Segunda 6 de Maio de 2024

Movimento Operário

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Mais de 150 trabalhadores da Prefeitura da USP votam medidas de luta contra o desmonte e a repressão

05 Sep 2012   |   comentários

No dia 05 de setembro os trabalhadores e trabalhadoras da Prefeitura do Campus Butantã da USP se reuniram apesar da repressão imposta pelo Prefeito do Campus que quer impedir os trabalhadores de se reunirem no horário que definirem, impondo horários e locais para a reunião dos trabalhadores, além de impedir a entrada de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp demitido desde 2008 pelo governo José Serra. Já em atitude de protesto os trabalhadores voltaram a reunir-se em seu horário de praxe, que é às 7h, e no local de praxe, em frente à Prefeitura. Claudionor Brandão abriu a reunião denunciando o Coronel Jefferson que não apenas ficou o tempo todo "vigiando" a reunião dos trabalhadores como convocou toda a Guarda Universitária para ficar a postos, inclusive "à paisana". Em seguida Brandão explicou que os ataques em curso contra os funcionários da Prefeitura fazem parte do conjunto de ataques que a burguesia e seus governos estão desferindo aos empregos, salários e direitos dos trabalhadores a fim de descarregar o ônus da crise nas costas da nossa classe. Explicou de que forma a desativação do posto de combustíveis da Prefeitura, dos circulares, da seção de borracharia e outras, está diretamente relacionada com o projeto de desmonte da Prefeitura do Campus da capital e dos campi do interior; de que forma a desativação e leilão de todos os veículos da frota oficial da universidade e a contratação de uma frota privada, avança na direção do projeto de demitir todos os trabalhadores do grupo básico e substituí-los pela mão de obra semi-escrava dos trabalhadores terceirizados e que tudo isso é mais uma das muitas iniciativas que o Rodas vem fazendo para implantar um novo modelo de universidade, com poucos funcionários efetivos bem pagos e uma maioria de terceirizados semi escravizados.
Também foi informado que o PROADE será implantado ainda neste mês de setembro e que essa é a ferramenta para demissão dos trabalhadores de nível básico e outros trabalhadores que não se enquadrem no novo padrão que a Reitoria quer criar para o seu novo modelo de universidade. Foi discutido que iniciar o desmonte pela Prefeitura é uma forma de tentar minar uma possível resistência dos trabalhadores golpeando primeiro uma das unidades mais combativas da USP, que há anos vem sendo linha de frente das greves e mobilizações em defesa da universidade pública e gratuita.

Pablito Santos, diretor do Sintusp e dirigente da LER-QI interviu dizendo que "A luta dos trabalhadores da Prefeitura deve ser tomada pelo conjunto dos estudantes, professores, intelectuais e trabalhadores. É uma luta para barrar este desmonte, mas também pra reverter os ataques que já sofremos, como a terceirização do trabalho e a demissão de Brandão".

Ao final da discussão, os trabalhadores votaram um plano de lutas com o seguinte programa: fim imediato do desmonte da Prefeitura do Campus da capital; reinstalação dos equipamentos e reativação imediata da borracharia; garantia de manutenção de todos os postos de trabalho e dos empregos, restituições de todas as funções eliminadas do PCF; fim imediato do agrupamento das funções atribuindo a cada trabalhad@r apenas as tarefas correlatas às suas respectivas profissões; cessar imediato da terceirização e incorporação imediata de todos os trabalhador@s terceirizad@s e precari@s sem necessidade de concurso público; publicação para conhecimento de todos, dos valores gastos com combustíveis antes e depois da desativação do posto; custos da manutenção da frota oficial e o da contração da frota privada, além da exigência de que Claudionor Brandão possa circular livremente pela Prefeitura - seu antigo local de trabalho -, assim como exigência de sua reintegração e dos estudantes eliminados e o fim dos processos contra estudantes e trabalhadores.

Além disso foi reiterada a votação da reunião anterior, de: realizar uma campanha de denúncia dessas medidas da Reitoria dirigida aos professores e suas entidades ADUSP e ANDES, aos estudantes e suas entidades e ao movimento estudantil e suas correntes bem como independentes, fazendo um chamado a todos para constituição de uma frente de luta unificada em defesa da universidade, dos trabalhadores e seus empregos, salários e direitos; propor à CSP-Conlutas e às centrais sindicais e movimentos populares e sindicatos ante governistas, a convocação e realização de um Encontro, conforme já foi votado no Conselho Diretor de Base do Sintusp, onde os trabalhadores das distintas categorias possam debater e aprovar um plano de lutas unificado em defesa dos direitos trabalhistas, incluindo o de greve, contra qualquer forma de reforma trabalhista e de repressão; um plano de ação contra as demissões e o desemprego e para que os patrões paguem a crise.

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