Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

Nenhuma confiança nos acordos com a reitoria e o governo!

Somente com a força de nossa luta vamos arrancar as nossas reivindicações!

20 Nov 2007   |   comentários

A política de sucateamento e a privatização continua

No processo de Ocupação da Reitoria da USP e de greve das estaduais paulistas, o Cruesp se viu pressionado a fazer um acordo que ia contra a política de sucateamento e privatização da universidade. Apesar de não termos conseguido reverter esse processo por completo e apesar de o acordo tratar apenas do valor arrecadado que estivesse acima do previsto (não discutimos o que deve ser feito com cada centavo arrecadado), as medidas propostas diminuiriam a enorme diferença que existe entre os salários (e que coloca de um lado funcionários diretamente ligados ao Cruesp, com cargos administrativos ou de direção e que recebem fortunas, e do outro os trabalhadores que ganham um piso salarial que está muito abaixo das necessidades de uma família). Também fazia parte do acordo o investimento em infra-estrutra, que deixa as faculdades que não recebem os investimento milionários das fundações com salas super-lotadas e estruturas precárias. Além disso, o acordo estipulava um valor que deveria ampliar a assistência estudantil, que do modo que funciona hoje não garante o acesso aos estudos à grande maioria da população trabalhadora e do povo negro.

Como hoje o Cruesp não está pressionado por um movimento forte de funcionários e estudantes, os reitores decidiram embolsar todo o valor arrecado para continuar com sua política de privatização e de sucateamento das universidades.

Com essa medida, as universidades vão aprofundar seu processo de elitização e de ataques aos trabalhadores. Todo o dinheiro arrecadado vai ser destinado para manter e ampliar os convênios com as fundações, com as empresas terceirizadas. Para investir na infra-estrutura dos cursos que tem projetos de pesquisas mais diretamente vinculados às empresas. Para manter a estrutura das universidades voltada para os interesses empresariais que existem por trás das pesquisas elaboradas e para sustentar a burocracia universitária que ganha fortunas e utiliza seus cargos para criar e manter fundações privadas.

Derrotar a burocracia universitária para impor nossos interesses

Durante a greve e a ocupação da Reitoria da USP ficou evidente que os interesses dos trabalhadores e dos estudantes que lutam contra a elitização e a privatização da universidade estão na direção oposta aos interesses da burocracia universitária que controla a universidade, afinada com os interesses do governo. Se hoje as universidades são controladas de maneira totalmente anti-democrática - dando poder de decisão apenas aos professores titulares, com um estatuto que remete a década de 30, ao governo Vargas e que passou pelo aval da ditadura militar ’ isso aconcece para que os interesses da burguesia estejam garantidos. Nenhum reitor, nenhum diretor de unidade, nenhum membro do Conselho Universitário está interessado em saber se os trabalhadores vão poder ter acesso às universidades. Eles estão interessados em garantir a lucratividade das fundações. Enquanto os trabalhadores custeiam todas as universidades com os impostos, é um punhado de professores titulares que decidem os rumos das verbas.
Por isso, para que possamos garantir que a universidade esteja voltada para atender aos interesses dos trabalhadores e do povo pobre, para que a universidade deixe de ser uma ilha elitista, para que as pesquisas sejam desenvolvidas para a melhoria da qualidade de vida do conjunto da população e não para os interesses empresariais, temos que tirar o poder de decidir o que vai ser feito com as verbas das universidades das mãos da burocracia universitária.

Fortalecer os setores combativos para superar as velhas direções.

Apesar do resultado não ser o esperado pelos trabalhadores o ato na Unicamp demonstrou que a vanguarda combativa de trabalhadores que lutou bravamente contra os decretos de Serra mantém suas energias saindo novamente a lutar com métodos radicalizados e um espírito de combatividade que abalou a “normalidade” imposta pelas direções do Fórum das Seis como a Adusp e a Adunicamp que tentam disciplinar os trabalhadores. Recentemente os trabalhadores dos Correios demonstram também um espírito de combatividade e um forte sentimento anti-burocrático. Contra a normalidade pacífica dos pelegos governistas que elogiam o aparato repressivo burguês reivindicamos o exemplo dos combativos companheiros dos Correios que obrigaram as direções traidoras do PT e PC do B a sair escoltados. Basta da convivência com burocratas do STU, Adusp e Adunicamp!!!

Valorizamos exemplos como estes pois acreditamos que ainda que inicialmente também no Brasil setores de vanguarda da classe operária dão sinais de recomposição e confiança em suas próprias forças que superam os limites da “normalidade” imposta pelas suas direções e onde os trabalhadores de todo o país podem se apoiar para levar suas lutas adiante.

