Palavra Operária

Este ano se encerra com a implementação de uma campanha ofensiva das reitorias e burocracias universitárias, em diversas universidades e estados, contra os estudantes e trabalhadores que lutaram em defesa da universidade, contra a mercantilização do ensino superior e as medidas reacionárias que buscam reformar o ensino em proveito das empresas capitalistas, precarizando os currículos, as condições de trabalho para professores e funcionários e a qualidade do ensino.

As grandes greves, ocupações e mobilizações de estudantes, professores e funcionários que marcaram o país neste ano estão sendo criminalizadas, com o claro objetivo de impedir que os métodos radicalizados de luta se constituam como um exemplo na luta contra os governos federal e estaduais e as burocracias universitárias. Entre os estudantes, funcionários e professores perseguidos com sindicâncias, processos administrativos e processos criminais encontram-se diversos militantes de partidos e correntes políticas de esquerda que, independente das diferenças políticas notórias, atuaram nesse movimento estudantil durante o ano de 2007.

Na verdade, podemos considerar que a perseguição reacionária atinge diretamente esses partidos e organizações, pois são os que estão em oposição aos planos de contra-reforma universitária. Os militantes e dirigentes dos partidos que defendem esta contra-reforma ’ PT, PCdoB, PMDB, PSDB, MR-8 etc. - estão "protegidos" como serviçais que são do esquema capitalista de destruição da educação pública.

Em vista deste quadro de perseguições e punições, partimos de que a defesa dos que lutam contra os governos e a burocracia universitária é uma questão de princípio, acima das divergências que possam existir entre ativistas, dirigentes, correntes e partidos políticos. Por isso, nos dirigimos aos partidos de esquerda e entidades democráticas para que coloquem todas as suas capacidades políticas, materiais e militantes de modo a constituir um Movimento Nacional Contra as Perseguições e Punições aos Lutadores Sociais, neste momento em que estudantes, professores e funcionários estão sendo vítimas da sanha reacionária dos governantes e dos seus agentes na USP, PUC, Unicamp, UFBa, UFAL etc.

O movimento estudantil ’ que para todos esses partidos e correntes políticas se configurou como um "exemplo nacional" em 2007 ’ precisa ser cercado de solidariedade, apoio e ação efetiva, impedindo que os lutadores sejam punidos, pois para nós eles não cometeram crime algum, apenas defenderam os interesses da maioria da população, e por isso são perseguidos.

O dever de todos nós, e em primeiro lugar dos partidos de esquerda que detêm recursos especiais ’ horários gratuitos nas TVs e rádios, jornais, deputados, senadores, sindicalistas, personalidades, militantes etc. Por exemplo, além de pronunciamentos e adesões a abaixo-assinados, esses três partidos poderiam nacionalizar e fortalecer essa Campanha colocando à disposição os horários eleitorais gratuitos a que têm direito nos rádios e TVs. O nosso lema unitário deve ser: “se atacam a um atacam a todos” !

Liga Estratégia Revolucionária ’ Quarta Internacional (LER-QI)

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