Sábado 27 de Abril de 2024

Juventude

Ato contra ataques ao direito dos trabalhadores e do povo pobre à educação reúne 500 pessoas

10 Sep 2006   |   comentários

No último período nós estudantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos estamos sofrendo com o fechamento de salas de aula. Isso implica tanto na diminuição do número de vagas oferecidas (excluindo outras pessoas que tem necessidade e interesse em estudar) quanto na qualidade do ensino (superlotação das salas que continuam a funcionar). Os que participam deste programa são os trabalhadores e o povo pobre.

Para fechar as salas alega-se que “não existe demanda” (apesar de existirem listas de espera) e que dá muito gasto e pouco resultado. Ao trabalhador e ao povo pobre, primeiro não nos é dada a oportunidade de estudar no tempo certo, depois querem nos retirar este direito elementar quando o conquistamos. Com todos esses ataques, estudantes e professores da Escola municipal “Brasil-Japão” resolveram se organizar, resistir e lutar contra essa política que ataca diretamente os trabalhadores e o povo pobre.

Com isso, esses lutadores realizaram um debate nesta escola, contra a vontade da diretora, que contou com uma mesa de estudantes e trabalhadores da USP que falaram sobre as péssimas condições da educação pública brasileira e de como é este sempre o setor mais explorado, que sente a “chibata nas costas” . Também foi ressaltada a necessidade de se lutar por mais verbas para a educação - luta que anualmente acontece nas Universidades Estaduais. Foi organizada ainda uma panfletagem em outras escolas e na comunidade, explicando o que está acontecendo; um abaixo-assinado que será entregue na secretaria de educação e na prefeitura, e um ato público.

A manifestação acorreu no dia 13 de setembro, e contou com a participação de 5 escolas da região do Butantã ( Brasil ’ Japão, Roberto Mange, Cieja, Alvaro Silva Braga, Alcide Gonçalves Etchegoyen e Tenente Alipio) além de alguns estudantes, dentre os quais os que integram o Movimento A Plenos Pulmões, e trabalhadores da USP. A caminhada pelas ruas do bairro Rio Pequeno na zona oeste da capital começou por volta das 20h, e mesmo com a falta de apoio, solicitado previamente ao Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, para ter um carro de som), contou com a participação de 500 pessoas, que levavam faixas, apitos, panelas e cantavam músicas:“Não vamos deixar o EJA acabar, trabalhador tem direito de estudar” . Foi com esse sentimento que a comunidade, professores e estudantes saíram às ruas para defender um dos seus direitos mais básicos ’ o direito a educação.

A defesa do direito dos trabalhadores e do povo pobre à educação pública deve tomar força, e ser parte de uma luta mais ampla contra a política de ataque aos direitos básicos dos trabalhadores e do povo pobre. É necessário que as organizações de esquerda, de estudantes, e da juventude ampliem esta luta se colocando lado ao lado aos que hoje se mobilizam.

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