Sábado 4 de Maio de 2024

Movimento Operário

Respeitar as decisões do CONAT

10 Dec 2006   |   comentários

Uma notícia no site da Conlutas , divulga como sendo política da própria Conlutas “a valorização do salário mínimo, estabelecendo uma progressão de forma que este atinja o valor calculado pelo Dieese ’ cerca de R$ 1.500,00 ’ no prazo de quatro anos” . Trazia também uma declaração do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, coordenador da Subsede Regional da Conlutas, e militante do PSTU, José Donizete de Almeida, que dizia que “para 2007, a proposta [da Conlutas] é dobrar o valor atual, passando então para R$ 700” .

Causa espanto aos militantes que estavam presentes no Conat e viram ser aprovada a resolução de “impulsionar uma ampla campanha nacional por um salário mínimo mais próximo das reais necessidades dos trabalhadores, tomando como referência o cálculo do Dieese (R$ 1.551)” e também “exigir dos dirigentes sindicais que construam mobilizações, greves e manifestações massivas pelo salário mínimo do Dieese” .

Na mesma notícia, José Donizete completa que “os trabalhadores não podem cair no jogo da CUT e da Força Sindical que, novamente, estão fazendo uma campanha de encenação reivindicando apenas R$ 420” . Nisso temos completo acordo, mas não se pode criticar os sindicalistas da CUT, que são governistas e patronais, e depois defender um salário mínimo de R$ 700, que seria uma miséria um “pouco menor” da que propõe a CUT e a Força. É o que faz a direção da Conlutas e os militantes do PSTU, escondendo que a luta aprovada no Conat foi o salário mínimo do Dieese (R$ 1.500,00).

Defender “dobrar o salário mínimo” numa “campanha de valorização ao longo de quatro anos” é, além de um ataque burocrático às decisões tomadas no Conat e à soberania dos delegados ali presentes, uma mostra de que a direção da Conlutas defende a miséria do possível, aquilo que acha “viável” dentro do capitalismo e não o que é necessário para combater a miséria imposta aos trabalhadores e ao povo pobre. Até o ministro Luiz Marinho e a direção da CUT defendem uma campanha de “valorização do salário mínimo” .

A aprovação do CONAT de lutar para que se cumpra os direitos democráticos contidos na constituição de 1988, a partir da análise técnica do DIEESE é progressiva justamente porquê disputa a consciência dos trabalhadores contra essa miséria do possível que leva em conta a “viabilidade” do aumento dos salários sem tocar nos lucros capitalistas.

A política das organizações operárias não pode sujeitar os interesses da classe trabalhadora aos interesses dos capitalistas que dizem não poder pagar salários maiores. Os trabalhadores não podem aceitar um salário mínimo menor do que a própria Constituição determina e o Dieese calcula em torno de R$ 1.500,00.

É hora de exigir que o PSTU cumpra as resoluções do Conat e que a Conlutas organize sem demora, uma massiva campanha pelo salário mínimo do DIEESE já, denunciando os burocratas da CUT, da Força e demais centrais que se aliam aos patrões.

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