Quinta 2 de Maio de 2024

150 estudantes participam de teleconferência direto do Chile na USP e Unesp de Marília

03 Sep 2011   |   comentários

Na última quarta feira, dia 31/08 foi realizada a teleconferência com os companheiros estudantes do PTR, organização irmã da LER-QI no Chile, com o intuito de discutir com o conjunto dos estudantes o processo de mobilização pela educação gratuita. Nos marcos de um debate de estratégias e frente à nova conjuntura que se abriu a partir da crise internacional que estourou em 2008, remarcou-se a importância dos processos decorrentes desta crise como vimos com a Primavera Árabe, os indignados do Estado Espanhol, as juventudes da Grécia, França, Inglaterra. Na América Latina, especialmente na América do Sul, ainda que a crise não tenha desencadeado efeitos imediatos, já começam a estourar processos da luta de classes em relação a demandas democráticas elementares, como é o direito à educação, numa luta por educação pública, gratuita e de qualidade contra o projeto de educação privada e a repressão que carregam fortes resquícios da ditadura de Pinochet no Chile. Contra o governo direitista de Piñera, a juventude levanta barricadas nas ruas e se confronta com os ‘’carabineros’’ (policiais), o aparato repressivo e assassino do Chile, que é responsável pela morte do jovem Manuel Gutierrez durante o processo.

A atividade contou com a presença da companheira Diana Assunção, dirigente da LER-QI e diretora do Sintusp, recém chegada do Chile, cerca de 150 estudantes da USP e Unesp – Marília passaram pelas atividades em suas universidades. Diana interviu colocando mais de conjunto a situação política no Chile, o caráter completamente privado da educação no país, a forte repressão e o debate com as direções estudantis conciliadoras, do Partido Comunista, que negociam com Piñera mais bolsas de estudo enquanto um jovem morre e tantos outros se arriscam se colocando na luta por uma educação pública para todos, e Camila Vallejo, dirigente estudantil chilena, do PC, que vem ao Brasil dialogar com o governo burguês de Dilma e a UNE, que aqui cumpre um papel semelhante marcado pela conciliação e governismo. Direto do Chile estavam Gabriel "Gaba", militante do PTR e estudante da Faculdade de Filosofia da Universidade do Chile, com Marcelo Torres, dirigente da LER-QI enviado ao Chile. Ambos apresentaram um panorama com detalhes processo e a estratégia que devemos levantar diante do estado repressor e também das direções conciliadoras, diante de uma juventude amplamente combativa.

Também interviram os camaradas Ravenna e André Bof, estudantes da USP e militantes da LER-QI, saudando a luta dos companheiros chilenos, das universidades federais brasileiras com reitorias ocupadas e da Fundação Santo André e contra as direções estudantis brasileiras da UNE que também não podem responder a situação nacional frente às universidades racistas e elitistas. Na Unesp de Marilia, André Bonacini, também militante da LER-QI fez uma saudação resgatando a importância da auto-organização e da aliança operário-estudantil, e colocou os limites que têm se apontado a partir da direção da Confech, que caminha para uma negociação com o governo pelas costas dos estudantes e vêm ao Brasil para se ligar à UNE e pedir auxilio do governo Dilma, abandonando desta forma a independência politica fundamental para a vitória do movimento.

Por fim, nós da juventude da LER-QI repudiamos a atitude do professor Antônio Flávio Pierucci, que de maneira autoritária tentou dar fim à teleconferência repetidas vezes, gritando com os estudantes durante as falas dos companheiros do Chile. O argumento do professor é de que estávamos atrapalhando uma atividade em sua sala, no entanto, que atividade, no interior da faculdade de Ciências Sociais, poderia trazer maiores lições que uma discussão com parte da juventude em luta que tem pautado os noticiários de todo o mundo, nos marcos de uma nova conjuntura política internacional? Esse tipo de atitude vinda de um professor, e completa falta de diálogo com a realidade, demonstra bem o caráter das universidades brasileiras elitistas, nas quais grande parte de seus conteúdos não estão voltados para os jovens e para o conjunto da população e para nos preparar para intervir de forma transformadora na realidade, na verdade, ridicularizam e combatem qualquer idéia transformadora.

Desde o Brasil, tomando por exemplo a juventude chilena e seu espírito combativo e debatendo programa e estratégia, nós da LER-QI junto aos companheiros do Bloco ANEL às Ruas continuaremos praticando a solidariedade internacionalista, com atos, atividades e debates sobre a luta no Chile e no Brasil nos colocamos a tarefa de lutar por uma universidade pública , gratuita e de qualidade, aberta para o conjunto da juventude e do povo pobre. Por isso nos colocamos, em aliança com os trabalhadores, pela estatização do ensino privado e pelo fim do vestibular!









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