Palavra Operária

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No 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher em homenagem as heróicas operárias têxteis que em 1857 lutaram pelos seus direitos fazendo greve e acabaram sendo assassinadas pela patronal. Queremos rasgar o véu da demagogia usada pelos patrões e poderosos de que hoje haveria “igualdade de oportunidades” , enquanto na verdade sabemos que continuamos sendo oprimidas e nos são negados os direitos democráticos elementares. Acreditamos que todas as mulheres que querem lutar conseqüentemente contra a opressão devem se ligar à luta das mulheres trabalhadoras, as mais oprimidas, mas que justamente por isso podem dar uma saída independente e de conjunto, contra este sistema de miséria que nos oprime e nos desumaniza.

Não podemos nos calar frente ao governo de Lula que não se cansa de demonstrar ser capacho do imperialismo norte-americano, responsável pelo assassinato de milhares de pessoas dentre as quais há um imenso número de mulheres e crianças, seja diretamente, como no Iraque e Haiti ’ países em que as mulheres sofrem brutais violações pelos soldados ’ ou indiretamente a partir da exploração dos povos de todo o mundo. É preciso denunciar que Lula governa para os patrões e os ricos e colabora para a manutenção da opressão sobre as mulheres.

Nós mulheres carregamos nas costas as conseqüências da violência policial, que atinge principalmente os jovens negros nos morros e favelas. São muitas as mulheres que perdem seus filhos e companheiros, vítimas do extermínio provocado pela polícia e pela Força Nacional, como no Complexo do Alemão (RJ) ’ chacina que o governo Lula considerou um exemplo para todo o país. Esse mesmo governo criou o PAC da Segurança, para aumentar ainda mais a repressão. Em Salvador, mães que perderam seus filhos saíram às ruas em protesto, foram reprimidas pela mesma polícia e não se calaram. Fazemos coro com suas vozes: abaixo a violência policial e punição aos culpados!
Um acontecimento que merece todo nosso repúdio é a violência descarregada sobre uma menina de 15 anos que ficou presa numa cela mista no Pará com 20 homens, sendo sistematicamente estuprada. Repudiamos e denunciamos este fato e exigimos punição aos culpados. É vergonhoso que isso tenha ocorrido sob o governo de Ana Júlia Carepa (da Democracia Socialista, corrente de esquerda e interna do PT) que cinicamente convoca e dirige a Marcha Mundial de Mulheres.

A Igreja, junto a setores do governo impulsiona uma campanha reacionária contra o direito ao aborto, ou seja, contra a decisão das mulheres de quererem ou não ser mães em determinado momento de suas vidas. Nos dizem para “Escolher, pois, a vida", mas não se interessam pela vida de milhares de mulheres que morrem todos os ano por abortos clandestinos feitos sem as mínimas condições de segurança e higiene. A Igreja é tão reacionária que dentre sua própria base há setores de católicas que lutam pelo “Direito de Decidir” , ou seja, que se organizam contra a própria Igreja por uma demanda democrática de todas as mulheres. E mesmo assim, lamentavelmente um setor que se reivindica da esquerda faz coro da política reacionária da Igreja, como é o caso de Heloisa Helena do PSOL que impulsiona a campanha “Por um Brasil sem aborto” .

Mas além da violência institucional e também doméstica, enfrentamos diariamente a discriminação e a violência trabalhista. Nós mulheres recebemos salários muito menores que os dos homens realizando as mesmas tarefas; e os salários das mulheres negras são ainda menores. Não temos creches gratuitas onde levar nossos filhos, e muitas trabalhadoras precarizadas, pelas condições de exploração acabam sofrendo abortos espontâneos. E ainda somos duplamente exploradas, tendo que cumprir a jornada de trabalho e depois assumir as tarefas domésticas que não são remuneradas.

Por tudo isso, chamamos os setores que estão dispostos a se organizar para lutar pelas demandas da mulher, sobretudo da mulher trabalhadora, a construir o Bloco Pão e Rosas que irá compor a marcha do 8 de março convocada pela Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas)

A LER-QI, chama a marchar:

ABAIXO O IMPERIALISMO!

Fora do Haiti as tropas brasileiras e da ONU!
Fora o imperialismo do Iraque e da América Latina!
Basta de estupros e mortes das mulheres no Iraque e no Haiti!

PELOS DIREITOS DA MULHER TRABALHADORA!

Abaixo a precarização e terceirização! Efetivação de todos os precarizados e terceirizados com salários e direitos iguais!
Abaixo a diferenciação de salário entre homens e mulheres, entre brancos(as) e negros(as)! Igual trabalho por igual salário. Pelo salário mínimo do DIEESE!
Creches, refeitórios e lavanderias gratuitos nos bairros e locais de trabalho garantidos pelas empresas e/ou governo!
Basta de discriminação no trabalho com as mulheres que têm filhos!
Contra o assédio moral às trabalhadoras de Samkwang de Campinas!

PELO DIREITO À MATERNIDADE E PELO DIREITO AO ABORTO SEGURO E GRATUITO!

Lutamos pelo direito das mulheres de decidir sobre nosso próprio corpo:
Basta de perseguição as trabalhadoras para que não engravidem. Pelo direito à maternidade.
Educação sexual para decidir.
Distribuição gratuita de contraceptivos de qualidade para não abortar, e direito ao aborto seguro e gratuito para não morrer.

VIVA A LUTA DAS MÃES DE SALVADOR, BAHIA!

Abaixo a violência policial contra o povo negro!
Abaixo o PAC da Segurança do governo Lula!
Por comitês de investigação e mobilização independentes para punir os culpados das mortes provocadas pela violência policial!

CASTIGO AOS RESPONSà VEIS PELA VIOLÊNCIA À JOVEM DO PARà !
Fora a governadora da DS Ana Júlia Carepa!

BLOCO PÃO E ROSAS
DIA 08 DE MARÇO ÀS 10H
(concentração na Praça Oswaldo Cruz, início da Av. Paulista).

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