Palavra Operária

No inicio deste ano a reitoria soltou um decreto no qual proibiu os estudantes inadimplentes de regularizarem suas matrículas após o período letivo. Prática muito recorrente entre nós, pois , quem consegue terminar um semestre sem dívidas com a PUC? Quase ninguém!!

Resultado: as salas que antes tinham de 35 estudantes para mais, diminuir am seu número só no papel pois os inadimplentes continuam freqüentando as aulas. A Reitora tentou expulsar quem não pode paga r a facada que é a mensalidade, e agora informa que não existem mais inadimplentes nas salas de aula , salas que possuem 40 estudantes, ela considera com 25 ou 20 (apenas os matriculados). Agora a reitoria usa estes dados sobre o suposto esvaziamento das salas para juntar duas ou três salas em uma só. Porém nós estudantes e professores que sabemos que são salas que não possuem apenas 20 estudantes e sim muito mais. Essa é um a das formas que ela encontra para matar dois coelhos com um a cajadada só, pois fazendo isso impedirá na pratica que os estudantes inadimplentes assistam aulas, e poderá demitir uma serie de professores, pois haverá menos salas (porém com muito mais estudantes) para se ministrar aulas.

Hoje o Departamento de História ameaça demitir os professores que possuem contrato temporário, que requisitam, faz muito tempo, a abertura de edital para contratação permanente. O departamento não abre concurso para professores a anos, pois é preferível contratar por indicação dos medalhões que controlam as verbas dos núcleos de pesquisa, porém agora, para demitir os professores desejados, o departamento como instrumento político da reitoria, promete abrir concurso no final do ano para que os professores ameaçados ’cujos contratos vencem no término do ano letivo’ sejam coagidos a aceitar a demissão. À medida que não se pode prestar concurso dando aula na PUC estes teriam que sair para prestar o concurso. É justo que os professores prestem concursos! Mas a questão de fundo não é essa, tanto não é, pois, sabe-se lá quanto tempo o departamento ficou sem concurso, e hoje diz abrir para atender a demanda dos professores substitutos, todavia o departamento de historia esta usando o concurso como uma arma de demissões e que inclusive nem é compatível à demanda desses professores, no qual querem concurso mais não no final do ano, como propõem o departamento, pois alegam que não irão ter tempo hábil para se preparar. É nítida a manobra que faz o departamento, para não parecer que esta compactuando com os planos da reitoria de enxugar ainda mais o corpo de professores, com as junções das salas de aula, com a expulsão dos inadimplentes. É isso que faz reitoria com o apoio de vários departamentos ’e um deles que esta se mostrando completamente a serviço dela é o Departamento de História’ ir terminando de preparar terreno para implementar o Redesenho Institucional.

Isso coloca para nós estudantes uma primeira e básica necessidade de postura: não unificaremos nenhuma das salas, pois além das condições insalubres de assistirmos aulas super lotadas, temos também que defender nossos colegas inadimplentes. A segunda questão é que não podemos aceitar de forma alguma as demissões dos sete professores que a reitoria, em aliança com departamento, quer executar. Temos que abrir de imediato uma discussão em relação o que significa esses concursos, e a serviço de quem estão, pois estando na mão do departamento nos parece servir como arma de demissão de professores e barganha política, e nós estudantes precisamos discutir quem deve controlar esses concursos. Propomos a todos os estudantes que façam suas reuniões de salas e tirem representantes que possam levar a posição ou as posições da sala para o resto dos cursos, e tentarmos organizar uma ação unitária de toda a Faculdade.

Na PUC o projeto da reitoria de Redesenho Institucional consiste em uma visão adaptada para a universidade particular do que se vem fazendo nas Federais com a Universidade Nova e o REUNI que consiste em desmantelar os cursos como são hoje, criando bacharelados interdisciplinares, onde os estudantes assistem todas as áreas, mas não se aprofundam em nenhuma, transformando a universidade em grandes escolões baratos, fim das Faculdades e criação de amplos Institutos com inserção do capital privado e conhecimento dependente deste. Nesse projeto a universidade tem que se adequar ao mercado de trabalho que hoje está precarizado e flexibilizado e o estudantes não podem mais ficar 5 anos se formando sem gerar lucro para as empresas, e por isso cursos onde se vê tudo, mas não se aprende nada. É com esse mesmo argumento que foi feita a ultima reforma curricular da grade de história (onde se tirou quase um ano de graduação para colocar licenciatura). E não esqueçamos do elogio que teceu a reitora aos departamentos, como o da historia, que pela primeira vez reformaram os currículos pensando mais no lado económico do que no acadêmico(SIC), e é claro: sem a decisão dos estudantes. As demissões de hoje já são um prenuncio do que acontecerá de forma mais profunda com a PUC se for aprovado o Redesenho Institucional.

TODOS À AUDIÊNCIA PÚBLICA COM A REITORIA SOBRE O REDESENHO INSTITUCIONAL

5/11 - SEGUNDA-FEIRA, ÀS 19H NO TUCA!

A Gestão Primavera de Praga, do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da PUC-SP é formada por militantes da LER-QI, do Movimento A Plenos Pulmões e independentes

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