Palavra Operária

Diferente de outros lugares, na eleição para o CACH do IFCH, Unicamp, tivemos uma chapa unificada dos setores combativos e que romperam com a UNE. A nossa chapa, Barricadas: fecham as ruas, abrem caminhos (Ler-qi, PSTU, RP e independentes), ganhou com 52% dos votos contra a chapa do PSOL, que manteve um discurso oportunista e rebaixado, e a chapa democrática do PCO.

Esta vitória é importante, pois somos parte de um processo de construção de uma nova tradição de movimento estudantil, muito diferente do atual grupo que está há 6 anos no nosso DCE (Rosa do Povo-PSOL), rompendo com a velha prática petista dos aparatos, do parlamentarismo e dos discursos rasos. Avançamos em muito nestes últimos dois anos na construção de um movimento estudantil combativo, antigovernista e anti-burocrático, que coloque as suas lutas para além das reivindicações imediatas e pense numa luta mais estratégica para transformar a universidade.

Neste ano a atual gestão, Molotov, na qual fazemos parte da coordenação, impulsionou a luta por nossas demandas internas ligada, ao debate da reforma universitária, através de assembléias, atos e fóruns de discussão e mobilização. Neste processo nos aliamos com os funcionários do IFCH, com reuniões e boletins conjuntos, e estes colocaram em pauta a demissão dos 600 funcionários da Funcamp, luta esta que levamos a frente, apesar de nossas diferenças, em conjunto com o sindicato. Isto é o que entendemos por uma aliança orgânica com os trabalhadores. E não só da universidade, pois também participamos das assembléias/piquetes da campanha salarial dos metalúrgicos de Campinas.

A vitória da Barricadas é o reconhecimento pelos estudantes deste processo que iniciamos aqui no IFCH e pretendemos aprofundar. Fizemos muitas coisas estes ano, como o Encontro Paralelo ao CONEB, a ida ao ENE e CONAT e o processo de entrada na Conlute, mas ainda há muito a se fazer. Preparamos os Molotovs, agora iremos armar as Barricadas, para fechar as ruas e avançar nas lutas.

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