do Sintusp para representantes dos trabalhadores no conselho universitário da USP!

Bruno Gilga, trabalhador da FFLCH e militante da LER-QI

Ocorreram as eleições para o conselho universitário, onde os trabalhadores têm três das 170 cadeiras, e os candidatos indicados pela assembleia com o compromisso de defender as posições votadas pelos trabalhadores foram eleitos massivamente. Neli teve mais de 2200 votos, Bruno Gilga mais de 1500 votos e Dulce mais de 1200 votos, com uma campanha a serviço das lutas dos trabalhadores, denunciando firmemente a estrutura de poder da USP a serviço de uma universidade elitista e racista e defendendo a dissolução do próprio conselho universitário, em total apoio a greve e ocupação dos estudantes.

Agradeço a todos os votos nesses candidatos, em particular aos colegas da FFLCH, que ajudaram a eleger esses candidatos, com 123 votos na minha candidatura, 74 para Neli e 47 para Dulce. Essa votação fortalece os lutadores e a categoria!

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