Quarta 1 de Maio de 2024

Juventude

NAS ELEIÇÕES PARA O CACS DA UNESP - MARÍLIA

Chapa Rosa Luxemburgo: reconstruir uma entidade militante!

06 Dec 2009   |   comentários

Nos dias 16 e 17 de dezembro ocorrerão as eleições para o centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unesp de Marília, no interior de São Paulo. O processo eleitoral por si só já é um importante passo para a reorganização dos estudantes do curso: há mais de dois anos que não existe gestão à frente da entidade que é conhecida nacionalmente por seu caráter combativo e pelas importantes lutas que levou adiante. Mas para nós da chapa Rosa Luxemburgo (nome em homenagem aos 90 anos da morte da revolucionária polonesa), composta por militantes do Movimento A Plenos Pulmões, militantes do grupo de mulheres Pão e Rosas e estudantes independentes, essa reconstrução não pode se dar em qualquer marco.

Para a conformação de nossa chapa, algumas experiências foram de fundamental importância e vale falar um pouco sobre elas. A primeira foi a importante greve que protagonizamos durante o primeiro semestre deste ano, em meio a mobilização de trabalhadores, estudantes e, em menor medida, professores das estaduais paulistas. Lutamos pela readmissão de Brandão, pela democratização da estrutura de poder, por melhores condições de ensino, contra o ensino precarizado à distância, por mais verbas para a educação, entre outras muitas coisas. Convocamos os trabalhadores de nosso campus a nos acompanhar na greve, votamos em nossa assembléia acompanha-los até o fim e por unificar as mobilizações. Soubemos mesclar métodos radicalizados, como a paralisação das aulas e a ocupação por mais de 40 dias, com a preocupação constante de dialogar com a população da cidade a fim de combater a propaganda do governo e da burocracia acadêmica que diziam que éramos estudantes elitistas contra a expansão da universidade pública. Queríamos ganhar o apoio de amplos setores da população.

Porém, e apesar de nosso esforço (expresso na realização de atos, panfletagens, atividades artísticas voltadas para a população, notas em jornal, etc.), não conseguimos de fato concretizar esta perspectiva. Isso porque não é possível romper o imenso abismo que separa a universidade do restante da sociedade de uma hora para outra. Por isso desde já nos colocamos a tarefa central de construir uma entidade que constantemente atue para ultrapassar os muros universitários, ligando-nos desde já, por exemplo, aos jovens trabalhadores que quando terminam o ensino médio não tem a menor perspectiva de entrar na universidade pública, aos estudantes de universidades particulares que tem que, na maioria dos casos, trabalhar para pagar altas mensalidades; estes, sem dúvida alguma, são os maiores interessados em transformar e democratizar a universidade.

A segunda experiência que contribuiu enormemente para a formação e discussão política da chapa foi a vinda da Argentina do camarada Juan Oribe, miltante da agrupação En Clave Roja e vice presidente Cefyl (Centro Estudantil de Letras e Filosofia) da Universidade de Buenos Aires. A atividade que o Movimento A Plenos Pulmões realizou com Juan em Marília foi bastante qualitativo para debatermos um dos principais exemplos de aliança-operário estudantil dos últimos anos. Os relatos de como está se passando o conflito entre os operários da Kraft Terrabusi, uma das principais indústrias da Argentina, e a patronal norte-americana pela readmissão dos mais de 150 trabalhadores demitidos e, principalmente, como estão se dando os vários atos de solidariedade levados adiante pelos estudantes da UBA e outras universidades nos ajudaram a tornar concreta uma perspectiva que já algum tempo defendemos para o movimento estudantil. Além disso, experiências como essa que tivemos com Juan resgatam o caráter internacionalista que devemos imprimir ao movimento estudantil que se propõe revolucionário, caráter do qual hoje o movimento estudantil brasileiro passa longe.

Tem como base essas e outras experiências, queremos construir uma entidade militante e combativa que rompa com o que há de velho no movimento estudantil; que lute sem cessar pela democratização radical da estrutura de poder e do acesso à universidade; que esteja aliada aos trabalhadores, sujeitos que entendemos ser os únicos capazes de varrer toda a miséria que impregna nossa universidade e a sociedade; que saia em defesa do Sintusp, do MST e de todos os lutadores que hoje sofrem nas mãos repressivas dos que defendem o atraso; que se coloque na luta por um conhecimento crítico, que não foge do debate e que esteja a serviço dos interesses da maioria; que seja pelo fim da opressão à mulher, da opressão ao negro e de qualquer outro tipo de opressão dentro e fora do ambiente universitário. Junto a isso, temos a preocupação de trabalhar pela reorganização do combativo movimento estudantil da Unesp e iniciar os debates sobre a necessidade e as formas de coordenação dos estudantes paulistas, bem como dos estudantes a nível nacional. Acreditamos que estes são passos fundamentais para nos prepararmos para os enfrentamentos contra os planos de Serra e toda a sua burocracia acdêmica, assim como, para as tarefas que nos estarão colocadas no próximo período!

Convidamos todos os estudantes a ler e debater nosso programa! Aos que tiverem acordo, convidamos não somente a votarem em nossa chapa, mas também a construí-la desde já!

Artigos relacionados: Juventude , Marília









  • Não há comentários para este artigo