Sexta 17 de Maio de 2024

Movimento Operário

MOVIMENTO OPERÁRIO

Professores, trabalhadores da USP, Sabesp, Metrô, terceirizados e de outras categorias se reúnem no pré-lançamento do Movimento Classe Contra Classe

29 Mar 2010   |   comentários

No último sábado, dia 27 de março, professores e professoras em greve da rede estadual junto a trabalhadores da USP, Sabesp e metrô, terceirizados e de outras categorias se reuniram na Casa Socialista Karl Marx para discutir o lançamento do Movimento Classe Contra Classe, que surge da revolta de jovens, mulheres, trabalhadores efetivos e terceirizados que não se contentam com o presente e o futuro que os capitalistas nos traçaram.

Necessitamos nos organizar para lutar contra a exploração que sofremos dia a dia pelos patrões e governos de Lula e Serra que nos impõe um aumento da precarização das condições de trabalho. Para isso, acreditamos que é necessário avançar no classismo, nos organizando como um forte movimento em diversas categorias que possa se enfrentar com os patrões, o governo e o Estado, superando as burocracias sindicais e atuando em nossos locais de trabalho.

Pablito, trabalhador da USP e representante dos trabalhadores no Conselho Universitário da USP abriu a plenária explicando a necessidade de organizar o Movimento Classe Contra Classe desde já como uma alternativa de luta anticapitalista e antiimperialista para os trabalhadores, ressaltando o combate à burocracia sindical para retomar os sindicatos como ferramenta de luta dos trabalhadores, a necessidade de os trabalhadores se verem como classe e se organizarem, que temos que lutar contra os patrões mas também contra este sistema dominado por eles, e ressaltando a luta contra a precarização do trabalho como eixo do nosso movimento, lutando pelos direitos dos setores mais explorados de nossa classe.
Claudionor Brandão, dirigente sindical e demitido político da USP disse que a organização dos vários cortes de rua na Argentina protagonizadas pelos trabalhadores que estão se reorganizando a partir das bases em diversas fábricas não caiu do céu, que todo o plano e a coordenação de operários e estudantes não caiu do céu, que não eram os trabalhadores que ligavam para os estudantes e sim que Kraft teve a participação de um partido revolucionário, o PTS, que tinha um plano alternativo ao dos capitalistas. Falou da luta anti-capitalista e de conquistar o poder dos operários e, o mais importante, como concretamente vamos construir o movimento em cada local, trabalhando o boletim entre nossos colegas e dando muita energia aos trabalhadores presentes para construir esse movimento.
Marília, trabalhadora do metrô explicou o que é a LER-QI e que defendemos a destruição do capitalismo e a construção do socialismo, mas que queremos fazer uma corrente que defenda os interesses dos trabalhadores em conjunto com trabalhadores que não tenham ainda essa visão.

Uma companheira Argentina, Grace, interveio para trazer a experiência do “sindicalismo de base” da Argentina, para mostrar como os trabalhadores conseguiram na fábrica de cerâmicas Zanon, no Metrô de Buenos Aires e na alimentícia Kraft-Terrabusi se organizar desde as estruturas, com as alianças operárias e populares, e até transformar os conflitos operários em conflitos nacionais.

Vários outros trabalhadores intervieram ressaltando que tínhamos que trazer mais pessoas para essas discussões, um companheiro terceirizado da USP reivindicou o apoio que tiveram do Sintusp e dos militantes do MCC na USP, e contando a experiência de luta que tiveram recentemente e como tomou consciência da necessidade de lutar, de dar um basta na situação que vivia e que via que era necessário convencer seus colegas disso.

É para dar continuidade a esse espírito que organizaremos nas próximas semanas uma nova reunião do Movimento Classe Contra Classe para discutir a rica experiência do movimento operário argentino nas lutas da cerâmica Zanon e da fábrica alimentícia Kraft-Terrabusi. Também vamos organizar em cada estrutura e local de trabalho reuniões para discutir nossa tese para o Congresso de unificação da Conlutas e da Intersindical. Queremos que essa discussão nos ajude a organizar um grande bloco Classista do Movimento Classe contra Classe no ato 1º de Maio e uma bancada de intervenção no Congresso de unificação. Convidamos todos a ler e participar dessas discussões, acessando a tese em nosso blog: movclassecontraclasse.blogspot.com

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