Sexta 26 de Abril de 2024

Movimento Operário

UMA LUTA EM DEFESA DO EMPREGO

MAKITA: dupla traição - Sindicato e patronal juntos por melhores condições de desemprego!

26 Sep 2009   |   comentários

Há quinze dias os trabalhadores da Makita armaram acampamento na porta da fábrica que foi fechada pela patronal. O plano da empresa é mudar a produção para o Paraná, onde poderá pagar um salário muito menor aos trabalhadores.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ’ CUT - tratou essa luta desde o início como uma resposta à traição da patronal, que havia prometido demitir aos poucos e que não fecharia a fábrica. Assim, sindicato e prefeitura de São Bernardo começaram a negociar com a patronal e levaram a luta dos trabalhadores a um acordão de melhores condições de desemprego.

Segundo o jornal ABCD Maior, o acordo estabelecia um pacote de indenização conforme o tempo de casa, tempo adicional de convênio médico e a abertura de negociação para os casos dos funcionários com restrição médica. A vitória declarada pelo sindicato foi a de conseguir encarecer as demissões. Mais uma vez o sindicato confiou nos capitalistas, Moisés Salerges, diretor de base do Sindicato dos Metalúrgicos, afirmou que a luta seria encerrada porque “ a empresa se comprometeu a encerrar as atividades de modo menos traumático” . Nada pode ser mais traumático do que 285 famílias sem ter como sobreviver!

O que o sindicato não esperava, é que mais uma vez eles seriam “passados para trás” pelos empresários. Enquanto fechávamos esse artigo, a patronal se negou a assinar os termos do acordo que havia acabado de concordar. Os 285 trabalhadores da fábrica não reconquistaram seus postos de trabalho e se mantém em luta, porém agora podem tirar uma lição: nunca confiar nos patrões, que usaram o acordo justamente para desmobilizar o acampamento.
Se a empresa alega que está tendo prejuízo devemos exigir que ela abra seus livros de contabilidade para provar que não pode mais pagar os salários e se a patronal ’se mostra incapaz de administrar seus próprios negócios, devemos tomar a fábrica e colocar a produção sob nosso próprio controle, pois quando produzirmos para nossa necessidade e não para o lucro dos patrões.

Defendemos que as campanhas salariais em curso estejam ligadas profundamente a esse processo de luta e que o sindicato deve chamar todos os trabalhadores da região a se solidarizar com seus irmãos de classe que estão sendo duramente atacados. Além disso, vemos que é de fundamental importância que essa luta seja propagandeada e apoiada por todos os trabalhadores, a começar exigindo que as direções sindicais, primeiramente dos metalúrgicos do ABC e da CUT, coloquem todos os esforços para cercar de solidariedade os companheiros da Makita, para que tenham força na luta e possam realmente batalhar para garantir os empregos e não apenas “negociar demissões e rescisões” .

Chamamos todos os trabalhadores do ABC, estudantes, professores e intelectuais a apoiarem esta luta, já que se depender da estratégia da direção do sindicato metalúrgico do ABC-CUT de evitar a luta e tentar chegar acordo com o patrão, o resultado será o fechamento da empresa, a perda de todos os empregos, igual ao que o sindicato negociou na Fris-Moldu Car, onde todos perderam o emprego e até hoje lutam para “vender” os bens da empresa para garantir as indenizações (uma enrolação dos patrões e do sindicato que vem desde 2007).

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