Segunda 29 de Abril de 2024

Movimento Operário

GREVE NA UNICAMP E UNESP

"Chamamos a construção de um comitê pela readmissão do Brandão e contra a terceirização". Nesta quarta-feira, 02/6, às 14h30 no IFCH.

26 May 2010   |   comentários

LER-QI e independentes 31/05/10

Nesta greve, nós trabalhadores nos levantamos contra a quebra de isonomia. Essa medida efetuada pelos reitores é mais um ataque que vem no sentido de dividir e isolar os trabalhadores. Entendemos que o significado desta luta vai muito além da reposição salarial, passamos por um momento onde os governos e reitorias fazem de tudo para desarticular os próprios métodos de luta dos trabalhadores. Os ataques repressivos e absolutamente anti-democráticos que nossa greve vem sofrendo são tentativas de enfraquecer nossa luta para o futuro.
Muitos ataques econômicos efetuados contra o funcionalismo público também cumprem um papel político de fragmentação da categoria e de todos os trabalhadores. A terceirização é um dos exemplos mais ilustrativos disso, além de um ataque econômico que rebaixa salários e retira direitos, também é uma tentativa de dividir profundamente os trabalhadores.

Este é um fenômeno geral no funcionalismo público e em extrema evidência nas universidades públicas. Como se não bastasse às condições escravas e a precarização geral dos serviços que a terceirização impõe, vemos que ela enfraquece objetivamente a nossa luta, pois impõem uma divisão artificial que os trabalhadores terceirizados são de “tipo distintos” dos efetivos. Vemos as dificuldades que essa divisão gera para nossa luta quando percebemos que quase metade dos funcionários na UNICAMP, por exemplo, são terceirizados e, em tese, não poderiam participar de nossa luta pois são funcionários de outras empresas e representados por outros sindicatos.

A luta contra a terceirização torna-se hoje uma das questões centrais para os trabalhadores, pois significa a luta pela unificação de nossas fileiras. As reitorias já perceberam isso e tentaram a todo custo impedir com a maior truculência possível qualquer medida que tente ir contra a divisão que eles mesmos impõem. A demissão de Brandão foi uma repressão que representou exatamente isso. Brandão foi demitido por defender os trabalhadores e a unidade de suas fileiras, foi argumentando que Brandão defendeu “interesses externos aos trabalhadores da USP” que a reitoria o demitiu. Os “interesses externos” que a reitoria se refere é nada mais nada menos a participação de Brandão em uma luta encabeçada pelos trabalhadores terceirizados.

A demissão de Brandão mostra a centralidade da luta contra a terceirização e em defesa dos terceirizados deve ter para os lutadores das Universidades Públicas. È por entender que a repressão que os trabalhadores sofrem hoje é uma medida combinada a implementação de um projeto perverso para as universidades que necessita centralmente do aprofundamento da terceirização que achamos que devemos construir uma luta pela readmissão de Brandão, contra todas as formas de repressão, combinada a uma luta séria e profunda contra a terceirização.

Nós do Movimento Classe contra a Classe e do Grupo Pão e Rosas chamamos por todos esses motivos chamamos a construção de um comitê pela readmissão do Brandão e contra a terceirização.
Quarta-feira, 14:30 no IFCH

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