Sexta 3 de Maio de 2024

Movimento Operário

A visita de Natalio “Chicho” dirigente do PTS e operário de Zanon

07 Jun 2007   |   comentários

Em meados de maio recebemos a visita do companheiro Natalio “Chicho” , dirigente do PTS e operário de Zanon. Foi convidado pela LER-QI, para intercambiar com nossa militancia e com o movimento estudiantil, a rica experiencia vivida com a ocupação e a colocação para produzir da fábrica Zanon, que constitui sem duvida um exemplo a nivel nacional e internacional, vivido por ele como operário revolucionario. Entre suas atividades estavam pautadas uma palestra na USP, na PUC e na Fundação Santo André no ABC, construida em conjunto com um setor de professores marxistas.

A poucos días de sua chegada a Brasil, explodiu a greve universitaria na USP que se extendeu rápidamente a outras cidades de São Paulo. Chicho, em uma palestra que durou até a meia noite, pode debater com os trabalhadores e estudantes em luta, sua experiencia em Neuquén forjando a unidade operária estudantil e comentar o conteudo do pato operário-universitario acordado com os professores e estudantes da Universidade de Comahue. A discussão sobre a necesidade de colocar em pé um partido da classe operária, para impor um governo operário e popular, foi seguida con muita atenção pelos participantes, que incluía muitos jóvens com ideias anti partido.

Em uma sala cheia com 200 estudantes e uma delegação de professores, começou a palestra de Chicho, que abarcou toda a experiencia de Zanon, desde seus inicios, com a recuperação da comissão interna e depois do sindicato das mãos da burocracia. A ocupação, a colocação para prodizir primeiro de forma precaria e depois abrindo a chave do gas. Explicou de forma simples o conteúdo de fábrica e sindicato militante, que não divide as tarefas produtivas da política. Contestou as perguntas sobre o destino das outras fábricas recuperadas que se constituiram em cooperativas como parte do MNER (Movimento Nacional de Empresas Recuperadas) orientado por setores do peronismo. Contou o diálogo com o povo neuquino, explicando sua luta e buscando seu apoio. a luta pela unidade das fileiras operárias entre empregados e desempregados. A relação com os mapuches e o reconhecimento dos direitos dos povos originarios. A luta regional e nacional pela coordenação dos setores em luta. E, finalmente, igual que na Universidade de São Paulo, a necesidade de um partido que ajude a classe operária a triunfar, contra a burguesía e seu estado, e impor um governo operário e popular.

O debate contou com a participação do Professor Lúcio Flavio, coordenador do NEILS (Núcleo de estudos de ideologia e Lutas Sociais) da Puc-SP. Chicho em sua fala apresentou dois pontos importantes: primeiramente o processo de luta dos trabalhadores em relação ao fechamento da fábrica pelos patrões contextualizando toda a situação nacional da Argentina desde o colapso económico de 2001; e depois a luta política que os próprios trabalhadores tiveram que levar contra a burocracia, nas relações de produção e também com o Estado Argentino. Já o Professor Lúcio Flávio comentou o grau de experiência que esse processo provavelmente causou em todos os trabalhadores, e levantou questões em relação ao futuro de Zanon por estar dentro de uma contradição entre o poder político (Estado Argentino) e relação de produção coletiva sem dominação. Essa atividade-debate aparece num marco muito importante na Puc-Sp, já que atualmente se encontra na academia toda uma teoria que se coloca através de uma forma de produção critica com dizeres fundamentados na não existência do movimento e da classe operária ou que esses não possuam mais um potencial revolucionário. Processos como de Zanon nos coloca a perspectiva de como é possível travar a luta contra as classes dominantes da atual realidade.

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