O SINTUSP que organiza este setor mais mobilizado e combativo das três universidades têm a responsabilidade de travar uma luta no interior do Fórum das Seis para romper com a estratégia petista de “pressão parlamentar” e apoiar a organização dos setores mais combativos das três universidades por fora das direções do próprio Fórum das Seis. Da mesma maneira devemos lutar para que o Fórum das Seis funcione a partir de assembléias com representantes eleitos na base de suas categorias como única forma de combater os “consensos entre direções” e fortalecendo os setores mais combativos contra direções como o STU, a Adusp e o próprio DCE da USP que está nas mãos do PT/PC do B e PMDB. Ao mesmo tempo a Conlutas poderia cumprir um papel muito importante para que a vanguarda combativa que se apresentou novamente nesta paralisação não continue a lutar isolada das demais categorias essenciais à produção e a mercê dos consensos no Fórum das Seis, unificando e coordenando as campanhas salariais e levantando como eixo a luta pelo salário mínimo do DIEESE.

O Cruesp descumpre o acordo....
...para colocar todo o dinheiro arrecadado nos cofres das universidades, pagar dívidas com as Fundações, terceirizar, gastar em viagens, renovar frota de carros dos diretores...

É NECESSÃ RIO POR DE PÉ UMA CAMPANHA NACIONAL CONTRA OS ATAQUES DO GOVERNO E DOS CAPITALISTAS

A sucessivas ofensivas em nível nacional que a burguesia desfere contra as condiçoes mínimas de vida e trabalho que a classe trabalhadora conquistou, seguem acirrando-se em nome do aumento da sua taxa de lucro.

Nas condições precárias impostas nos locais de trabalho, a burguesia tem nos levado a acidentes fatais como o do metro, da Tam , GOL etc, já nas relações de trabalho a uma exploraçao cada vez mais aguda, expressa nos ataque aos direitos trabalhistas, como o da Reforma da Previdencia, o Super Simples e a Super Receita, e agora, a flexibilização da CLT pelo deputado Vacarezza do PT.

Como se não bastasse, ainda querem retirar o nosso direito de defesa contra esses golpes, tentando nos impedir de realizar greves, piquetes, utilizando a justiça burguesa e a policia para nos punir como criminosos, simplesmente por defendermos os direitos básicos a uma vida digna do povo oprimido. Foi assim na greve do Metró que resultou em 61 demissões, na prisão dos controladores de vóo, na repressão aos estudantes da Fundação Santo André e a entrada da tropa de choque na faculdade de direito e a repressão à recente ocupação da PUC.

Os trabalhadores e os estudantes não podem ser punidos e criminalizados enquanto empresários assassinos do povo e mensaleiros do Estado saem impunes, e condecorados!!!

Na USP vários ativistas e inclusive diretores de nosso sindicato estão sendo perseguidos e processados por lutar em defesa da universidade.

Para isso a Conlutas e todas as organizações que se reivindicam clas¬sistas têm o dever de impulsionar uma campanha nacional contra a repressão e a criminalização de nossos lutadores. Na USP, desde já as CHAPA 1 que faz parte da Conlutas e a CHAPA 2 que faz parte da Intersindical e se reivindicam anti-governistas devem impulsionar uma campanha unificada contra a repressão e a perseguição a TODOS OS LUTADORES.

Tirem as mãos de nossas organizações!!!
Nenhuma punição aos nossos lutadores!!!

PRECISAMOS DE UMA DIREÇÃO DEMOCRà TICA E COMBATIVA! PARA COMBATER OS GOVERNISTAS DA CHAPA 3, OS PELEGOS DA CHAPA 2 E OS ATAQUES DO GOVERNO LULA/ SERRA E DA REITORIA!!!!

Nos dias 28 e 29 de dezembro ocorrerá a eleição para o Sintusp. Consideramos este um momento especial para que os trabalhadores discutam o futuro de nosso sindicato. Por isso travamos uma luta política pela unidade dos setores combativos em uma chapa unificada.

Discordamos da maneira como as distintas chapas têm conduzido o debate sobre as eleições, pois acreditamos que os trabalhadores devem poder discutir democraticamente as distintas posições, com debates entre as chapas nas unidades e no próprio sindicato.

A CHAPA 3 (Desatando o nó ’ Renovação e luta) apesar de falar em apartidarismo em seu material têm como integrantes membros historicamente petistas e é apoiada diretamente por Ricardo Berzoinni (ver entrevista com Edgar), um dos ministros carrascos de Lula e presidente do PT. Além disso, é apoiada também pela CUT, que negocia ataques aos trabalhadores junto com o governo e outras centrais.
Eleger a Chapa 3 significaria submeter os combativos trabalhadores da USP aos mesmos políticos corruptos que atacam os trabalhadores em nome dos lucros dos empresários e banqueiros. Que moral a CHAPA 3 tem para falar de ética no sindicato em seus materiais quando nas elei¬ções estão ligados diretamente ao governo capitalista que paga mensalões milionários e negocia cargos com todo o Congresso corrupto para aprovar seus projetos????

