Segunda 29 de Abril de 2024

Movimento Operário

TODO APOIO A LUTA DOS PROFESSORES DE MINAS GERAIS!

A luta por um salário digno deve ser a mesma luta contra a precarização e por uma educação pública, gratuita e de qualidade!

31 Aug 2011   |   comentários

A greve de professores da rede estadual de Minas Gerais ultrapassa seus oitenta dias e mostra a disposição de luta dos professores que sofrem com o corte de pontos e pela tentativa de substituição de professores em greve pelas mãos do governador Anastasia e sua secretária de planejamento Renata Vilhena.

Anastasia e Vilhena são a expressão mineira da política tucana a nível federal que tem como estratégia a precarização e a privatização do ensino, alimentando o bolso de empresários e capitalistas do ensino. A população de Minas, depois de dois mandatos de Aécio, passou a conviver com a política de choque de gestão que tem um de seus alvos a já precária condição de trabalho e ensino dos professores da rede estadual, divididos em três pela burguesia: efetivos, efetivados e precarizados designados.

A atual política de Anastasia de manter o subsídio na categoria é mais uma forma da precarização do trabalho, pela qual aos professores nos é negada qualquer política de carreira e oferecido o mísero piso salarial de R$369 no estado. Sabemos que esta não é uma particularidade dos professores de Minas Gerais uma vez que nacionalmente metade da categoria de professores são de contratos precarizados e aos efetivos é oferecido um salário de fome com jornadas de trabalho extenuantes.
Se o ensino de Minas é a cara tucana da educação nacional, Dilma não deixa a desejar quando mantém os postos de trabalho precarizados como principal forma de criação de emprego nacionalmente, expondo os trabalhadores a constantes acidentes de trabalho, o que tragicamente tornou-se uma realidade em cada empresa e uma regra na vida de jovens trabalhadores que são a maioria dos que ocupam estes postos de trabalho.

A educação de Lula e Dilma é a continuação da educação privatista de FHC que alimentou os capitalistas do ensino e manteve o ensino como algo embrutecedor, desqualificando não apenas o professor, mas também o aluno. Mostra disso é o anúncio de corte de mais 10 bilhões de Reais anunciados pelo governo esta semana, este que foi precedido de outro corte de 50 bilhões, cortando também da educação, enquanto aos empresários Dilma dá benefícios com o plano Brasil Maior dando, entre outros, isenções de impostos a grandes empresas que exploram no dia-a-dia o trabalhador.

Frente a esta situação, a maior parte dos grandes sindicatos continuam sendo dirigidos pela burocracia petista que até então está longe de se enfrentar com o governo na defesa dos trabalhadores e na unificação de nossas lutas. A CNTE, dirigida pela CUT, foi contra a unificação das greves de professores em curso no primeiro semestre, quando mais de 15 estados lutavam também pela implementação da lei nacional do piso, alguns sofrendo corte de pontos como os professores de Minas, porém em nenhum momento puderam contar com a coordenação das lutas nacionalmente para fazer mais forte nossa luta e reivindicações, sabendo que nosso inimigo não está apenas no estado de Minas com Anastasia, mas está em todo projeto tucano e petista para e educação nacional. Sequer se deu esta unificação numa luta unificada contra o corte de pontos e pelo direito de greve!

Se nossa categoria sofre com a extrema precarização do trabalho nossa primeira tarefa deve a ser a de unificar nossas próprias forças. Em nenhum momento a direção do SindUTE lutou para que metade da categoria - professores designados - se sentissem parte desta greve, lutando para que estes professores precarizados tenham o mesmo direito dos professores efetivos através de uma luta pela efetivação sem necessidade de concurso público, uma vez que exercemos o mesmo trabalho e jornadas tão ou mais extenuantes podendo perder nossos cargos a qualquer momento, prejudicando assim não apenas o professor mas também o ensino. Igual trabalho, igual salário!

Nossa luta pelo piso tem que ser a mesma luta, ou seja, contra a precarização da categoria, pois manter o subsídio é aprofundar a precarização do trabalho e a divisão de nossas fileiras. O governo não cumpre sequer a lei que coloca o valor do piso de acordo com o CNTE (R$ 1597,87) ou ao Ministério da Educação (R$ 1187,00). Além disso a categoria não pode continuar aceitando projetos de carreira (da direção do sindicato e de setores da esquerda) nos marcos de um governo de choque de gestão tucano que na prática é uma política contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre; assim como o é o governo Dilma que mantém um salário mínimo de fome aos trabalhadores nacionalmente.

Os professores de Minas devemos ser os primeiros a lutar pelo salário mínimo do Dieese (R$2212,66) com 50% de tempo, remunerado, para preparar as aulas! Efetivação dos professores precarizados sem necessidade de concurso! Por um salário digno e educação pública, gratuita, de qualidade e a serviço dos trabalhadores e do povo! Nossa luta contra um salário de miséria deve ser unificada com verbas públicas somente para educação pública com 10% do PIB para a educação e sob controle de comitês de professores, pais e estudantes (suas organizações, com mandatos eleitos em escolas e regiões), pois não adianta aprovar qualquer "lei" e deixar nas mãos dos ministérios que funcionam como balcões de negócios das empresas capitalistas e dos políticos patronais, onde os contratos e negociações secretas, manipuladas pela corrupção descarada, levam para o ralo toda a verba pública.

A direção do SindUTE tenta usar nossa categoria como palanque para deputados petistas visando as eleições de 2012, estes que se dizem ao lado dos professores mas se mantêm de bico calado com a nefasta aliança que governa Belo Horizonte unificando tucanos e petistas com um prefeito que quer privatizar também a educação municipal, Márcio Lacerda! Nossa greve deve ser política no sentido da independência de classe dos trabalhadores, buscando ativamente nas escolas e comunidades nossa principal aliança: os estudantes e pais e sua solidariedade à nossa greve e pela educação pública, gratuita e de qualidade, lutando contra o governo de Anastasia e contra o governo Dilma que precarizam e enchem os bolsos dos empresários do ensino de dinheiro! Em cada escola devemos organizar a greve, com assembléias na escola e representantes de professores que possam expressar, com apoio e decisão da categoria e de estudantes e pais, nossa luta nos comandos de greve, para que assim sejam os próprios professores os que tomemos os rumos da luta em nossas mãos! A CSP-CONLUTAS deve cumprir um papel fundamental no sentido de impulsionar esse programa e organizar os professores pela base!

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