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ATIVIDADE

Lançamento da Anticandidatura de Chico de Oliveira na Ciências Sociais-USP

26 Oct 2009   |   comentários

No dia seguinte à farsa do primeiro turno das eleições para Reitor na USP, o Movimento A Plenos Pulmões, junto ao Sintusp, organizaram o lançamento da anti-candidatura de Chico de Oliveira no prédio das Ciências Sociais da USP. Cerca de 60 pessoas estiveram presentes na atividade que, junto a Chico de Oliveira, contou com a presença do professor das Artes Plásticas Luiz Renato Martins (Luizito).

O debate contou com a presença de estudantes da FFLCH e trabalhadores que estiveram à frente da grande greve de trabalhadores do semestre passado contra a demissão de Brandão e em defesa do SIntusp frente aos antigos e recentes ataques a este combativo sindicato. Mais uma vez a gestão Nada Será Como Antes não teve uma militância ativa na construção da anticandidatura, por mais que tenha assinado o combativo programa votado na assembléia de trabalhadores e tando seus principais eixos também votados na assembléia geral dos estudantes da USP.

Domêmico Moretti, trabalhadore da USP e um dos representantes dos trabalhadores da ECA, abriu a atividade ressaltando a importância da anticandidatura para implementar o boicote ativo ao processo das eleições para Reitor da USP e para fortalecer a campanha contra os ataques ao Sintusp e aos estudantes e pela reintegração de Brandão. Ressaltou a importância da consolidação da anticandidatura que "apesar de não ter sido votada na assembléia de estudantes permite apontar um programa combativo a todos os estudantes que querem colocar abaixo esta atual estrutura de poder reacionária da USP". E continuou; Os trabalhadores da USP no primeiro semestre levantaram uma forte greve e pudemos contar com setores dos estudantes ao lado do Sintusp. A anticandidatura é uma proposta do Sintusp aos estudantes e professores como parte da defesa de nosso Sindicato e numa luta comum contra o governo Serra e suas camarilhas na USP". Domênico apontou como a política adaptada da diretoria da Adusp de realizar uma consulta e a candidatura de Chico Miraglia mostrou-se falida: "A consulta teve 1155 votos; o processo oficial 1641. Isso só expressa a ineficácia da política da Adusp de buscar uma política, mais uma vez, para agradar a burocracia acadêmica e não buscar a unidade com os setores críticos, radicais e combativos de professores, estudantes e funcionários”™.Terminou sua fala chamando o boicote ativo das eleições para Reitor no dia 10/11.

Luizito apontou como na atual situação da universidade há dois tipos de saída. Uma repressiva, por via da oligarquia da burocracia acadêmica que hoje comanda a universidade. Como disse: "Esta saída é bonapartista, repressiva e militar. A ordem atual só pode se manter na base da repressão. Esta saída é baixar o pau. A USP está sob intervenção militar e do governo desde 2007". Outra saida, segundo Luizito, é por via da organização política de estudantes e professores junto ao combativo Sindicato de Trabalhadores da USP: "Os funcionários são o sujeito político novo que defende a universidade pública, gratuita, aberta, não racista". Luizito também tratou em sua fala sobre o papel da ADUSP nos últimos anos: " Os docentes como sujeitos polítcos também estão debilitados. Não conseguem por nos marcos os processos políticos. Não tem mais o que propor, intelectualmente ou individualmente. A Adusp também se mostra debilitada pelo seu papel passivo e tímido nas últimas greves, omitindo-se ou entrando atrasada. A Adusp apostou numa política (consulta e candidatura oficial de Miraglia) que não emplogou a oposição." Luizito terminou sua fala propondo que estudantes também façam esta reflexão e que levem a frente a proposta do Sintusp de um "abraço democrático’ na Reitoria no segundo turno das eleições para Reitor da USP, "um bloqueio contra as saídas repressivas".

Chico de Oliveira apontou o fiasco da representatividade na USP após os pífios votos no primeiro turno eleitoral: "A política institucional não diz mais nada para as categorias da universidade. A resposta pode ser repressivo militar ou vir um Napoleão de cuecas para baixar o pau em nós. Baixar o pau an Filosofia, Ciências Sociais, Geografia, Educação". Sobre a estrutura de poder disse: "Ser Reitor da USP nesta estrutura não vale a pena. Por isso não podemos participar. Temos que impor goela abaixo novas formas de poder na USP. Uma nova estatuinte para rediscutir os termos das relações entre as categorias na universidade." Seguiu sua fala discutindo o papel do Sintusp: "Temos que prestar atenção na nova relevância do papel dos funcionários da USP. Quem tem medo da organização dos funcionários da USP é esta oligarquia da USP."; assim como os ataques ao sindicato: "A Reitoria cometeu crimes contra a constituição. Neli (dirigente sindical dos trabalhadores da USP) chegou no banco e seu olerite era ZERO. Isso é perseguição política e também é inconstitucional. A questão da repressão é importante. E repressão não é apenas cassetete. É também o que fazem com os trablahadores da USP. Já não são mais ameaças. Num curto período, a reitoria desarquivou três processos, demitiu Brandão, dirigente sindical, e abre caminho para demitir outros. Quanto melhor estiverem esmagados os setores combativos da USP, melhor para a Reitoria."

Após estas falas, diversos estudantes e trabalhadores abriram um rico debate sobre o atual processo de eleições para Reitor da USP, sua estrutura de poder e quais as saídas para esta crise na universidade. Fernado Pardal, estudante da Letras, militante do Movimento A Plenos Pulmões e da Ler-qi disse: “Mais uma vez, mostrou-se que a corrente estudantil do PSOL adapta-se à burocracia acadêmica e prefere acordos fechados com parlamentares e com a diretoria da Adusp, pelas costas dos estudantes. Seu candidato, Miraglia, não foi aprovado nem pelos estudantes, nem pelos funcionários e nem pelos professores combativos. E o resultado da consulta mostra isso. Mostrou-se que a resposta à crise da USP não é de acordos com a burocracia acadêmica e votos que não representam nada. Esperamos que isto deixe mais claro ao PSTU para que saia de cima do muro e alie-se definitivamente aos setores combativos do movimento estudantil junto ao Sintusp. Agora temos que construir a paralisação do dia 10/11 e boicotar o processo oficial” .

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