O que querem esconder é que estão ligados aos pelegos que traem nossas lutas, fazem negociatas contra os trabalhadores e “desatam o nó” dos bolos de dinheiro dos sindicatos que gastam em festas, viagens e privilégios a custa do dinheiro dos trabalhadores. Na CHAPA 3 estão burocratas como Bezerra, que foi expulso da diretoria do Sintusp por se envolver em escândalos de corrupção; França, que mesmo sendo da atual diretoria que se reivindica antigovernista organiza os pelegos a partir de dentro do próprio sindicato; ou ainda representantes como Estela que é CDB da Edusp mas aceita tranquilamente que em sua unidade a maior parte do trabalho seja feita por estagiários e trabalhadores precarizados sem nenhum direito. Não podemos mais conviver tranquilamente com esta gente!! Nestas eleições os trabalhadores da USP devem dar um grande exemplo aos trabalhadores de todo o país de como varrer a burocracia governista e a pelegada dos sindicatos, como a do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp dirigida pelo PC do B e atrelada ao governo até a medula!!!

A CHAPA 2 (Oposição de Esquerda Reconstruir o Sintusp na luta) é composta por membros do PSOL, como Vera Monezzi e Marcelo Cardagi. O PSOL, que tem como principal figura nacional a senadora Heloísa Helena, ajudou a aprovar leis anti-operárias como o Super-Simples (que permite que pequenas empresas não sejam obrigadas a pagar nenhum direito trabalhista) e ficou conhecido como o partido das CPIs, procurando “melhorar” o regime de podridão em que vivemos com o aval dos corruptos do Congresso Nacional.

Apesar de levantar o lema “Reconstruir o Sintusp na luta” os integrantes do PSOL que encabeçam a “Oposição de Esquerda” ficaram conhecidos como “os moderados” por se colocarem contrários aos métodos combativos dos trabalhadores da USP e na greve deste ano defenderam, principalmente pela via do movimento estudantil, o fim da ocupação desde o primeiro dia em troca das migalhas que a reitoria deixava para nós. Longe de reconstruir o Sintusp, fizeram em 2004 uma campanha nefasta de desfiliação, enfraquecendo nossa ferramenta de luta, além de encabeçar calúnias contra companheiros combativos de nosso sindicato como Brandão.

Medidas como a aprovação do Super-Simples e a atuação destes companheiros em nossa categoria não podem ficar impunes. Calúnias, intrigas e a aprovação de medidas anti-operárias não são novas no movimento operário.

Por isso é fundamental fortalecer os setores lutadores e combativos de nosso sindicato. Apesar de todas as diferenças e sem deixar de lado nossas posições chamamos os trabalhadores a apoiar a CHAPA 1 (Sempre na luta ’ Piqueteiros e lutadores) contra os governistas da CHAPA 3 do PT e os pelegos da CHAPA 2 do PSOL!!

Edgar ’ trabalhador da PCO candidato à diretoria pela CHAPA1

A chapa 3 é ainda pior que a chapa 2, pois é diretamente governista e ataca os trabalhadores junto com o governo e com os patrões, pois sua política é diretamente a dos patrões!

A Chapa 2 e a Chapa 3 são contra os trabalhadores e a favor dos patrões! Recebi um telefonema de alguém que se identificou como sendo o Ricardo Berzoini do PT me convidando para entrar na chapa 3! Mas a minha resposta foi NÂO! Pois entrar em uma chapa patronal e governista seria trair os trabalhadores... um governo que ataca os trabalhadores e está a serviço dos patrões!

Eu sou trabalhador e estou com os trabalhadores, por isso estou com a Chapa 1 a única de luta e que defende os trabalhadores e a classe trabalhadora!

Declaração de Mara, ex-militante da corrente operária PSOL candidata a Deputada Estadual em 2006

“Não acredito que os trabalhadores vão conseguir seus interesses elegendo deputados, senadores e presidente. Somente tirando a burguesia do poder é que poderemos ter uma vida digna. E para isso uma coisa é fundamental: que os trabalhadores se organizem para defenderem seus interesses, que lutem contra a burocracia sindical, que tomem os sindicatos que hoje são controlados pela CUT, pela Força Sindical e outras centrais patronais e se organizem democraticamente para lutarmos contra a patronal.

Por isso não podemos deixar que a Chapa 3, totalmente ligada à CUT se eleja. Tampouco podemos deixar que um sindicato combativo como o Sintusp seja dirigido por militantes do PSOL, que ajuda o governo a aprovar medidas contra os trabalhadores, como o Super-Simples. Eu defendo a Chapa 1, composta em grande parte por militantes combativos que estão sempre na linha de frente e que, junto com todos lutadores da universidade, são responsáveis por tornar o Sintusp em uma referência nacional.

