Sexta 3 de Maio de 2024

Movimento Operário

Carta aos companheiros metroviários

08 Aug 2007   |   comentários

No começo do mês de agosto, o paulistano póde sentir, mais uma vez, como é a vida sem metró. Carros, motos, ónibus, avenidas congestionadas, pessoas indignadas com a paralisação. Palavras como privatização e demissões logo são amplamente divulgadas pela mídia como “solução definitiva para o problema” . É a rede privatista que a burguesia, por meio da mídia e dos governos, está lançando sobre o metró.

Confesso que inicialmente eu também fiquei indignado, pois sou trabalhador e dependo do metró para chegar ao trabalho. Porém, minha indignação não é contra os trabalhadores metroviários; minha indignação é contra aqueles que deveriam estar ao lado dos trabalhadores, usar da estabilidade que lhes é de direito para lutar pelo bem comum de toda a classe trabalhadora, indigno-me com os sindicalistas.

Estes são verdadeiros agentes da vontade da classe dominante; e têm consciência que lutas vêm sendo travadas há décadas onde, de um lado está o patrão, o empresário, o burguês ’ que por dinheiro são capazes de qualquer coisa: compram políticos, economistas, jornalistas, para que todos digam “devemos privatizar, flexibilizar a CLT, reduzir impostos (para eles mesmos)” enquanto compram vários sindicatos para que finjam estar do nosso lado enquanto somos cada vez mais roubados. Do outro lado da luta, estamos nós, os trabalhadores, que temos como arma a união de todos os trabalhadores independentemente do setor, formando um movimento coeso, forte, com ferramentas como as greves que devem colocar em xeque o patrão. Companheiros, ao fazer uma paralisação nos moldes da que foi feita, ao invés de ajudar a fortalecer os trabalhadores, os sindicalistas agem de maneira que pode gerar desunião, e desunidos somos frágeis e isolados politicamente, lutando contra um inimigo que tem a mídia a seu favor. Políticos acusarão a greve de ser abusiva e assim terão uma boa desculpa para demitir e privatizar.

Por acaso não foi a mesma atitude do governo federal em relação aos controladores de vóo? Primeiro isolou, depois destruiu, ao colocar a opinião pública contra os trabalhadores, prendendo os líderes dizendo que os “militares” , tão trabalhadores quanto eu ou vocês, não podem fazer greves. Companheiros, o que aconteceu com os controladores os políticos querem fazer com os metroviários. Tudo para poder privatizar.

Dessa forma percebemos que a rede da privatização foi lançada pela burguesia e os governantes. Não permitam que ela os aprisione e nos divida. Discutam com seus companheiros novas formas de luta como por exemplo a liberação das catracas, estratégia que atinge os lucros dos patrões e não os trabalhadores. Pressionem os sindicalistas para que os trabalhadores estejam lado a lado e assim conquistemos a vitória final.

Escrito por A. S., trabalhador aeroviário do Terminal de Cargas do Aeroporto de Guarulhos

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