Sábado 27 de Abril de 2024

Juventude

FORTALECER A GREVE DAS UNIVERSIDADES E BARRAR A REPRESSÃO

Todas as forças para retomar uma forte greve estudantil nas estaduais paulistas

29 Jul 2014   |   comentários

A forte greve entre trabalhadores das estaduais paulistas, principalmente na USP, para derrotar o governo Alckmin e barrar o projeto de universidade elitista tem hoje sua principal debilidade na fraqueza da mobilização entre professores e estudantes. Mesmo com a aprovação da greve nas assembleias estudantis de dezenas de cursos, a pressão da Copa do Mundo e das férias fez com que grande parte dos estudantes saísse das universidades.
Se é verdade que esse esvaziamento do movimento estudantil se liga a diminuição das mobilizações de juventude em todo o país, também é verdade que as gestões dos DCE’s (Diretório Central dos Estudantes) da USP e UNICAMP reforçaram esse cenário ao se adaptarem ao corporativismo do calendário estudantil. Essas entidades se abstiveram de continuar a fazer política para que mesmo durante as férias os estudantes que permaneceram se organizassem ou mesmo de pensar como retomar a mobilização em agosto. Isso mostra a concepção dessas entidades dirigidas pela esquerda tradicional, que não se guiam pela necessidade da luta, mas sim por calendários eleitorais.

Nas três estaduais, estamos desde o primeiro dia da greve colocando nosso apoio aos trabalhadores e levantando a necessidade avançar nas pautas estudantis, rompendo com qualquer corporativismo e se ligando aos interesses da população. Isso é necessário para mudar o caráter de classe da Universidade, lutando por permanência, acesso, pelo fim do vestibular no marco da democratização radical da Universidade, contra a estrutura de poder e a casta das reitorias e Concelhos Universitários que ganham milhões, e que agora querem que os trabalhadores e estudantes paguem pela crise.

Na USP, a Juventude às Ruas, junto com as companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas, continuam reforçando os piquetes e atos, participando das assembleias e debates. Tendo iniciativas que estão fazendo diferença concreta para os trabalhadores, como é a organização do Cantinho das Crianças, espaço recreativo e lúdico organizado para os filhos dos trabalhadores, permitindo que mães e pais sejam sujeitos da luta em curso. Outra iniciativa é a de preparar jantas, almoços e cafés da manhã e da tarde aos trabalhadores em greve do Hospital Universitário (HU). Frente a uma greve longa e desgastante, na qual muitos não têm tempo de se alimentar direito, uma deliciosa galinhada, caldinho e bolos dão energia para encarar o frio e a intransigência de Zago.

Com a perspectiva da greve entrar em agosto, é necessário que nos preparemos para, com o início do 2° semestre, fazer todos os esforços possíveis para retomar a greve estudantil e se mobilizar para apoiar a luta dos trabalhadores pelo reajuste salário e por melhores condições de trabalho, defendê-los das ameaças de corte de ponto e da entrada da PM contra os piquetes. Bem como lutar por uma forte mobilização pela liberdade de Fábio Hideki, estudante de jornalismo e trabalhador da USP. Sem desligar isso das demandas estudantis, como a luta por permanência estudantil, pela implementação imediata de cotas raciais sobre todas as vagas e proporcionais à população negra de cada estado ligado à luta pelo fim do vestibular para que todos os negros possam estudar na universidade, pela resolução efetiva dos problemas que enfrentam os três setores na EACH, contra os cortes de bolsas, se posicionando pela abertura imediata das contas das universidades e pela democratização radical da estrutura, através de uma Assembleia Estatuinte independente e contra as reitorias, como única saída para a crise que não fomos nós que criamos.

A partir do CACH (centro acadêmico de ciências humanas da Unicamp), no qual a Juventude às Ruas faz parte da gestão, viemos tendo iniciativas para manter a politização durante as férias, com assembleias semanais dos três setores, divulgação das atividades e acompanhamento orgânico da greve junto aos trabalhadores, preparando a volta em agosto, com um chamando a uma campanha pela libertação do Fábio Hideki, bem como uma exigência para que as direções do movimento estudantil se coloquem em luta. É um pequeno exemplo de uma entidade que, junto aos trabalhadores, se coloca como um entrave à politica da reitoria, no sentido de fortalecer todas as lutas que queiram colocar a Universidade a serviço dos trabalhadores e aberta à população.
Precisamos exigir que as gestões dos DCE´s da USP e UNICAMP, dirigidas majoritariamente pelo PSOL, mas também pelo PSTU, no caso da USP, convoquem amplamente assembleias para retomar a greve no início de agosto, mas que desde já construam a solidariedade ativa à greve de trabalhadores. É vergonhoso ver gestões de centenas de membros mandarem apenas um estudante para fazer uma fala de apoio nas assembleias de trabalhadores e nada mais. Exigimos também que as candidaturas de Thiago Aguiar do PSOL e Arielli do PSTU, ambos membros do DCE da USP, tenham como principal objetivo o fortalecimento da greve das estaduais paulistas e da campanha pela libertação de Fábio Hideki e todos os presos por lutar!

Para que seja possível que a greve estudantil ressurja com força, é fundamental que construamos as assembleias desde a base dos estudantes. Aprovando a formação novamente de um comando de greve com delegados revogáveis e eleitos pela base, como único instrumento democrático que pode unificar e massificar a mobilização avançando para conquistar nossas demandas e derrotar a politica dos governos e reitorias.

BASTA DE PRISÕES, PROCESSOS E PERSEGUIÇÕES AOS LUTADORES!
NÃO A CRIMINALIZAÇÃO AOS MOVIMENTOS SOCIAS!

Nós, da Juventude ÁS RUAS, a partir dos centros acadêmicos que compomos, estamos fazendo um chamado a todas as organizações de esquerda, de direitos humanos e ativistas sinceros a se somarem à semana nacional de mobilização contra as demissões aos 40 metroviários de SP, contra a ameaça de corte de ponto aos trabalhadores da USP, pela imediata libertação de Fabio Hideki e todos os presos por lutar, assim como o fim dos processos contra os ativistas.

VEJA O CHAMADO COMPLETO AQUI:

http://ideiasincendiarias.tumblr.com/post/92925899977/chamado-do-cach-unicamp-as-entidades

http://juventudeasruas.blogspot.com.br/2014/07/um-chamado-pela-libertacao-de-fabio.html

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