Mesmo assim, acho que o fato dessa chapa não ter permitido a participação de militantes da LER-QI por serem trabalhadores precarizados não ajuda os trabalhadores a se prepararem para as tarefas que temos pela frente.”

OS ATAQUES DO GOVERNO LULA, DO PT E DA CUT

Enquanto as grandes empresas brasileiras são consideradas entreas “melhores” do mundo, a desigualdade social no Brasil só cresce

Enquanto o governo brinca com dados estatísticos para tentar convencer alguém de que a situação dos trabalhadores brasileiros tem melhorado, vemos a cada dia o aumento do custo de vida, o desemprego e a precarização do trabalho como coisas comuns na vida de qualquer família trabalhadora. Ou seja, com Lula e o PT, os empresários vêm juntando fortunas, enquanto os trabalhadores tem que conviver com salários de fome, desemprego, sub-empregos, jornadas de trabalho extenuantes. Companhias como a Vale do Rio Doce, a Friboi e a Embraer não param de crescer. Enquanto isso, quase 70% dos trabalhadores não tem carteira assinada.

Hoje o governo Lula e o PT estão costurando um grande acordo com os demais partidos burgueses e as centrais sindicais (a CUT, a Força Sindical, a CGT, CGTB, etc.) para regulamentarem, para fazerem valer como lei, diversos ataques aos trabalhadores.

Ataque ao direito de Greve...

No dia 24/10 nós participamos da Marcha à Brasília contra as Reformas do governo e no dia seguinte o STF determinou a regulamentação do direito de greve para funcionalismo, fazendo valer (enquanto não é aprovada uma medida permanente no Congresso do mensalão) as mesmas regras estabelecidas para a iniciativa privada. Essa medida nos obriga a garantir 30% do funcionamento dos serviços e proíbe os piquetes. Um projeto como este já estava sendo negociado entre o governo e as centrais sindicais (incluindo a CUT), mas enquanto esse acordão não sai, fica valendo a decisão do STF.

...Mais flexibilização...

Um deputado do PT, Cândido Vacarezza, apresentou como projeto de lei 1.987/07 uma nova parte da fatia da Reforma Trabalhista, a chamada “nova CLT” . Uma das medida do projeto do PT permite o aumento da jornada de trabalho de 8 para 12 horas por dia. O domingo poderá ser dia de trabalho obrigatório (e não mais em casos excepcionais) de acordo com a vontade da empresa. Para quem trabalha em turno de revezamento, elimina-se a jornada de 6 horas.

...e mais dinheiro para os empresários e as centrais sindicais...

Quem vai arcar com o custo de todas essas medidas são os trabalhadores e o povo pobre. Os ataques que o governo vem implementando vai atingir a gigantesca maioria dos trabalhadores brasileiros, que, de um jeito ou de outro, vão ter condições de vida ainda piores. Mas os deputados, as centrais sindicais e os empresários que estão discutindo e aprovando essas medidas não tem do que reclamar. Enquanto o Congresso do mensalão continua com suas portas abertas para todo tipo de negociata e corrupção, as centrais sindicais patronais e atreladas ao governo continuam recebendo fortunas do chamado imposto sindical obrigatório, que repassa para a CUT, a Força Sindical, A CGT, entre outras, bilhões de reais todos os anos. Tudo com o aval do governo. Os trabalhadores são obrigados a pagar para terem seus direitos atacados!! E enquanto isso, os empresários já fazem as contas de quanto a mais vão lucrar com essas medidas.

As Universidades na mira dos ataques do governo

Mas está enganado aquele que pensa que esses ataques não incluem os trabalhadores das universidades. A restrição do direito de greve vai dificultar a nossa organização, facilitando a vida do Cruesp para impor novos ataques. Hoje, já são milhares os postos de trabalho que foram terceirizados e estamos vendo como a reitoria da Unicamp já está passando setores fundamentais da universidade para as mãos da Funcamp. Não é à toa que mandaram uma nota a todos os trabalhadores da Unicamp ameaçando com o corte de ponto dos trabalhadores que participas¬sem das paralizações do dia 31/10 e 05/11. O mesmo fez a direção da Poli.

Precisamos reagir!! Se a CUT faz parte desses acordos, temos que propor para a Conlutas que nos organizemos nacionalmente para barrar todos esses ataques. Temos que nos unificar com os trabalhadores de fora da universidade para lutarmos juntos contra as medidas do governo e propor medidas que interessem aos trabalhadores e não os empresários e aos burocratas sindicais!!

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