Sexta 3 de Maio de 2024

Movimento Operário

O relato de um trabalhador a partir do círculo marxista

10 Dec 2006   |   comentários

A construção de um partido revolucionário classista e internacionalista requer coerência e seriedade na formação de seus militantes frente a seu inimigo histórico, a burguesia. Para isso temos em nossa organização um espaço de debate dedicado aos novos companheiros que buscam lutar para acabar com a exploração do povo pobre e dos trabalhadores, derrotar a burguesia e construir uma sociedade sem exploradores e explorados. Esses espaços são os círculos marxistas nos quais se discute a realidade da luta de classes nacional e internacional; a teoria marxista, o legado de seus principais autores (Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Luxemburgo o Gramsci), e o programa que a classe operária deve levantar frente aos ataques dos patrões e de seus governos subalternos. Assim os círculos têm a intenção de garantir ferramentas para discutir, intervir na realidade e fazer balanços do nosso programa e dos conflitos da luta de classes. A LER-QI impulsiona os círculos entendendo-os como elemento constitutivo do que há de melhor na tradição do movimento operário, sendo parte viva da luta pela disseminação da ideologia comunista. Abaixo segue trechos do texto de um trabalhador que se reúne conosco nos círculos marxistas sobre a Comuna de Oaxaca, no México:

O Poder tomado pelo povo

(...) Esta luta tem que ser tomada como exemplo por todos os povos reprimidos e humilhados do mundo. Trabalhadores que são obrigados a cumprir horas a fio de serviço em troca da sobrevivência de suas famílias e, com isso, aumentando a cada dia o poder da patronal burguesa com o acúmulo de suas riquezas.

Tomemos como lição o exemplo de Oaxaca. E que as massas trabalhadoras se mobilizem e se conscientizem, para que essas sim venham a decidir em conjunto o que realmente é importante e indispensável para que saiam da condição de sobrevivente, para que comecem a viver de fato com dignidade e respeito.

Não podemos nos esquecer que o povo de Oaxaca luta com paus, pedras e bombas caseiras contra a elite munida de todo tipo de armamento encontrado no mercado. (...)

Hoje vivemos numa mórbida passividade, da mesma forma que os oaxaquenhos viviam há alguns meses atrás. No entanto, também pode ocorrer em nosso país o mesmo que ocorre no México.

Desde que seja cobrado de nossos dirigentes sindicais, e também de nossas bases, orientações e mobilizações sobre uma possível luta contra a burguesia patronal e contra o governo em nosso país. Pois só com organização, mobilização e orientação política real teremos condições claras e objetivas para enfrentarmos o sistema burocrata imposto pelo capitalismo.
Precisamos dar um basta na política imposta pelo imperialismo ianque e britânico sobre os países pobres. Política esta que só assola a camada trabalhadora e proletária, e que faz de nossos governantes não mais que fantoches nas mãos destes imperialistas que dominam o capitalismo mundial.

Que a covardia e o comodismo não nos impeçam de lutar por nossos direitos constitucionais conquistados em anos de duras batalhas contra um sistema que atende apenas às necessidades de uma minoria. Que o povo de Oaxaca e sua comuna nos sirvam como estímulo e inspiração para nos colocarmos contra o sistema imposto em nosso país, que só atende as demandas da burguesia capitalista, que nos assola e explora por séculos.

Devemos buscar em cada lugar de convívio, expor e discutir as causas da comuna oaxaquenha, e nos orientarmos da melhor maneira possível para o futuro que nos aguarda. Pois acabamos de passar por um processo eleitoral cercado de denúncias que nos levam a pensar se não teremos que nos defrontar com o poder público muito em breve. (...)

Que a comuna sobreviva e vença a batalha no México, e também que os povos explorados pelo mundo tenham acesso à informação real dos fatos e clareza da importância de sua luta. Desta forma poderão lutar por seus direitos e viver de forma digna e honrosa.

E, trabalhador da USP

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