Domingo 19 de Maio de 2024

ORGANIZAR UMA FORTE CAMPANHA EM DEFESA DOS LUTADORES!

Unicamp inicia o ano letivo reprimindo os lutadores da greve de 2010

23 Feb 2011   |   comentários

Mal teve início o ano letivo e tomamos conhecimento de uma nova ofensiva da Reitoria da Unicamp contra os lutadores desta universidade, agora processando judicialmente nove funcionários que participaram da greve ocorrida no primeiro semestre do ano passado. Dentre estes processados está Mário Bigode, militante da Ler-qi, e vários outros militantes do PSOL, PT e independentes.

A prática de reprimir os trabalhadores que lutam vem se consolidando no interior das universidades públicas de São Paulo. Na USP, Claudionor Brandão, histórico dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), foi demitido em pleno exercício de seu mandato sindical, que por lei é ilegal. Além disso, outros dirigentes do SINTUSP seguem sofrendo processos da Reitoria. Não contente, o governo tucano de São Paulo, na época nas mãos de Serra, impôs na USP um interventor, Rodas. Este, no início do ano passado, iniciou uma campanha contra o direito de greve dos funcionários públicos e caluniou nos grandes meios de comunicação o SINTUSP.

Estes ataques têm como objetivo intimidar qualquer resistência que possa vir dos funcionários ou estudantes ao projeto privatista de universidade dos tucanos e da burocracia universitária que gere de forma autoritária as universidades estaduais paulistas para servir melhor os capitalistas. O SINTUSP, pela sua combatividade e seu programa, e por ter nestes últimos anos protagonizado importantes greves e lutas, muitas delas em aliança com os estudantes, tornou-se o principal alvo destes ataques. Mas não vem sendo único, como demonstra os últimos fatos.

O processo judicial aberto pela Reitoria da Unicamp contra seus funcionários não foi fortuito. A greve do ano passado representou um marco na organização sindical e na luta política dos funcionários contra a Reitoria. O Reitor da Unicamp viu-se diante de uma greve em apoio e solidariedade ao SINTUSP, atacado pela mídia e por Rodas, e pela readmissão do companheiro Brandão.

É este vínculo de solidariedade e união entre a USP e Unicamp, consolidada no ano passado, que a Reitoria quer destruir. Usam de um novo recurso, lançado para atacar os estudantes, como na proibição da festa política IFCHstock, saindo das esferas da universidade para a da justiça burguesa. Com isso, segue a orientação de Rodas, ideólogo das reformas privatizantes da universidade pública paulista, em criminalizar os movimentos dos trabalhadores e dos estudantes.

Nós, militantes da Liga Estratégia Revolucionária, achamos fundamental organizarmos uma forte campanha em defesa destes funcionários. Não podemos deixar que nossas lutas se restrinjam apenas ao marco da luta salarial ou dos direitos imediatos. Não podemos deixar que esse novo método, essa nova forma de nos atacar, essa criminalização do movimento dos trabalhadores, passe ou corra na justiça sem nenhuma manifestação contrária.

Achamos que o STU deve iniciar imediatamente uma campanha contra a repressão aos lutadores, junto aos companheiros do SINTUSP, usando todos os seus instrumentos jurídicos e políticos para defender os trabalhadores. Os estudantes podem retomar a aliança que travaram com os funcionários nas lutas passadas e se colocarem na linha de frente na defesa destes funcionários que lutam por estaa universidade pública, organizando a partir de suas entidades esta campanha. Chamamos o CACH e o DCE da Unicamp a pautarem essa questão em suas reuniões e assembléias, e a usarem este momento de calourada para denunciarem o ocorrido. Também chamamos aos intelectuais destas universidades, que vem manifestando seu apoio aos funcionários, a se incorporarem a esta importante e decisiva luta.

Aqui não está em questão a cabeça de nove ou mais funcionários, mas sim de projetos diferentes de universidades. De um lado, o projeto de Rodas e os demais Reitores, que aprofundará o elitismo da universidade e a falta de democracia através da repressão aos lutadores, com cursos voltados para atender aos ditames do capital. Do outro, a luta por uma universidade democrática e ampla, sem precarização do trabalho, preocupada com as necessidades dos trabalhadores e do povo.

Nenhum ataque aos nossos lutadores! Nenhuma repressão passará!

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