Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

SAMKWANG CAMPINAS

Trabalhadoras e trabalhadores da Samkwang e Costech, em Campinas, iniciam paralisação que pode desencadear greve

28 Feb 2008   |   comentários

Na madrugada de 27 de fevereiro os trabalhadores das empresas Samkwang e Costech, que produzem componentes de celulares para a Samsung em Campinas, iniciaram uma paralisação contra inúmeros assédios morais das empresas e para exigir a resolução de 31 irregularidades apontadas, inclusive, pela DRT ( Delegacia Regional do Trabalho).

No dia primeiro de fevereiro os trabalhadores da Samkwang já se indignaram com a demissão armada de um trabalhador eleito em outubro para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que tem garantido por lei a estabilidade de trabalho. Além deste caso, que é claramente um ataque a organização dos trabalhadores, as trabalhadoras da empresa (que compõem quase 80% do quadro de funcionários) recebem cotidianamente ameaças da patronal para que não engravidem.

Durante a paralisação uma trabalhadora denunciou as condições de higiene que a empresa as submete, não fornecendo jalecos individuais, o que a fez ser contaminada por sarna, e outra denunciou que descontaram de seu salário meio dia de trabalho em que ela estava no hospital devido à intoxicação com produto da própria empresa, o pior é que, ela havia passado pelo médico do próprio condomínio industrial que abriga a Samsung, Samkwang e Costech. Como se não bastasse, a empresa vem não aceitando os atestados médicos e obrigando os trabalhadores e trabalhadoras a operar mais de uma máquina por vez.

Os trabalhadores da Costech, metalúrgica que também compõem o mesmo condomínio industrial, também começaram o dia com paralisação e retornaram a produção três horas depois. As reivindicações deles são contra abusos muito parecidos com os dos trabalhadores e trabalhadoras da Samkwang, alta temperatura no ambiente de trabalho, abuso moral contra as trabalhadoras, alto de indicie de Lesão por Esforço Repetitivo devido as péssimas condições de trabalho e ao alto ritmo da produção entre outros.

Nós da LER-Qi achamos de imensa importância participar solidariamente desse processo que mostra os abusos e parasitismo da patronal contra os trabalhadores. Além disso, estaremos junto as mulheres trabalhadoras, como estas da Samkawang e Costech, contra a superexploração de seu trabalho, numa luta de gênero e classe. Nas proximidades do 8 de março, devemos denunciar amplamente este de muitos exemplos de como as mulheres trabalhadoras são exploradas e submetidas as piores condições de trabalho. A emancipação da classe trabalhadora não se dará sem a emancipação das mulheres trabalhadoras!

Ultimas notícias, 28/02/08

Paralisação força patrão a abrir negociação!

Na noite de ontem os representantes da patronal assinaram um acordo com os sindicalistas e uma comissão de trabalhadores se comprometendo a abrir negociações sobre as reivindicações dos trabalhadores a partir de 3 de março. Os pontos estabelecidos para a negociação são:

1) Implantação de plano de cargos e salários;
2) Análise da reivindicação de reintegração do cipeiro Clóvis Vilela Filho, eleito em outubro último pelos trabalhadores para a vice-presidência da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e que tem estabilidade garantida por lei para exercer seu mandato;
3) Substituir o plano de convênio médico;
4) Estabelecer negociações para implantar o programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para 2008. (OBS: sem este programa implantado, o valor da PLR paga normalmente é limitado ao do piso da categoria);
5) Não punição aos trabalhadores em razão desta greve e sem descontos das horas paradas e do descanso semanal remunerado; e
6) Implantar vale-refeição no valor de R$ 50,00 aos trabalhadores que não tiverem falta injustificada.

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