Sábado 18 de Maio de 2024

Movimento Operário

SOLIDARIEDADE

Amapá:16 operários presos em mais uma obra do PAC

27 Feb 2013   |   comentários

Dessa vez foi no estado do Amapá, em mais uma obra do PAC2 de Dilma: no mega projeto de construção da Usina Hidroelétrica de Ferreira Gomes pela empresa Alupar, a cerca de 110 km da capital do estado, Macapá, operários foram agredidos pelos seguranças da empresa na hora do jantar no dia 3 de fevereiro, sendo o estopim para uma grande revolta que terminou com o incêndio de pelo menos 12 alojamentos e a prisão de operários. 16 trabalhadores nesse momento seguem presos. Mais uma obra em que as condições precárias de trabalho vem à tona com repressão e prisão de operários após manifestações legítimas contra as condições de trabalho [1].

Como se não bastasse todo o aparato repressivo particular e local, vimos nos principais conflitos do PAC nos últimos anos a utilização da Força de Segurança Nacional, deixando claro que o governo Dilma não é somente conivente com as condições de superexploração de trabalho, mas que legítima e dá suporte à ditadura nos canteiros de obra. Essas prisões são de responsabilidade da Alupar, mas também do governo do Amapá de Camilo Capiberibe(PSB) e de Dilma, em que fica claro que o PT e seu aliado “instável” PSB governam para os interesses das grandes construtoras.

Chama a atenção que Clécio, prefeito do PSOL da cidade mais importante do Amapá, a capital Macapá, nada tenha dito sobre as prisões. Um escândalo, que deixa claro o que já viemos escrevendo há muito tempo: o financiamento das candidaturas do PSOL pelos empresários e suas alianças com os partidos da burguesia não vinham a toa, mas mostram o rumo que vem tomando esse partido. O “Socialismo e Liberdade” de Clécio é o que silencia sobre prisões de operários para ser conivente com os interesses da burguesia. Nada tem de socialismo, assim como o PSB da família Capiberibe, que governa o estado e apoiou Clécio no segundo turno das eleições.

Nos solidarizamos incondicionalmente com os trabalhadores frente as condições absolutamente precárias e humilhantes as quais estão submetidos em refeitórios, alimentação e dormitórios precários, constante pressão dos patrões, além dos baixos salários. Ou seja, um cenário de precarização da vida e do trabalho inaceitáveis que levam um ambiente de revolta e indignação que se refletiu no último dia 3 de fevereiro após a agressão sofrida.

Essas prisões ocorrem no mesmo momento em que o país vive uma onda de criminalização dos lutadores onde permanecem impunes os agentes da repressão do Estado, desde os inúmeros assassinatos nos conflitos agrários como os de Cícero Guedes e Regina dos Santos Pinhos, ambos do MST, os ataques contra os quilombolas e indígenas, a ameaça de despejo do assentamento Milton Santos (SP), as mortes da juventude negra e pobre nas favelas de SP pelas mãos da PM e nas últimas semanas, as suspensões (ilegais) a estudantes e trabalhadores da USP que estiveram na ocupação da reitoria em 2011 contra a presença da PM no campus e que agora são de forma absurda denunciados pelo Ministério Público de SP por formação de “quadrilha”, a mando do governo tucano do PSDB. Todos esses fatos deixam claro a necessidade de uma campanha nacional unificada contra a repressão aos lutadores e movimentos sociais em todo o país.

Desde já colocamos nossas forças em total solidariedade a luta contra as condições precárias de trabalho dos 2000 operários de Ferreira Gomes e pela libertação imediata dos 16 operários presos e pelo fim dos processos.

Toda solidariedade aos trabalhadores de Ferreira Gomes! Libertação imediata dos 16 presos e fim de todos os processos! Por uma campanha nacional contra a criminalização dos lutadores e dos movimentos sociais!

[1No último dia 18 de fevereiro operários do canteiro de obras do estádio do Maracanã no RJ, paralisaram por aumento salarial de 15% negado pela consórcio responsável pela obra. Uma paralisação, dentre muitas outras que estão por vir escancarando para todo o país as más condições de trabalho nessas obras, que serão proibidas a partir da reacionária política do “AI-5 da Copa” de Dilma.

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